terça-feira, 14 de agosto de 2012

Coleção Histórica Marvel com todo “jeitinho” de época!

Conjugado com os filmes dos Vingadores, a Panini resolveu lançar uma série de quatro especiais ligadas aos Mais Poderosos Heróis da Terra, com destaque para a Trindade Marvel composta por Capitão América, Thor e Homem de Ferro. Num estilo pra lá de vintage, a Coleção Histórica Marvel veio com toda intenção para matar as saudades dos antigos leitores ao mesmo tempo em que buscava conquistar novatos. E não é que ela conseguiu?

GHM

Confesso que de cara fiquei com o pé atrás com esse lançamento, principalmente pelo fato de que aquelas eram histórias que todo mundo espera já encontrar nas páginas das Bibliotecas Históricas, mas eu resolvi dar uma chance ao material assim que bati o olho na primeira capa divulgada. O tom amarelado de páginas antigas ao fundo, com o Capitão América do Kirby em destaque num colorido bonito e atraente cativa qualquer um. Mesmo o mais jovem leitor que possa achar hoje o traço do Mestre um tanto básico demais.

Foi então que com a edição nas mãos, sentindo a diferença de peso e virando as primeiras páginas, eu percebi um cuidado a parte, onde foi optado o papel off-set ao invés do couchê que se encontra nas Bibliotecas Históricas. Daí, perde-se em brilho da imagem, mas ganha-se em resistência. E, particularmente, acredito que deu uma cara muito mais retrô pra coisa toda. Provavelmente, amenizou no preço. Eu sinceramente não tenho do que reclamar.

Mas, provavelmente, você que não é tão apegado aos detalhes vai querer logo é saber se as histórias do interior valem os 19,90 (da primeira edição) e 22,90 (das outras três lançadas posteriormente) sugeridos como preços de venda. Bom, vamos falar um pouco de cada uma delas:

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A primeira edição traz o Capitão América em destaque com uma seleção de histórias mais voltadas para sua origem (contada e recontada já inúmeras vezes como bem sabemos) e seu arqui-inimigo, o Caveira Vermelha. A primeira história traz de cara o número um de Captain America Comics lançada ainda na época da Timely. Em seguida, pula-se pra primeira história solo do herói pela Marvel, publicada em Tales of Suspense 59. Depois, temos um arco de ToS 79 a 81 envolvendo o Caveira Vermelha e a primeira aparição do Cubo Cósmico nos quadrinhos. Tudo isso muito clássico, mas a maioria vai entortar o rosto por já ter adquirido isto na Biblioteca Histórica do Capitão América 1. Pra compensar, temos também um material mais raro que foi publicado em Captain America 109 a 113, com desenhos de Jim Steranko e que traz justamente a curta carreira de Rick Jones como parceiro do Capitão America. Pra época, Steranko foi uma inovação completa, dando uma plasticidade aos movimentos do herói como nunca Kirby conseguiu. O jeitão da arte pelas páginas também tem todo um ar “James Bond”. E, de quebra, você vê aqui a primeira aparição da Víbora nos quadrinhos.

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O segundo volume é o Deus do Trovão quem dá as caras. A primeira história é primeira aparição de Thor nos quadrinhos, em Journey into Mystery 83, também publicada recentemente na Biblioteca Histórica do Thor. As outras histórias que seguem, no entanto, fazem muito tempo que não saem por aqui (provavelmente você só as viu em edições da Ebal. Se viu). Tratam-se das sequencias de histórias que saíram nas edições 108 a 115 de Journey into Mystery, com Kirby mandando ver na arte. Destaca-se aqui a primeira aparição do Homem-Absorvente e um dos clássicos confrontos de Thor e Hulk. Aqui, também o Trovejante se troca com o Gárgula Cinzento, Magneto, Mr. Hyde, Cobra e, claro, Loki. Para quem já está acostumado com essa fase do Deus do Trovão, não vai achar nada estranho. Outros, podem implicar com a inocência da trama (que sempre foi muito mais infantil nas histórias do loirão mesmo).

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O terceiro volume traz o Homem de Ferro. Começa com a origem, vista em Tales of Suspense 39 (recentemente publicada na Biblioteca Histórica Marvel do Homem de Ferro 1). Depois, as edições 57 e 58 com a presença do Gavião Arqueiro e Viúva Negra, seguido de um combate com o Capitão América (que, por sua vez, foram publicadas no segundo volume da BHM do Ferroso). E pra fechar com coisas realmente “novas”, temos as edições Tales of Suspense 97 a 99, Iron Man & Sub-Mariner 1 e Iron Man 1 a 3, todas elas com histórias interligadas que trazem a aparição de vários personagens clássicos como Chicote Negro, Whitney Frost (futura Madame Mascara), Aberração e os agentes da Maggia e da IMA. O mais legal, no entanto, é a participação do agente especial da SHIELD, Jasper Sitwell, que faz as vezes de dedicado e ora atrapalhado “James Bond”. Outro destaque de nota aqui são os desenhos de Gene Colan, desenhista mais que célebre da época de prata da Marvel.

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Por fim, chegamos ao quarto (e ao melhor) volume da coletânea. Reunindo apenas histórias dos Vingadores, essa edição resolveu não perder tempo (ou seria páginas?) com as primeiras histórias do grupo, que todo mundo pode conferir nas duas BHM dos Vingadores já lançadas. A Panini resolveu publicar logo histórias mais posteriores, originalmente saídas em Avengers 54 e 60, todas só com eventos marcantes. Aqui, Roy Thomas é o roteirista e John Buscema assina a arte, contando o confronto do grupo com os novos Mestres do Terror nas duas primeiras histórias. É também nelas que temos a primeira aparição do Dane Whitman como Cavaleiro Negro, sobrinho do vilão original. Em seguida, após uma aventura revisitando o passado do Capitão América, surge pela primeira vez o Visão e é contada a origem do Ultron V. Pra fechar, a edição conta com a radical mudança na vida de Hank Pym tornando-se o Jaqueta Amarela e o espetacular casamento do herói com a Vespa. É a minha edição preferida das quatro, com material que há muito tempo eu ansiava ver.

Bom, isso tudo é acompanhado de um Box bem maneiro para guardar suas edições. E um ponto a favor olhando mais friamente essas edições é que a maioria delas acabam não anulando de forma alguma o surgimento de novas Bibliotecas Históricas desses personagens caso a Panini volte a investir em futuros volumes. É bom, barato e bonito! Ponto pra Panini! E pra gente também que saiu ganhando.

Eu sinceramente não sei se há planos para futuras edições como essas, até mesmo envolvendo outras 'famílias' de heróis, mas eu cruzo os dedos para que isso não tenha acabado por aí. Tem muita coisa boa ainda que merece sair e a CHM parece ser uma maneira mais suave para os bolsos para que isso possa acontecer.

Coveiro

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