sexta-feira, 6 de julho de 2012

Maratona 616: Top 10 Histórias do Homem-Aranha

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Desde 1962, o
Homem-Aranha é um dos personagens mais queridos e importantes da Marvel. Por conta disso, os últimos 50 anos foram cheios de histórias, sagas e aventuras do herói aracnídeo. Segurem-se nas cadeiras, porque é delas que este Top 10 vai falar.

10- O Casamento

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Em 1987,
Stan Lee resolveu casar Peter Parker e Mary Jane Watson em sua tirinha do Homem-Aranha. Os editores das revistas do aracnídeo gostaram da ideia e tornaram a união realidade também no universo dos quadrinhos. Alguns números antes, MJ é obrigada a lidar com seu violento pai e, junto da irmã, consegue fazê-lo ser preso. Percebendo que foge de compromissos porque cresceu nessa realidade, ela decide não mais deixar que isso fique em seu caminho e aceita o pedido de casamento de Peter, o qual ela havia recusado anteriormente.

O que nos leva à revista Amazing Spider-Man Annual #21 (ou Homem-Aranha #100, de Ed. Abril, no Brasil), onde ocorre o casamento. A história narra os últimos dias antes da união, com Peter temendo seu novo papel de provedor de um lar e até tendo um pesadelo no qual seus inimigos atacam Mary Jane e ele não pode fazer nada para impedir. MJ, por outro lado, é tentada por um ex-namorado a ir para Paris em vez de casar-se, enquanto pensa na vida de menos luxo e badalação que passará a ter. As dúvidas de ambos prosseguem e, já estando atrasados para a cerimônia, os dois aparecem, demonstrando que a expectativa de uma vida juntos supera seus pequenos medos e dúvidas. Ao fim, os dois ainda aproveitam as passagens para Paris para a lua de mel!

Além de mostrar bem os dois personagens em sua individualidade e elementos típicos das histórias do Aranha, como seu medo em expor entes queridos ao perigo, a história ainda conta com momentos interessantes. Como, por exemplo, quando J. Jonah Jameson reclama da festa armada no escritório do Clarim Diário para celebrar o vindouro casamento e, depois que Peter sai, diz que cortará o pagamento de todos que não compareceram. Uma ótima demonstração do caráter do bondoso e rabugento JJ.

9- Caído Entre os Mortos

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O Homem-Aranha ganhou, em 2004, uma revista mensal no selo Marvel Knights, linha mais madura cujo intuito era trazer grandes criadores dando nova perspectiva aos heróis, com histórias mais livres e cheias de importância. Nas 12 primeiras edições, Mark Millar monta uma saga que envolve elementos clássicos do aracnídeo de forma inovadora e empolgante. O Aranha finalmente consegue mandar Norman Osborn pra cadeia, mas logo tem de lidar com o sequestro de sua tia May, parte do jogo de Osborn para que o herói o tirasse de trás das grades. O vilão ainda conta com vários adversários clássicos do Homem-Aranha trabalhando pra ele, no novo grupo dos Doze Sinistros. Com uma excelente galeria de personagens, momentos importantes para o universo Marvel e um narrativa de alto nível, Caída Entre os Mortos é o épico mais recente do Homem-Aranha.

8- A Morte de Jean DeWolff

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De autoria de Peter David, esta história de quatro partes do final de 1985 e início de 1986 é marcada por questionamentos e uma visão realista da sociedade. Jean DeWolff era uma policial que mantinha certa relação de amizade com o Homem-Aranha e seu frio assassinato é o principal ponto de partida para a história, que gira em torno da caça ao assassino, o Devorador de Pecados. A trama conta com a participação especial do Demolidor, que tem seu mentor, o juiz Rosenthal, assassinado pelo mesmo vilão, que mata também um padre e proclama ter a missão de eliminar os pecadores e os que são tolerantes com eles. No desenrolar da trama, após um perturbado vizinho do assassino pensar ser o Devorador de Pecados, os heróis descobrem que o vilão é o policial Stan Carter, amigo de DeWolff que vinha ajudando o Homem-Aranha na investigação e que ele estava prestes a assassinar J. Jonah Jameson.

Furioso por, além de tudo, ter confiado em Carter, o Aranha o espanca e precisa ser impedido de continuar pelo Demolidor. Ao ser levado sob custódia, o assassino acaba cercado por uma multidão a fim de linchá-lo. O Demolidor tenta salvá-lo e o Homem-Aranha, cego de ódio, quase abandona os dois, salvando-os apenas quando o herói cego o chama de Peter. A SHIELD alega que Carter estava sendo cobaia de experimentos de uma nova droga que teria causado seu estado mental alterado e é inocentado.

Esse fato traz de volta o questionamento que o arco mostra sobre o sistema judiciário, que nem sempre ajuda quem merece e cujos benefícios podem pender para o lado de quem tem poder para manipulá-lo. Matt Murdock, alter-ego do Demolidor, diz a um descontente Peter que precisamos de um sistema e que, se ele não funciona, nós o fazemos funcionar, não apenas o ignoramos. A história, que mostra um Homem-Aranha furioso como apenas Norman Osborn o havia visto após a morte de Gwen Stacy, foi a primeira a plantar a ideia de que o simbionte alienígena, que Peter usava na época sob a forma do uniforme negro, influenciava sua personalidade.

7- Homem-Aranha Nunca Mais

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Em julho de 1967, na icônica Amazing Spider-Man #50, Peter Parker percebe que está dedicando-se a ajudar pessoas que nunca vão apreciar seus esforços e, no processo, ignorando sua família e amigos. Então, decide deixar de ser o Homem-Aranha. Ele também se demite do Clarim Diário para poder dedicar-se mais aos estudos. Com o passar dos dias, os jornais noticiam o aumento dos níveis de criminalidade. Numa noite, em sua moto a caminho de casa, Peter ouve um pedido de ajuda e não há ninguém por perto para atendê-lo. Ele age a salva um vigia noturno que o lembra de seu tio Ben, e isso o faz lembrar o motivo de ter se tornado o Homem-Aranha e voltar à vida de super-herói.

A simplicidade e a maestria com que a história é contada por Stan Lee e John Romita Sr. a fazem um dos maiores clássicos não só do Homem-Aranha, mas do gênero em si. Sem falar do painel clássico que mostra Peter deixando o uniforme do Aranha numa lixeira, reproduzido inclusive no segundo filme do herói, que tem nessa história uma de suas principais inspirações.

6- O Melhor Inimigo

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Publicada em The Spectacular Spider-Man #200, de 1993, a história escrita por J.M. DeMatteis e desenhada por Sal Buscema traz um dos momentos mais tocantes na vida do herói. Seu melhor amigo Harry Osborn, que é agora o Duende Verde, tinha acabado de sair da prisão por falta de provas e estava se reaproximando. Porém, apesar de doente e acometido por fortes febres eventuais, Harry passa seus dias provocando Peter, ameaçando revelar sua identidade secreta e até sequestra Mary Jane, mesmo que apenas para conversar com ela e prometer que não faria nada nem a ela, nem à tia May. Desequilibrado e oscilando entre momentos de pai e marido amoroso e de ódio ao Homem-Aranha, ele está a algumas semanas de inaugurar uma organização de caridade com o nome de seu pai, para limpar a memória dele.

Mas seu plano era, como confessa para uma pintura do pai, atrair os antigos amigos de Norman, esnobes que se achavam superiores aos Osborn, e matá-los. Também diz que o pai estaria orgulhoso, pois ele está enlouquecendo Peter Parker. Nessa noite Mary Jane vai ao prédio da fundação tentar fazer Harry abandonar sua loucura. Claramente perturbado, ele diz que as coisas só podem ser resolvidas com poder e, quando o Aranha chega, se prepara para a batalha final. Durante a luta, Harry deixa Peter imobilizado com uma droga e aciona um dispositivo para explodir em dois minutos que deveria dar fim aos dois. Mas Parker o alerta que seu filho Normie e MJ estão no prédio, sendo Harry a única salvação deles. Depois de salvá-los, ele volta para tirar Peter do local e seu estado de saúde se agrava, levando-o a morrer poucos momentos depois.

É mostrado que Harry orgulha-se de ter superado seu pai, atingindo seus objetivos sem largar mão da família. Ao mesmo tempo, ele ainda é o menino assustado em busca da aprovação paterna. Quando pretendia eliminar o Homem-Aranha e a si mesmo, ele disse que pessoas como eles não deveriam existir, pois só causam dor a quem está próximo, numa clara referência ao pai. Perante o pedido de Peter para que salvasse Mary Jane e Normie, ele afirma que não é um herói, mas o amigo o encoraja a ser ele mesmo, não o que quer que o pai dele pensasse que ele fosse. Finalmente, quando MJ o pergunta se ele voltaria para salvar Peter da explosão, ele parece ter atingido a sanidade, se redimindo em seus momentos finais. Em resposta a Peter, sobre por que ele o salvou, Harry respondeu “Porque você é meu melhor amigo”.

5- A Última Caçada de Kraven

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Kraven, o Caçador consegue atingir seu objetivo e mata o Homem-Aranha. Em sequência, toma seu lugar e passa a atacar bandidos, o que culmina em sua vitória, desarmado, contra o vilão Vermin, a quem o Aranha só conseguira derrotar com a ajuda do Capitão América. Duas semanas depois, o efeito do tranquilizante com o qual Kraven havia atirado em Peter Parker passa e ele precisa cavar para fora de sua cova. O caçador queria que o herói visse a derrota categórica que sofreu. Ao ser confrontado por ele, Kraven não reage, dizendo ser o vencedor, com seus objetivos cumpridos. Ele então solta Vermin e, enquanto o Homem-Aranha o enfrenta, Kraven vai para casa e comete suicídio.

A história, de autoria de J.M. DeMatteis e publicada em 1987, é um grande marco dos quadrinhos e lida com a questão “O que acontece quando o vilão cumpre seu objetivo final, o de matar o herói?”. Ela tem a capacidade de nos deixar chocados e emocionados por alguém que deveríamos odiar.

4- O Menino que Coleciona Homem-Aranha

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A revista Amazing Spider-Man #248, de 1984, trazia uma aventura um tanto comum do herói. Mas foi uma história extra que fez a edição, escrita por Roger Stern, tornar-se o grande clássico que é. O Homem-Aranha soube, por uma matéria do Clarim Diário, que um menino chamado Tim Harrison era seu fã número 1. O herói visita o garoto, que guarda todo tipo de material referente a ele, desde seus breves tempos de luta livre na TV. A história relembra momentos da carreira do herói através de recortes de jornal, até que algo inesperado acontece. Atendendo a um pedido de Tim, Peter Parker revela sua identidade secreta a ele. Após considerar por um momento, foi incapaz de dizer não.

Quando o Aranha vai embora, entendemos o porquê. O menino está num centro para pacientes terminais. Sobre o hospital, podemos ver nosso herói num gesto de sofrimento. Com um banho de humanidade e realismo, Roger Stern criou uma das histórias em quadrinhos mais lembradas, mostrando que existem certos males que nem os maiores heróis podem vencer.

3- A Noite Em que Gwen Stacy Morreu

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Nova York, junho de 1973. Norman Osborn havia sofrido amnésia e esquecido que era o Duende Verde e também a verdadeira identidade do Homem-Aranha. Entretanto, sofrendo com pressões financeiras e com o isolamento de seu filho Harry numa clínica de reabilitação devido ao vício em drogas, Norman surta e lembra que é o super-vilão, voltando a ameaçar Peter Parker e seus entes queridos. Ele sequestra Gwen Stacy, namorada de Peter, e a leva para a Ponte George Washington. O Homem-Aranha aparece, eles se enfrentam e o Duende joga Gwen da ponte. O herói a segura com uma teia, pensando tê-la salvado, mas logo descobre que ela morreu. Sentindo-se culpado pela possibilidade de ter sido a parada súbita no ar a causa do pescoço da moça ter sido quebrado e com ódio de Osborn, ele jura vingança.

Nova York, julho de 1973. Logo depois da morte de Gwen, o Homem-Aranha consegue encontrar o Duende Verde num galpão abandonado e luta ferozmente com ele. Mas ele se controla e decide não matar o vilão, que não toma a mesma decisão e tenta o atingir com seu planador. Peter desvia e é Norman quem é mortalmente ferido. Chegando em casa, ele encontra a amiga do casal Mary Jane, que também está devastada com a morte de Gwen, e os dois tentam dar apoio um ao outro. O herói então percebe que a morte deve significar alguma coisa, até para as pessoas ruins, e que é um destino que não cabe a ele decidir, aprendendo que a vingança não é a solução para seus problemas.

2- Se este é o meu destino...

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Em 1965/1966, Stan Lee e Steve Ditko criaram o primeiro grande arco de histórias do Homem-Aranha. Enquanto lida com os planos de um misterioso vilão que está roubando aparatos radioativos pela cidade, nosso herói tem preocupações muito maiores. Sua tia May adoece, ele acabara de começar a faculdade e ainda enfrenta problemas no seu trabalho no Clarim Diário. O estresse é tanto que ele nem dá muita atenção a seus novos colegas de classe, que aparecem pela primeira vez, Harry Osborn e Gwen Stacy. Ao longo da história, Peter descobre que a doença da sua tia foi causada por uma transfusão de seu sangue radiaotivo que ela recebera vários meses antes, e precisa por as mãos num soro capaz de curá-la, que também é de interesse do Dr. Octopus, o vilão da história. As páginas de Ditko onde o Aranha está preso sob um enorme peso e precisa livrar-se dele para alcançar o soro tornaram-se icônicas, pela sua beleza e pelo grande momento de superação do herói. A história possui os elementos que se tornariam a essência de uma história do Homem-Aranha.

1- Homem-Aranha!

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Em 1962, a revista Amazing Adult Fantasy estava com seus dias contados. Em agosto daquele ano, ela seria renomeada no seu último número, Amazing Fantasy #15. Sem nada a perder, o editor Martin Goodman deixou Stan Lee e Steve Ditko apresentarem nela o Homem-Aranha, um novo tipo de super-herói. Um herói adolescente que não era um sidekick e que teria características de uma pessoa comum, medos, dúvidas, problemas familiares e financeiros. A capa de Amazing Fantasy #15, que você vê logo acima, é de Jack Kirby e tem arte de final de Steve Ditko. Isso porque Stan não gostou tanto da capa que Ditko tinha apresentado originalmente.

A história, que conhecemos tão bem, mostra um jovem de 15 anos tornando-se um herói e aprendendo de forma dolorosa a lidar com as responsabilidades que vem com todo poder. Ao pararmos para perceber o quanto o Homem-Aranha é diferente do tipo de super-herói que existia na época, nos damos conta do quanto ele e a “família” Marvel dos anos 60 são importantes para as revistas em quadrinhos terem se desenvolvido e se tornado o que são hoje.

Aí está o Top 10 das grandes histórias do Homem-Aranha. Espero que tenham gostado. E não se esqueçam do principal: Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.

Léo

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