domingo, 12 de abril de 2015

Maratona 616: Top 10 Artistas do Demolidor



Seguimos então para a última lista da nossa Maratona deste fim de semana e encerramos com louvor já que estão a seguir 10 nomes pra lá de marcantes na vida do Demolidor. Como aconteceu com os roteiristas, selecionamos aqui não só pela arte, mas pela influência do trabalho de cada um no personagem. Então, vamos aos nossos TOP 10 Desenhistas:

10-Scott McDaniel
Particularmente, eu não tenho boas memórias da arte de McDaniel em seu período em Demolidor, mas isso provavelmente pode ser culpa da qualidade das publicações no Brasil. Seus traços eram bem estilizados, com uma dinamica de claro e escuro marcante, por vezes confusa, mas ainda assim ousado. Era algo que podia ficar extremamente bonito às vezes, mas esquisito outras. A fase em que cuidou do Demolidor também não foi das melhores, assinando os arcos "Os Mortos do Tentáculo" e "Caindo em Desgraça". Foi o responsável por criar o uniforme-armadura do Demolidor e acabou tendo criticas pesadas, inclusive dentro do editorial. Também desenhou a minissérie Elektra: Raízes do Mal e O crossover do Demolidor/Batman: Eye.


09 - Bob Brown
O falecido Bob Brown era um nome que acabou pouco conhecido, mas que deveria ser tão lembrado quanto muitos dos veteranos da sua época. Ele já estava no mercado desde de os tempos da timely e Atlas. Depois de um tempo na DC Comics, voltou para a novata Marvel nas revistas do Warlock e dos Vingadores (foi um dos desenhistas do confronto entre Vingadores e Defensores). Quando foi para o Demolidor, tornou-se o desenhista mais duradouro após a saida de Colan. Ficou de 1974 a 1977 desenhando a maioria das histórias e foi o responsável por introduzir o Samurai de Prata e o Mercenário nas histórias em Demolidor 111 e 131, respectivamente. Mesmo apesar dessa longa passagem, que inclui histórias até mesmo marcantes junto com Marv Wolfman e Steve Gerber, Brown era na época muito criticado pelos fãs e nunca conseguiu evoluir seu traço para algo considerado mais moderno pra época. Faleceu ainda nos anos 70 de cancer, tendo um de seus últimos trabalhos na revista dos X-Men.


08-Klaus Janson
Klaus Janson foi um dos grandes colaboradores da fase do Frank Miller no Demolidor e ajudou bastante o jovem promissor artista em sua carreira, quando completava as páginas inexperientes e inacabadas de Miller quando ainda eram roteirizados por Roger McKenzie. Ele já era arte-finalista da revista desde o número 124, cobrindo a arte do veterano Gil Kane em 1975, e permaneceu por lá até 1983 com o número 197. Lá pelo número 171, a série se tornou bimensal e o próprio Miller não estava mais dando conta de também fazer a arte. Com isso, passou apenas a entregar um Storyboard para seu arte-finalista que abraçou o título sendo agora o desenhista oficial. Lá pelo número 185, ele cuidou interinamente da arte e desde então tem se arriscado também como desenhistas em alguns materiais. Você pode ver um exemplo mais recente disso na recentemente lançada Demolidor: Fim Dos Dias, onde ele traz sua arte para lá junto com Maleev e Mack. Janson também foi o colorista da série Elektra Saga, desenhada pelo Miller em 1984.


07 - Joe Quesada
A história de Joe Quesada na Marvel todo mundo já deve conhecer e tudo se deve a sua aposta alta no selo Marvel Knight, no qual convidou uma série de novos talentos para cuidar de heróis menos blockbusters e colocá-los em histórias mais profundas e maduras. Ele mesmo cuidaria de uma dessas histórias ao lado de Kevin Smith num segundo volume do Demolidor. Assim, surgiu as oito edições do Diabo da Guarda, um clássico moderno da mitologia do herói. A influência de Quesada se tornou tamanha na arte do Homem sem Medo depois disso que não só os artistas, mas mesmo os cinemas tentaram emular os movimento do seu Demolidor e seu bastão-arpão. Pelos extras do filme, dá pra perceber que ele foi muito ativo como consultor da produção. Nos quadrinhos, mesmo com a saida de Smith, Quesada permaneceu na série, em parceria com David Mack nos roteiros. Só sairia do título lá pelo número 15, quando mais tarde começaria a fase de Bendis e Maleev no título. Quesada voltaria mais uma vez ao personagem em 2004 na minissérie Demolidor: Pai, que ele cuidaria da arte e roteiro.


06-Wally Wood
A passagem de Wally Wood na Marvel foi marcada por uma série de conflitos com o editorial, mas isso não repercutiu de forma negativa nas histórias. Convidado especialmente por Stan Lee para tomar o lugar e Everett e Orlando no Demolidor, Wally que já era bem consagrado na época deu um dinamismo único as histórias que certamente foram norteadores para que tanto o herói Demolidor como o Advogado Matt Murdock fossem algo além de apenas mais um super-herói fantasiado. Foi já a partir da sua terceira história que o Demolidor começou a usar o clássico uniforme vermelho, a mesma em que vemos o confronto lembrado até hoje do Demolidor com o  Namor. Wood também foi o responsável por criar os vilões Sr. Medo e Metalóide juntamente com Stan Lee. Mas a história mais lembrada dele certamente foi a que ele roteirizou - na edição 10, criou um drama político muito além da sua época envolvendo os coadjuvantes Foggy Nelson e Deborah Harris, além de introduzir o Controlador e sua gangue de vilões com fantasias de animais. Era uma história que ele começaria, mas não ficaria na Marvel para acabar. Bob Powell concluiria tudo na edição 11 após ele sair ao brigar com Stan.




05-Lee Weeks
O nome de Lee Weeks vai ser bem lembrado pelos leitores do Homem sem Medo nos anos 90. Foi lá que ele cobriu todo o arco "a Queda do Rei do Crime" juntamente com o roteirista Daniel G. Chichester. Depois de sua saída no número 300, voltou para mais uma edição no número 380 do Demolidor, o último número daquele volume. Desenhou alguns momentos clássicos durante sua passagem como o confronto com o Justiceiro e um encontro com a versão do Motoqueiro Fantasma do Danny Ketch.



04-John Romita Jr
Seguindo os passos do pai, repetindo o mesmo sucesso que fez com o Homem-Aranha, John Romita JR também teve sua passagem pelo Demolidor. A maioria deve conhecer já o seu trabalho com Frank Miller na minissérie O Homem sem Medo,que é considerado por muitos o Ano Um do personagem. Ele também cuidou da revista mensal do personagem a partir da edição 250 e foi até a 282 no título, deixando apenas três números que foram cobertos por nomes renomados como Ron Lim, Rick Leonardi e... Steve Dikto. Romitinha foi basicamente o mais marcante desenhista da fase da Ann Nocentti. Criou com ela a Mary Thiphoid e o Coração Negro. Escreveu arcos marcantes como o confronto do Demolidor com Mephisto, Ultron e os Capangas do Rei do Crime.



3-Alex Maleev
Por onde passa, Alex Maleev consengue mostrar o porquê de ser tão elogiado e provavelmente foi sua fase em Alias e Demolidor que pela primeira vez caiu no gosto dos leitores. Sempre acompanhado do roteirista Brian Michael Bendis, Maleev deu o grau certo das histórias voltando mais ao ambiente Noir e realista que o roteiro pedia. Sua primeira passagem no Demolidor, sai mais uma vez no Brasil na edição Deluxe Revelado. Depois de uma breve passagem de David Mack para contar uma história da Echo, Bendis e Maleev voltam pro Demolidor e seguem até a edição 81, fazendo participações especiais ainda no número 100, 500 e na minissérie Fim Dos Dias.


2- David Mazzucchelli

David Mazzucchelli tem uma parceria notória com Frank Miller, não só em seus trabalhos no Demolidor como também no Batman. Seu começo na Marvel foi ali mesmo, na edição 206 do Demolidor, quando era apenas um Fill-in e acompanhava Dennis O'Neil no curto espaço de tempo em que Frank Miller estava fora da Marvel. Logo em seguida, foi chamado pra edição 208 onde permaneceu por mais 10 edições onde confrontava o assassino Gael e o Micah Synn . Após um breve intervalo, com a volta de Miller a Marvel foi chamado a desenhar de novo a revista da edição 220 a 233, excetuando-se um número. Dali nascia o material de Reborn, que no Brasil ficou conhecido como A Queda de Murdock, uma das mais notórias história do Demolidor até os dias de hoje.


1-Gene Colan

Tivemos alguns grandes nomes nas primeiras passagens das histórias do Demolidor quando ainda era escrito por Stan Lee, mas foram todas muito breves e nenhuma deles conseguiu deixar a marca que Gene Colan pontuou no Homem sem Medo. Foi marcado por ser o terceiro mais importante artista da Marvel dentre os veteranos, muitas vezes desafiando Stan Lee ao permanecer com seu próprio estilo e não emular ninguém. Assim, ganhou o respeito nas primeiras histórias que fez a partir da número 20 do primeiro volume e ficou por mais de 80 edições (nem sempre seguidas) para além da centésima, além da primeira anual do herói. Voltou outras vezes a revista para desenhar 10 edições nos anos 70 e mais 8 nos anos 90.

Gene Colan acompanhou Lee, Thomas e Cornway em praticamente todas as fabulosas e criativas primeiras 100 histórias do Homem sem Medo. Criou os vilões Polichinelo, Homem-Touro e Torpedo. Fez crossovers clássicos com o Capitão America, Thor, Doutor Destino e engatou a parceria com a Viúva Negra que perdurou inúmeras edições, muito além de sua passagem até. E além da sua arte nos interiores que mostrava-se cada vez mais única e merecedora de elogios, Colan se destacava por apresentar capas extremamente criativas e bonitas em relação ao que se via nos anos 60. Por isso, antes de todos os nomes que passaram pelo título, é a ele que os fãs do Demolidor devem agradecer pelo herói ter chegado onde chegou.



Bill Everett criou o personagem, tem todo o seu mérito de ser citado aqui e talvez até pudesse ocupar uma posição se não tivesse feito apenas a primeira edição. Sua ÚNICA edição. Seus desenhos, pra mim, ainda são estupendos até hoje. Na mesma onda, Joe Orlando mais que merece ser citado por cobrir o título até a providencial vinda de Wally Wood.

Assim como o filho, John Romita Sr também teve sua passagem pelo Demolidor antes de pular de vez pro Homem-Aranha. Há quem diga que sua passagem pelo título foi um breve teste que o Stan Lee estava fazendo com ele para logo logo o substituir por Steve Dikto.

Alguns vão me xingar por colocar o Frank Miller de fora, mas não terei dor na consciência. Afinal, ele tem lugar certo como o melhor roteirista até os dias de hoje e muitos sabem que seus desenhos na época recebiam um cuidado especial de Klaus Janson, seu arte-finalista. E como Klaus está em nossa lista, ele representará bem o conjunto da obra.

O mesmo vale pra o David Mack, que é um artista de alta ponta, mas passou pra lista de roteiristas e vagou assim espaço para que Joe Quesada tomasse seu lugar.

Nomes mais recentes como Mark Lark e Stefano Gaudino acompanharam a fase de Ed Brubaker no Demolidor e são realmente dignos de nota. O mesmo vale para Roberto de La Torre e o italiano Marco Checchetto que encerraram o volume 2 durante a fase de Andy Diggle. Nestes últimos volumes, Mark Waid tem trabalhado com uma infinidade de colaborações, mas são os nomes de Paolo Rivera, Chris Samne, Javier Rodriguez e Marcos Martin que mais saltam aos olhos.

Coveiro

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