quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Homem-Aranha: Caído entre os Mortos

Por um bom tempo, os fãs do herói mais popular da Marvel viram seu amado personagem passar por uma fase morna, sem nenhuma passagem marcante ou mesmo uma história intrigante como sempre acontecia nos seus primeiro trinta anos de existência. Algumas mais extremistas poderiam apontar que a personagem poderia já estar com sua imagem desgastada e, com isso, sempre surge o temor da reformulação.

Caído entre os Mortos!

Contudo, em 12 edições, o aclamado escritor Mark Millar provou que o Homem-Aranha poderia render uma boa diversão ao leitor com uma narrativa envolvente e deixando importantes repercussões pro futuro. Reunidos em um encadernado de luxo, Homem-Aranha: Caído entre os Mortos fez parte de um dos melhores projetos do teioso neste novo milênio, colocando-o como uma publicação do selo Marvel Knight.

Caído entre os Mortos!

Apesar de facilmente ser pontuada na cronologia atual, Millar permitiu que a história pudesse ser acompanhada por qualquer leitor com pouco conhecimento do aranha nos últimos anos ou mesmo quem mal tem noção de suas histórias no gibi. Os pilares da mitologia aracnídea permanecem e são facilmente encaixados na história – a velha tia May (agora ciente do segredo do sobrinho), a amada Mary Jane (sempre apoiando nos momentos mais difíceis) e o atrapalhado herói, Peter Parker (tendo que se sustentar como professor faz algum tempo).

E sem esquecer a importância do vínculo entre esses três, uma trama é montada sabiamente por Millar para durar todo o ano que foi escalado para o título. Tudo começa com uma acirrada luta do Aranha com seu arqui-inimigo Duende Verde, que termina com a prisão do vilão. Contudo, o sabor da vitória logo se esvai de Peter quando u telefonema de um desconhecido revela que a sua amada tia foi seqüestrada.

Então, têm início a busca de Peter pela vida de May. A grande história se desenrola em partes menores, trazendo tanto velhos inimigos do teioso como visitando estimados companheiros como Vingadores, os X-men e a Gata Negra.

Caído entre os Mortos!

“Caído entre os Mortos”, que dá nome ao especial, é a primeira das três partes contando com quatro revistas. Nela, Peter descobre sobre o seqüestro e praticamente enlouquece, correndo atrás de pistas quase sem fundamentos que o levam para outros de seus vilões clássicos. O segundo arco chama-se “Venenoso” e conta praticamente uma história paralela focada em Eddie Brock e sua decisão em se livrar de uma vez por todas do simbionte alienígena. Para tal, Brock decide leiloá-lo e, uma vez ciente disso, Peter vai fazer de tudo para que não caia em mãos erradas. Por fim, “Heróis da Resistência” revela os responsáveis pelo seqüestro e, por fim, consegue unir de uma forma coerente os grande inimigos do cabeça de teia de uma vez só, como os “Doze Sinistros”.

Caído entre os Mortos!

Ao longo de toda a narrativa, Millar consegue nos fazer sorrir com os bons diálogos e pequenas surpresas que podem surgir a cada página virada. Algumas mudanças que nela aconteceram permanecem até os dias de hoje, como Mac Gargan (ex-escorpião) tomando o fardo como o novo Venom. E o final vai do emocionante ao surpreendente, com uma carta magnífica escrita com toda estima por Norman Osborn ao seu eterno inimigo, o Homem-Aranha.

Caído entre os Mortos!

São 294 páginas presenteadas ao leitor não só com o bom roteiro do escocês, mas desenhadas por nomes consagrados da indústria dos quadrinhos como o casal Terry e Rachel Dodson e o famoso desenhista de beldades, Frank Cho. Uma edição que marcou em seu tempo, provando que as boas histórias do Aranha podem estar aí a qualquer momento, basta competência para contá-las.

Coveiro

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