segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Espécie em Extinção: Indo cada vez mais a fundo... no poço

Escrúpulo. Substantivo masculino que significa “meticulosidade no cumprimento do dever”, “delicadeza de caráter”. Algo que limita os homens, torna o mundo um lugar habitável, torna as relações aceitáveis, etc. A maioria das pessoas o tem... em graus diferentes, é verdade. Na ciência, escrúpulo é algo essencial, sem ele, não há ética, não há limites. E, ciência sem limites, sem ética, é o mais fundo em um poço que um homem pode chegar com sua humanidade. Hank McCoy vai descobrir até onde vão seus escrúpulos.

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Na edição 82 de X-Men temos mais um bloco de histórias da saga “espécie em extinção”, onde Fera luta desesperadamente para salvar o Homo superior de sumir da face da terra depois do dia M. Tais histórias foram publicadas em separado em diversas revistas americanas e, nesta edição, vemos seis blocos delas que nos levam cada vez mais perto de decisões para a espécie mutante. Aliado ao Fera Negro da era de apocalipse, como vimos, nosso Fera está cada vez mais baixo em seus escrúpulos, após ter pedido ajuda as mentes mais brilhantes, porém psicopatas, do universo, ele se alia a sua versão maligna e, esse sim, sem ética alguma.

O primeiro passo, nesta edição é um soro que o McCoy Negro dá a sua versão conhecida por nós para que se intere dos acontecimentos de onde ele veio. Ele toma e vê os horrores que sua contraparte da outra realidade havia feito. Experiências em mutantes é só a ponta do “iceberg” pra terem uma idéia. É tudo transtornante, mas não há tempo para lamentações. Fera Negro quer sua parte no trato e sua pergunta é sobre o paradeiro de Jean e Nate Grey (ambos com papéis importantes em sua realidade) e não basta saber que morreram em se tratando de Greys, tem que se saber como. Fera conta, mas isso fica pra trás, eles tem de seguir.

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Em uma base nuclear que contém o “útero negro”, Hank, cada vez mais, percebe o quão terrível era o trabalho de seu outro eu, o quão sem limites e horrendo eram suas experiências. Eles chegam a um laboratório secreto de Sinistro que apenas Fera Negro e o próprio tinham conhecimento do conteúdo do local, e está sob vigilância da SHIELD. Ou estava. O que encontram são agentes mortos e nada do que procuravam, Sinistro já havia apagado todos os dados sobre bebês mutantes ou qualquer outra informação relevante. Pelo visto, ele também está atrás de uma resposta, mas até Fera Negro sabe que não é bom confiar em seu tipo de ajuda para o Homo Superior...

A próxima idéia de “Hank-era do apocalipse” é escavar os mortos em Genosha e... Dissecá-los. Mas ele havia prometido que não machucaria nenhum ser vivo, então, promessa cumprida até agora. Mesmo assim, McCoy se vê cada vez mais fundo no poço da ética, no entanto não pára. Quando passamos os limites é difícil voltar atrás e ele nem se estranha de achar várias coisas “fascinantes” no processo. Como o fato de um mutante que morreu no dia M ao perder seu dom de voar, mas manter as asas. Em uma discussão sobre como a permanência das alterações morfológicas continuam após o sumiço do gene X e se de fato ele sumiu ou se apenas não conseguem encontrá-lo (acreditem, isso acontece muito!), Fera Negro traz uma resposta nada confortante: o computador analisou os dados de Dra. Rao e o gene X não está presente na vasta maioria, vivos ou mortos, como se tivesse sido extinto realmente.

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Isso não é muito bem aceito por McCoy 616 que extravasa sua decepção em pancadaria com sua contraparte, que apenas diz uma verdade dolorida, tudo que Hank teve na vida está afundando, inclusive a ciência, sua tábua de salvação, não pode resolver tudo. Frustrante, claro. Mas nem Fera maligno gosta de falhar e eles precisam de mais um plano B, C, D... seja lá em qual estão. Eles então, com ajuda de Bishop, vão atrás de um vendedor de MGH, o hormônio de crescimento mutante já que, depois do dia M, os traficantes devem ter alguma forma de conseguir DNA. Maaas, como sempre, o beco é sem saída e o traficante está sem amostras de material genético mutante, todos genes X sumiram nas amostras velhas e ele só pode contar com doadores novos, o que leva a uma oferta nada agradável. Cinqüenta mil por litro de sangue de Fera e Bishop, isso não soa muito bem ao X-Man que voa pra cima do vendedor, afinal, tudo tem limite e ele ainda possui algum escrúpulo em seu ser.

Ao questionar por que Bishop está tão tranqüilo quanto ao destino mutante, ele responde ser porque veio do futuro e lá havia mutantes. Mas Bishop não entende, como explicado por McCoy, que vem de um futuro alternativo... mas eis que no meio de sua explicação faz-se uma luz. A resposta pode estar nos futuros! Ele recorre então a outra pessoa: Forge. Sua teoria é que todos os que vieram de futuros alternativos para a terra 616 mantiveram seus poderes após o dia M. Ele acha que, de algum modo, havia uma proteção, mas Forge diz que entende de energia cronal e magia, e nenhuma é proteção contra a outra. Mas ele havia construído um aparelho, desde que Nimrod o atacou (em Novos Mutantes) que seria uma espécie de cérebra de mutantes em realidades alternativas. Acontece que, após o dia M, todas as linhas que mostravam o Homo superior em futuros alternativos estão em branco, como se esses futuros com mutantes tivessem deixado de existir.

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Mais um beco sem saída, mais uma frustração para Hank, que sai bruscamente de lá dizendo que ninguém pode ajudá-lo. Ou melhor, só sua contraparte pode. Então chega a teoria mais interessante: Feiticeira Escarlate destruiu o gene X, mas, provavelmente, não o fez com sua origem, o Homo sapiens. Mas, se mutações são raras, como achar o humano normal certo?? Henry sabe onde encontrar... a pessoa que mais gerou mutantes nessa vida, Sra. Lucinda Guthire.

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Enquanto Hank McCoy tenta convencê-la de porque precisa de uma amostra de seu DNA (já que, de dez filhos dela, cinco eram mutantes), Fera Negro vai ter uma conversinha com um dos Guthires que, obviamente, inveja os irmãos e espera que seu “poder” seja ativado logo enquanto treina em uma “sessão de tiros imaginários”. Sra. Guthire nega a ajuda, pra ela, os poderes de seus filhos são uma maldição, esperar saber se algum ainda manifestará poderes é como esperar um filho ser enviado a guerra, e muitos deles já voltaram em caixões. Mas a conversa é interrompida pela filha que pede socorro, pois algo estranho aconteceu com seu irmão, Lewis, que conversava com o outro McCoy. Na conversa, o cientista sem escrúpulos convenceu o menino a tomar algo que teoricamente ativaria seu gene X se o tivesse. Claro, que o menino aceitou, mas o que encontram é uma imagem perturbadora do menino morto (ou quase) nos braços de Fera Negro que simplesmente diz: “O que me diz Henry? Tentamos com alguma das garotas agora?”.

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É isso que acontece quando perdemos os limites, a ética, os escrúpulos. Vendemos nossa alma ao diabo, brincamos de ser Deuses. E brincar com vidas humanas nunca vale a pena. Se Hank chegou ao fundo do poço ou se ainda pode descer mais, saberemos mais pra frente na continuação de Espécie em Extinção!

Cammy

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