Capitão América: Fogo Amigo

Nas duas últimas edições de Novos Vingadores vimos chegar à conclusão o primeiro arco pós-Invasão Secreta do novo Capitão América, símbolo agora carregado por Bucky Barnes. E além de seu passado como Soldado Invernal o assombrar, Bucky vai acabar descobrindo que o roubo às Nações Unidas tem a ver com muito mais do que seus tempos de agente soviético, pois envolvem também um amigo de um passado ainda mais distante.

Em Novos Vingadores 70, mais uma vez em um flashback, vemos uma das missões do Soldado Invernal em Pequim, 1m 1968, na mesma China onde ocorreu sua missão ao lado de Steve Rogers e do Tocha Humana na década de 40, vista na edição passada. Claro que, dessa vez, é um assassinato. Uma morte que mesmo o mandatário pensa em colocar em suas mãos apenas por falta de opções. O alvo era o mesmo professor Zhang Chin, que há duas décadas era um gênio adolescente salvo pelos agentes americanos em solo chinês.


Nos dias atuais, ao lado de Natália Romanova, a Viúva Negra, o novo Capitão América ouve do amigo de sua parceira, Ollie, que os deixou investigar o roubo na ONU que foi transferido para Madripoor como punição. O que só quer dizer que há algo muito sério nos dados roubados por Batroc. Algo que pessoas poderosas pretendem esconder, principalmente do Capitão América.

Preocupado se sabem de sua identidade, Bucky é confortado pela Viúva, que afirma que tanto Nick Fury quanto Tony Stark garantiram que tudo sobre ele fosse apagado de qualquer banco de dados disponíveis. Então, dividem o trabalho. Enquanto ela cuida de verificar informações a respeito do roubo, ele vai atrás dos homens empregados pelo mercenário Batroc.

E para Bucky foi bem fácil, já que envolveu coerção e agressão até que informantes esmigalhados dissessem algo de útil. Nada bonito de se ver. No processo, um homem o reconhece como o implacável agente soviético, mostrando que aquele passado do qual quer se redimir ainda tem suas utilidades. Para ser Capitão América Bucky está disposto a ser pragmático.


Longe dali, Batroc e alguns de seus homens torturam um cientista, o dr. Penfield, que trabalha nas Nações Unidas, em busca de informações muito precisas para o seu empregador.

Logo o cientista dá com a língua nos dentes, e o plano anda conforme o combinado. Além de localizarem o alvo, que estaria sendo transportado no dia seguinte, a armadilha preparada para o Capitão América é armada.

Nesse momento, investigando o mercenário chamado Griffin, sem saber, Bucky cai na arapuca como seus adversários planejaram.

O transporte do alvo de Batroc e seu empregador é efetuado na tarde seguinte, e como esperado, o saltador francês surge em meio ao comboio da ONU. E como eles mesmos desejavam, o Capitão América intercepta a ação.

Mais uma vez Batroc e o Capitão lutam, ao mesmo tempo em que os homens do mercenário se concentram na carga. Porém, logo Bucky percebe que seu oponente não o derruba e nem dá espaço suficiente para ser golpeado. Ele está sendo enganado. Ou melhor, enrolado.

A armadilha é percebida tarde demais, e o homem que entrava em contato direto com Batroc no bar na edição anterior surge, demonstrando ser bem mais poderoso que os dois que estavam ali. O Capitão é derrubado do caminhão no qual lutavam, e logo ouve do misterioso homem de chapéu e casaco que têm um passado em comum.


Voltando a Pequim na década de 60, vemos o professor Zhang Chin gravando algumas informações que demonstram a percepção precoce da exaustão ambiental do planeta, e como suas idéias eram consideradas perigosas, quando, de repente, surge das sombras o Soldado Invernal.

Ele logo o reconhece (porém não é recíproco graças à lavagem cerebral sofrida por Bucky) dos tempos da Segunda Guerra. Diante de um confuso assassino não parece haver tempo para muitas explicações pois também das sombras surge ninguém menos que o misterioso homem de sobretudo e chapéu, nos revelando de onde ele conhece Barnes.


Esse confronto é visto apenas a partir da edição 71 de Novos Vingadores, quando sabemos que o nome é tão misterioso quanto o todo o resto: o Homem Sem Rosto, fruto dos experimentos do cientista na década de 50, uma versão imperfeita do supersoldado chinês. Mesclado às sombras era muito menos homem e mais monstro. Um espião muito efetivo.

Tudo isso surpreende Bucky no presente, já que não esperava que aquele homem ainda estivesse vivo. Mas não há tempo de se preocupar em saber como ele está envolvido com aquilo tudo, e logo o Capitão América se preocupa em proteger a carga do comboio da ONU, pois sabe o quanto o Homem Sem Rosto é perigoso.

Porém, uma explosão abre o veículo, e enquanto o “fantasma” chinês cuida de Bucky, Batroc verifica o conteúdo. Em clara desvantagem, o Capitão América tenta se lembrar de como ele derrotou o oponente mais de 40 anos atrás. E sob a percepção do vilão de que ali não há mais um assassino, mas um herói, Bucky se lembra como tocar em um ser que perde a solidez de acordo com sua vontade, paralisando-o com uma descarga elétrica de seu braço esquerdo.


Logo a memória de como isso foi feito em 1968 vem à tona, e a lembrança de que é um oponente duro de se derrubar também. Bucky se lembra de como foi preciso fugir, e como na fuga acabou vendo um bizarro laboratório, onde aquele homem (salvo por ele quando menino) fazia terríveis experimentos com cobaias humanas, revelando-se mais monstruoso que qualquer assassino, que qualquer monstro criado ali.

Mais uma vez no presente, ao mesmo tempo em que a Viúva Negra se enoja com as informações que obtém, o Capitão América logo percebe que sua desvantagem é muito grande quando um helicóptero, ali para carregar a pesada carga, dispara contra ele, forçando-o a recuar.

Mas os esforços parecem fúteis, e, logo, enfrentando o recuperado Homem Sem Rosto e Batroc, o Capitão América não tem muito o que fazer.


À mercê do supersoldado chinês, que revela que o professor Chin ainda vive, o Capitão acaba salvo pela Viúva Negra, que se assusta com a surra que ele levou.

É a deixa para que o fantasma do passado e os outros fugissem com a carga. Uma arca de metal contendo nada menos que o corpo do Tocha Humana original. Tudo parece se encaixar.


Assim, Natália revela que era isso que a ONU estava estudando. Seus restos mortais. Era esse o alvo dos terroristas, e por isso o envolvimento de Bucky gerava temor. Mais tarde, estudando os dados, fica claro que ainda há muito o que fazer. Praguejando sobre a profanação do corpo de um herói de guerra, Bucky revela a ela o que viu no laboratório de Chin, apenas imaginando o que pode fazer com o Tocha.


Somando a isso o fato daquele andróide ser seu amigo no passado distante, ocultando parte do perigo que essa missão de Natália, a busca pelo corpo e a luta contra os terroristas que o raptaram se tornam prioritárias para o Capitão América. Assim, a busca pelo Tocha Humana o levará a encontrar a uma das poucas pessoas que ainda pode chamar de amigo.


João