Após meses e meses de antecipação, o confronto que se anunciava finalmente acontece. De um lado, Loki, Wiccano, Gaviã Arqueira, Marvel Boy, Prodígio e a sempre incrível Miss América. Do outro, o parasita extradimensional Mãe, a misteriosa criatura usando o uniforme do Patriota, a asgardiana Leah e a cabala de ex-namorados dos Jovens Vingadores. E esses são só os combatentes centrais, mas não são nem a metade dos heróis e vilões em combate...
Por cortesia do enorme atraso deste que vos escreve (e peço perdão por isso), este artigo resume não um, mas os dois arcos finais de Jovens Vingadores. O primeiro, com roteiro Kieron Gillen e arte de Jamie McKelvie, foi publicado nas edições 014 e 015 de Homem de Ferro & Thor e mostrou a batalha propriamente dita entre os jovens heróis e seus inimigos. Por jovens heróis, diga-se de passagem, não estou falando só dos Jovens Vingadores: para enfrentar o exército que Mãe formou com as contrapartes do grupo vindas de outras dimensões, Prodígio enviou algumas mensagens de texto e recrutou todo super-herói adolescente que estava disponível. Ainda bem, porque os super-heróis adultos estavam suscetíveis à influência de Mãe: quanto mais longe, melhor.
Enquanto seus aliados enfrentavam o exército de Mãe na Terra, os Jovens Vingadores foram à dimensão da criatura tentar detê-la e salvar Hulkling. Mãe e Wiccano se envolveram em um duelo místico, enquanto Prodígio atacava o “Não Patriota”, Noh-Varr escolheu a pior hora possível para contar a Kate que ainda queria ficar com sua ex Oubliette, e América mostrou ao Nulificador Total que não precisa de superforça quando pode apenas acertar um chute bem dado.
Mas a situação era bastante desfavorável, até que Loki confessou todos seus pecados (...bom, todos os recentes, pelo menos): o acordo que fez com Mãe e a quebra do acordo, a manipulação de Billy, tudo para ter controle sobre as regras da magia que Wiccano poderia vir a reescrever. Pior: em sua forma infantil, o asgardiano realmente queria ser alguém melhor... mas ao se tornar um jovem adulto, ele “matou” sua versão mais nova, admitindo ser indigno da confiança de todos. Satisfeita com a humilhação de seu desafeto, Leah partiu, levando a liga dos ex-namorados com ela.
Com o “Não Patriota” não demonstrando interesse em lutar, sobrou Mãe, prestes a devorar Billy e seus poderes. Para ajudá-lo, Prodígio aconselhou Hulkling a procurar o namorado – e, quando Teddy questionou se seu amor por Billy não seria efeito inconsciente causado pela magia dele, a resposta de David disse tudo: “Um poder mágico que alguém tem sobre você sem nenhum motivo que consiga justificar realmente, mas que jorra através de você até cada célula sua desejar o toque dele? O que acha que é o amor?”
E, com o suporte e o amor de Teddy, Wiccano foi capaz de desintegrar Mãe e se tornar o Demiurgo, com poder para fazer qualquer coisa. Mas, como diria o Homem-Aranha, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades... e, percebendo que ainda não tem toda a responsabilidade necessária para saber usar seus poderes, Billy decidiu que ainda não é hora de ser o Demiurgo e voltou ao que era. A guerra foi vencida, o mundo foi salvo, os adultos estão livres do controle de Mãe e tudo parece estar bem: é hora de cair na balada!
E é a comemoração que vemos no arco final da série, publicado nas edições 016 e 107 de Homem de Ferro & Thor. Gillen ainda se mantém nos roteiros, mas McKelvie divide a arte com vários artistas, como Matthew Wilson, Emma Vieceli, Lee Loughride, Christian Ward, Annie Wu, Jordie Bellaire, Becky Cloonan, Ming Doyle, Maris Wicks e Joe Quinones... ufa! As mudanças na arte acontecem entre uma cena e outra (e há várias cenas nesse arco), então não é algo que eu considere incômodo.
A festa, vejam só, coincidiu com a chegada do Ano Novo. E muita coisa aconteceu nela: Kate e Noh-Varr terminaram o namoro. Billy e Teddy reataram o deles, pra valer. América revelou para os leitores (mas não para Billy) o motivo de seu interesse por ele: ela é nativa de um mundo alternativo repleto de princesas, criado pelo Demiurgo (Wiccano, no futuro), de onde ela fugiu ao descobrir que suas mães morreram – infelizmente, ela concluiu que seu criador é “só mais um idiota”.
Ao sair da festa, David encontrou Loki, decidido a se afastar do mundo por saber que acabaria traindo seus colegas, e depois o “Não-Patriota”. O primeiro teve sua cantada recusada pelo ex-mutante. O segundo, sem cantadas, acabou beijado após Prodígio deduzir que a figura é ele mesmo no futuro, tendo sacrificado sua existência para voltar no tempo e garantir que a equipe fizesse o que era preciso. Se o palpite estava certo, ninguém sabe, mas o beijo fez o Não Patriota sumir – e, em seu lugar, Tommy Shepherd, o Célere (que tinha desaparecido faz tempo, lembram?) voltou, e já chegou chamando Kate para dançar.
Algumas horas após a virada do ano, o grupo se despediu dos outros jovens e chegou a algumas constatações interessantes. Primeiro, que todos os rapazes da equipe gostam ou não se importam de beijar outros rapazes, mas Miss América prefere beijar garotas. Quando Kate perguntou se era a única hétero da equipe, a latina extradimensional respondeu na hora: “Já vi como você olha pra mim. Não é tão hétero”. Segundo, que mesmo com o fundador do grupo fora dele e com Kate e Noh-Varr separados, os Jovens Vingadores continuam. Sua primeira missão no ano novo: arranjar café da manhã. E terceiro: Loki pode não estar mais na equipe, mas sempre vai guardar na memória – e no Instagram – seu período como Jovem Vingador...
Assim termina a série dos Jovens Vingadores na era da Nova Marvel. Uma pena ter terminado tão cedo, mas segundo Gillen essa sempre foi a intenção, para evitar que a história se esticasse e precisasse de “tapa-buracos”. Apesar disso, foi gratificante ver um trabalho tão diferente, seja na linguagem jovem, nas referências constantes a redes sociais, hashtags e cultura pop em geral e na arte metalinguística – vide Wiccano como o Demiurgo andando sobre páginas de edições anteriores da série. E vale lembrar, a equipe continua junta, então eles sempre podem reaparecer. Esperemos que, quando isso acontecer, a próxima equipe criativa os use com o mesmo carinho que esta aqui fez.
Por cortesia do enorme atraso deste que vos escreve (e peço perdão por isso), este artigo resume não um, mas os dois arcos finais de Jovens Vingadores. O primeiro, com roteiro Kieron Gillen e arte de Jamie McKelvie, foi publicado nas edições 014 e 015 de Homem de Ferro & Thor e mostrou a batalha propriamente dita entre os jovens heróis e seus inimigos. Por jovens heróis, diga-se de passagem, não estou falando só dos Jovens Vingadores: para enfrentar o exército que Mãe formou com as contrapartes do grupo vindas de outras dimensões, Prodígio enviou algumas mensagens de texto e recrutou todo super-herói adolescente que estava disponível. Ainda bem, porque os super-heróis adultos estavam suscetíveis à influência de Mãe: quanto mais longe, melhor.
Enquanto seus aliados enfrentavam o exército de Mãe na Terra, os Jovens Vingadores foram à dimensão da criatura tentar detê-la e salvar Hulkling. Mãe e Wiccano se envolveram em um duelo místico, enquanto Prodígio atacava o “Não Patriota”, Noh-Varr escolheu a pior hora possível para contar a Kate que ainda queria ficar com sua ex Oubliette, e América mostrou ao Nulificador Total que não precisa de superforça quando pode apenas acertar um chute bem dado.
Mas a situação era bastante desfavorável, até que Loki confessou todos seus pecados (...bom, todos os recentes, pelo menos): o acordo que fez com Mãe e a quebra do acordo, a manipulação de Billy, tudo para ter controle sobre as regras da magia que Wiccano poderia vir a reescrever. Pior: em sua forma infantil, o asgardiano realmente queria ser alguém melhor... mas ao se tornar um jovem adulto, ele “matou” sua versão mais nova, admitindo ser indigno da confiança de todos. Satisfeita com a humilhação de seu desafeto, Leah partiu, levando a liga dos ex-namorados com ela.
Com o “Não Patriota” não demonstrando interesse em lutar, sobrou Mãe, prestes a devorar Billy e seus poderes. Para ajudá-lo, Prodígio aconselhou Hulkling a procurar o namorado – e, quando Teddy questionou se seu amor por Billy não seria efeito inconsciente causado pela magia dele, a resposta de David disse tudo: “Um poder mágico que alguém tem sobre você sem nenhum motivo que consiga justificar realmente, mas que jorra através de você até cada célula sua desejar o toque dele? O que acha que é o amor?”
E, com o suporte e o amor de Teddy, Wiccano foi capaz de desintegrar Mãe e se tornar o Demiurgo, com poder para fazer qualquer coisa. Mas, como diria o Homem-Aranha, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades... e, percebendo que ainda não tem toda a responsabilidade necessária para saber usar seus poderes, Billy decidiu que ainda não é hora de ser o Demiurgo e voltou ao que era. A guerra foi vencida, o mundo foi salvo, os adultos estão livres do controle de Mãe e tudo parece estar bem: é hora de cair na balada!
E é a comemoração que vemos no arco final da série, publicado nas edições 016 e 107 de Homem de Ferro & Thor. Gillen ainda se mantém nos roteiros, mas McKelvie divide a arte com vários artistas, como Matthew Wilson, Emma Vieceli, Lee Loughride, Christian Ward, Annie Wu, Jordie Bellaire, Becky Cloonan, Ming Doyle, Maris Wicks e Joe Quinones... ufa! As mudanças na arte acontecem entre uma cena e outra (e há várias cenas nesse arco), então não é algo que eu considere incômodo.
A festa, vejam só, coincidiu com a chegada do Ano Novo. E muita coisa aconteceu nela: Kate e Noh-Varr terminaram o namoro. Billy e Teddy reataram o deles, pra valer. América revelou para os leitores (mas não para Billy) o motivo de seu interesse por ele: ela é nativa de um mundo alternativo repleto de princesas, criado pelo Demiurgo (Wiccano, no futuro), de onde ela fugiu ao descobrir que suas mães morreram – infelizmente, ela concluiu que seu criador é “só mais um idiota”.
Ao sair da festa, David encontrou Loki, decidido a se afastar do mundo por saber que acabaria traindo seus colegas, e depois o “Não-Patriota”. O primeiro teve sua cantada recusada pelo ex-mutante. O segundo, sem cantadas, acabou beijado após Prodígio deduzir que a figura é ele mesmo no futuro, tendo sacrificado sua existência para voltar no tempo e garantir que a equipe fizesse o que era preciso. Se o palpite estava certo, ninguém sabe, mas o beijo fez o Não Patriota sumir – e, em seu lugar, Tommy Shepherd, o Célere (que tinha desaparecido faz tempo, lembram?) voltou, e já chegou chamando Kate para dançar.
Algumas horas após a virada do ano, o grupo se despediu dos outros jovens e chegou a algumas constatações interessantes. Primeiro, que todos os rapazes da equipe gostam ou não se importam de beijar outros rapazes, mas Miss América prefere beijar garotas. Quando Kate perguntou se era a única hétero da equipe, a latina extradimensional respondeu na hora: “Já vi como você olha pra mim. Não é tão hétero”. Segundo, que mesmo com o fundador do grupo fora dele e com Kate e Noh-Varr separados, os Jovens Vingadores continuam. Sua primeira missão no ano novo: arranjar café da manhã. E terceiro: Loki pode não estar mais na equipe, mas sempre vai guardar na memória – e no Instagram – seu período como Jovem Vingador...
Assim termina a série dos Jovens Vingadores na era da Nova Marvel. Uma pena ter terminado tão cedo, mas segundo Gillen essa sempre foi a intenção, para evitar que a história se esticasse e precisasse de “tapa-buracos”. Apesar disso, foi gratificante ver um trabalho tão diferente, seja na linguagem jovem, nas referências constantes a redes sociais, hashtags e cultura pop em geral e na arte metalinguística – vide Wiccano como o Demiurgo andando sobre páginas de edições anteriores da série. E vale lembrar, a equipe continua junta, então eles sempre podem reaparecer. Esperemos que, quando isso acontecer, a próxima equipe criativa os use com o mesmo carinho que esta aqui fez.