terça-feira, 21 de outubro de 2008

Biblioteca Histórica Marvel: Homem-Aranha

*Artigo escrito por nosso colaborador Diogo Luque

Há exatos 46 anos, em agosto de 1962, chegava às bancas no último número da revista Amazing Fantasy uma história que viria a revolucionar os quadrinhos. A história de um herói nerd adolescente (!?), que ganhou superpoderes ao ser mordido por uma aranha radiativa (!?!?) e aprendeu que grandes poderes trazem grandes responsabilidades ao ver o tio morrer (?!?!?!). E a Panini nos traz esta e as outras nove primeiras histórias do Homem-Aranha na Biblioteca Histórica Marvel: Homem-Aranha Volume 01.

Biblioteca Aranha

Essas são SÓ as histórias do Aranha que definiram as principais características do personagem. Stan Lee estava desenvolvendo ainda o universo Marvel e, junto com Steve Ditko, criou os elementos principais da mitologia do herói. A importância dessa edição é tal que há não só sua origem como seus principais coadjuvantes e vilões.


Biblioteca Aranha

Ele já estreou perdendo seu tio e criando seu famoso lema, “Grandes poderes trazem grandes responsabilidades”, numa seqüência de cenas de origem que só não deve ter sido mais reproduzida que o assassinato dos pais do Batman.


Biblioteca Aranha


Lee e Ditko investiram bastante no traço humano do Aranha, fazendo-o bastante diferente de tudo visto até então. O personagem cometia erros diversos: negou-se a socorrer um policial, tentou usar seus poderes para ganhar dinheiro (pedindo salário para ser membro do Quarteto) e era bastante arrogante no uso de seus poderes. Peter, por outro lado, preocupava-se exageradamente com sua frágil e endividada tia May, era um nerd excluído dos círculos sociais da escola pelo inimigo Flash Thompson, explorado pelo patrão JJ Jameson e sofria com o namoro com Betty Brant. E todos esses personagens contribuíram bastante para a complexidade da vida do herói.

Biblioteca Aranha

E, tão importantes quanto os personagens são seus vilões. Essa 10 edições nos trouxeram os mais memoráveis, como Abutre, Dr. Octopus, Homem-Areia, Camaleão e Lagarto. Também vimos as primeiras aparições dos Executores e do Consertador, além de uma inusitada batalha contra Dr. Destino. E foi já nesse início de carreira que o Aranha e o Tocha Humana iniciaram uma série de parcerias/rivalidades numa estranha amizade que perdura até hoje.

Biblioteca Aranha

Essas histórias não carregam só um clima de nostalgia. É pura qualidade, reconhecida até hoje. Tanto que a Marvel tenta agressivamente devolver Peter Parker ao seu status quo de 40 anos atrás, sem um décimo do sucesso que elas tinham, logicamente.

É uma edição que merece se lida (ou relida) e vale a pena ser comprada, muito mais que as edições atuais do Aranha, inclusive.

Diogo Luque

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