Barracuda: Viva La Revolucion!*

*Artigo escrito por nosso colaborador, Rafael Felga

Muitos estrangeiros (entenda-se: norte-americanos e europeus) tem uma imagem distorcida da América do Sul. Para muitos, aqui não passa de terceiro mundo, onde podemos encontrar tudo que não presta. Agora tente pensar: Imaginem isso na mão de um cara como Garth Ennis. Vou facilitar o trabalho: Primeiro, tentem imaginar um daqueles filmes de ação tosco, bem ao estilo Rambo. Ato seguinte, pensem numa selva sul-americana. Ok, agora pensem que nessa selva existe um ditador e que o país é abastecido pelo tráfico de drogas. Pronto, bem vindos a Morricone City, a próxima parada de Barracuda e de Hemo, digo, Oswald.

Após uma viagem em que nosso intrépido personagem tenta ensinar nosso frágil Oswald a lidar com as mulheres, Barracuda reconhece um “companheiro” dos tempos de prisão, que agora trabalha para uma multinacional que está investindo dinheiro em Morricone. Obviamente, Barracuda e Hemo não estão sozinhos, uma vez que os agentes CIA vieram em seu encalço, em razão de sua ligação com Chris“Walken” Angelone.

Após conversar com seu “companheiro” de cela, que atende pelo nome de Digby, (e reviver alguns daqueles fraternos momentos) Barracuda se encontra com seu alvo e amigo: O ditador Leopoldo Luna, que está acompanhado de sua esposa Wanda “pela porta de trás 247” Lube (uma das atrizes favoritas do Barracuda) e do Padre Flannery, antigo conhecido de Cuda, que já largou a batina por motivos ainda não citados. Obviamente, Oswald também é apresentado e levado pelo antigo sacerdote para algum lugar, dando a entender que o plano de Angelone foi por água baixo.

Nesse meio tempo, Barracuda e Luna lembram como foi o passado, perguntando de personagens do tempo em que Luna era apenas um guerrilheiro e Cuda um dos soldados do exército americano, que auxiliou a subida de Luna ao poder. Mas isso não interessa nem um pouco, já que Cuda está mais interessado em Wanda. E o pior é que a esposa de Luna não anda muito contente com seu casamento com o ditador, já que ele só quer saber de poder e do Che. E Cuda aproveita para contar como foi a subida de Luna ao poder e começar a tramar mais um plano. Afinal, ele tem um alvo.

Angelone descobre, da pior forma possível, que seu filho foi feito refém por Luna. Obviamente, ele não vai deixar nada barato. O que os dois não imaginam é que Cuda está com um plano que vai render muito dinheiro para ele. E é nesse momento, Ennis nos apresenta um homem (ou mulher) que vai ajudar Barracuda. Senhoras e Senhores: Fifty!

Fifty chega “causando” no aeroporto de Morricone. Num dos diálogos mais engraçados já feito por Ennis, ela (ou ele, eu já não sei mais como me referir....) pergunta se Luna lembra dele/a. Barracuda diz que não sabe, já que ele/a andou sofrendo algumas modificações. E o pior, Luna não lembra dela/e. Aliás, ele fica encantado por Fifty, o que deixa sua esposa Wanda completamente chocada.

Angelone também vai a Morricone City, acertar as contas com Barracuda e com Luna. Óbvio que a chegada dele é prevista e vigiada por nossos intrépidos agentes. Angelone entra em contato com a oposição ao regime vigente, que no caso é personificada por Josef Montserra, filho do último presidente socialista que foi deposto por Luna.

Ao anoitecer, Luna demonstra o quão está encantado com Fifty. Ennis é um gênio. A cena em que ele fala que é “El tigre” e diversas coisas que não posso citar (afinal, o Blog tem classificação livre) é simplesmente estupenda de tão engraçada. Forte candidata a cena mais engraçada do ano. Mas voltando à vaca fria, enquanto Luna e Fifty estão se entendendo, Barracuda e os demais armam um esquema ousado. Matar os dois grandes chefes (Luna e Angelone), colocar Wanda e Oswald no lugar deles, e restabelecer a conexão Morricone-Miaminovamente. Tudo isso porque Barracuda precisa pegar uma pessoa. Uma pessoa que tem uma caveira no peito.

Mas a calma noite é interrompida por um ataque promovido pelas forças da oposição. O ataque pega literalmente Luna de calças curtas (que corre para debaixo da cama como uma criança). Pórem, graças à intervenção de Fifty e Barracuda, o ataque é rechaçado. Mas, por pouco, a vida de Oswald não se perde. Graças a Cuda, o nosso querido Hemo está a salvo. Quem acaba não entendendo o que está acontecendo é Angelone, que planejou o ataque para verificar as defesas de Luna, mas como toda pessoa inteligente, ele tem um plano b.

É isso, meus amiguinhos. Mais dois capítulos da série mais engraçada que já saiu na MAX. Ennis continua detonando com tudo, mostrando personagens que não são comuns nas HQs, e um enredo divertidíssimo. Outro ponto forte são os desenhos “sujos” de Parlov, que colaboram com o bom desenvolvimento da história. Barracuda é a prova de que a MAX não precisa de zumbis para sobreviver.


Rafael Felga

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