quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Novos Mutantes: Sob nova direção

Em seu novo arco, os Novos Mutantes passam por uma série de mudanças. Mudanças dentro e fora dos quadrinhos. Sim, fora dos quadrinhos: após 21 edições no comando da série, o roteirista Zeb Wells se despede do esquadrão de jovens X-Men, dando lugar à dupla Dan Abnett e Andy Lanning, que trazem o desenhista Leandro Fernandez para ilustrar seu primeiro arco. E a primeira iniciativa da dupla nos roteiros é dar um novo rumo – e um novo colega – para a equipe de heróis.



Curiosos para saber as mudanças? Então lá vai: para começar, Danielle Moonstar é apontada por Ciclope como a nova líder do grupo. E não, Míssil não está incomodado com isso: na verdade, Sam pediu uma licença da equipe, para se recuperar de seus pequenos ferimentos físicos e seus grandes ferimentos emocionais, vindos tanto de seu sequestro no Limbo como de sua quase morte na Era X.

A notícia é um alívio para Moonstar, que temia ver seu esquadrão desativado após o caos em que os X-Men se viram envolvidos no Limbo, ao tentar resgatar os Novos Mutantes. Mas esse caos não foi ignorado por Scott Summers, que tirou Magia da equipe e a colocou na prisão de Utopia pelos seus atos (diga-se de passagem, os outros X-Men mais que concordaram com ele... tirando o Colossus, claro). Karma, que fez amizade com o assustador Face, também optou por sair da equipe, deixando o esquadrão com cinco membros.



Ciclope também decidiu dar um foco para os Novos Mutantes: a partir de agora, o trabalho da equipe consiste em lidar com as “pontas soltas” deixadas pelos X-Men – ou seja, localizar todos os amigos e inimigos desaparecidos e lidar com eles da forma apropriada. E a primeira missão nessa linha é localizar Nate Grey, o X-Man, visto pela última vez quando bateu de frente com Norman Osborn e seus “X-Men Sombrios”.

A investigação leva a equipe a um dos prédios abandonados que Osborn usava como fachada para seus projetos escusos. Mas lá, não é Nate que eles encontram, e sim Steve Rogers e Victoria Hand. Os dois deixam claro para Danielle que já examinaram todos os cantos do prédio, localizaram todos os equipamentos que Osborn tinha ali, mas não é lá que eles encontrarão quem procuram. Bem, é exatamente essa a opinião que teria qualquer pessoa que vasculhasse o local – quer dizer, qualquer pessoa que não soubesse ler as mensagens ocultas no local...



Felizmente, Cifra sabe ler essas mensagens. Ele observa sinais nas pichações, indicando que alguém naquele ambiente prometia restaurar poderes de mutantes desaparecidos. Também observa, pela luz do sol incidindo no local e pela acústica, que o espaço em questão não tem o tamanho que parece ter. E o que descobrem é aterrador: Nate está preso à Máquina Ômega, tendo seus poderes e sua energia vital constantemente drenados por ninguém menos que o Homem-Doce! Cansado da Terra-616, o vilão quer voltar para a Era do Apocalipse, mas para isso precisa de um portal que o leve lá. Como não dá para garantir que os portais abertos pelo poder de Nate o levarão para sua realidade, ele tem atraído ex-mutantes para usar como cobaias, em troca de poderes artificiais – que não adiantavam para poupá-los da morte certa do outro lado dos portais...



A partir daí, os Novos Mutantes entram em confronto com o Homem-Doce e alguns de seus mutoides. A fim de mandar o vilão embora de uma vez, Nate Grey até se concentra para abrir um portal exatamente para a Era do Apocalipse... mas para Moonstar, não basta mandá-lo embora, ele tem que pagar pelos seus crimes. A ex-mutante nocauteia o adversário, entrega-o para Steve Rogers e pede ao ex-Capitão América que deixe Nate ser levado para Utopia, onde ele é recebido por Scott, a contraparte da Terra-616 de seu pai. O jovem, exausto e com seus poderes agora reduzidos a uma telecinese fraca, finalmente está em casa (ou o mais próximo do que pode chamar de casa). E a primeira missão do esquadrão de Moonstar está cumprida.



Assim termina o primeiro arco de Abnett e Lanning com os Novos Mutantes. Nele, ficam claras as intenções da dupla: deixar a equipe mais enxuta e dar uma direção definida aos heróis, que seja diferente da direção seguida pelos demais X-Men. Amarrar as pontas soltas deixadas pelos mutantes pode se mostrar bastante interessante (e convenhamos, pontas soltas são o que não falta nos X-Men). Se vai dar certo na prática? Só lendo os próximos arcos para saber. Mas pelo menos este primeiro arco (publicado nas edições 126 e 127 de X-Men Extra) parece um passo dado na direção certa, embora fique a torcida para que Mancha Solar, Magma e Warlock também tenham seus momentos de relevância no futuro...

Fernando Saker

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