sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Gavião Arqueiro: Vida de Cão

Ele já foi Flecha.  Agora é sortudo. Mas podem até chamar de Mozzarela. Não passa de um vira-lata e ainda guarda algumas sequelas de seu atropelamente. Você vai perceber que ele tem um olho que não abre direito. Ainda assim, é amado por seu novo dono. Gente boa, totalmente diferente dos anteriores. Foi ele quem o salvou. E agora ele é o cachorro do exímio vingador chamado Gavião Arqueiro.



O roteirista Matt Fraction é um daqueles caras que pode sair coisas bem ruins, mas que quase sempre nos surpreende com algo muito bom quando menos esperamos. E isso é o que acontece com sua mensal do Gavião Arqueiro. Quem conferiu a edição 11 da revista nacional (mesmo numero correspondente na original) vai ver aqueles exemplos de narrativa únicos. Tudo focado na interpretação do que o cãozinho tem do mundo ao seu redor – seus donos e suas confusões, a vizinhança e a bela cadelinha de uma das inquilinas do prédio e misteriosos homens suspeitos de assassinato.

Graças a David Aja, a narrativa simples toma ares bem completos e recheados de detalhes página a pagina. Sortudo, como todo cão, associa as pessoas a imagens, lembranças e sentimentso. Clint e sua ajudante Kate tem lá suas diferenças, mas bastante similares também. E talvez por isso eles até não se biquem tanto as vezes. Ah, e adoram café. Os vizinhos também vivem suas peculiaridades. E estranhamente o Grills (ou Gill?) não está mais lá.

Foi lá no telhado do prédio que ele encontrou o corpo do vizinho. Acompanhado da cachorrinha da vizinha, não foi difícil perceber o que aconteceu graças aos diversos cheiros do ambiente. Se dependesse dele todo caso estaria resolvido. Mais tarde, topou com aquela gangue local vestida com roupas de ginastica. Um deles era até seu antigo dono. E ainda bem que era. Dele só queria distancia.



Os policiais só vieram depois sobre a morte de Grills. Interrogaram o Gavião Arqueio, mas não devem ter avançado muito no caso. Mais tarde, quando Clint e Barton deixaram o prédio para uma festa (ou assim parecia), Sortudo ficou de vigília. Só saiu do seu posto pra acompanhar mais uma vez a cachorrinha da vizinha. Mas mesmo distraído foi capaz de pegar na botija o assassino de Grills e alguns caras da gangue invadindo o prédio.

Rolou uma briga rápida e ele levou até a pior. Acordou mais uma vez na casa da cachorrinha e para sua surpresa  a dona dela recebeu os criminosos com leite e bolachas. Num momento de distração, escapou dali e voltou para perto do seu dono. Todavia, para sua surpresa era um tempo de mudança. Kate, a aprendiz do seu dono estava de partida para um lugar distante chamado Costa Oeste. E ele iria acompanha-la.



Esta é uma edição de ouro. Faz juz a qualquer narrativa de Jack London em livro. E olha que já antecipo que Matt Fraction faz mais umas parecidas ao longo de sua fase na revista. E na próxima edição mais coisas curiosas sobre o passado do Gavião Arqueiro e seu irmão, o Flecha Certeira.

Coveiro

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