sábado, 27 de agosto de 2011

Em Foco: Quem são as mulheres da ciência nas HQs?

Em meio à outra pesquisa para um artigo opinativo, me deparei com uma curiosidade: existem personagens femininos geniais, aplicados à ciência no universo heróico como existem masculinos? Se sim, quem são elas? No mundo masculino logo conseguimos associar os nomes das mentes brilhantes como Reed Richards, Tony Stark, Hank McCoy, Bruce Banner, Hank Pym, Curtis Connors, e até mesmo vilões como Dr. Octopus, Arnim Zola, Sr. Sinistro, etc. Mas e as heroínas? E as vilãs? Quantas são cientistas?

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Eu pesquisei e encontrei 10 relevantes do universo 616 para contar para vocês e, no final, direi minha conclusão.

10. Jennifer Nyles

Cientista da área tecnológica e biológica. Conhecimento em tecnorgânica.

Pouco conhecida, essa cientista aparecia em histórias dos X-Men. Surgiu para desenvolver um projeto chamado Were-Borg (tecnologia tecnorgânica) que não vale a pena de ser detalhado, mas basicamente criava monstros tecnorgânicos controláveis. Ela chegou a ter um relacionamento com Hank McCoy, o Fera.




09. Marla Madison

Cientista da área biológica e eletrônica. Conhecimento de conexão de estruturas biológicas com robôs.

Ela é uma especialista em biologia eletrônica (sim, é algo bem frequente em HQs...) e seu pai era amigo de J. Jonah Jameson. Juntando esses fatores, Jameson a ofereceu uma proposta de negócio: construir uma armadura/robô que iria ajudá-lo destruir o Homem-Aranha. J.J. usou seu dinheiro para ajudá-la a criar a quinta versão da série “Esmaga-Aranha”, aquela armadura robótica bizarra que ele usava pra atacar o cabeça de teia e chegou até a atacar a Mulher Hulk...


08 Clytemnestra Erwin

Cientista da área de exatas, conhecimento de Eletrônica/Armaduras

Clytemnestra Erwin e seu irmão, Morley, trabalhavam na área científica da Stark Internacional. Quando Obadiah Stane tomou controle da companhia na época em queTony Stark estava consumido pelo alcoolismo, os dois se uniram a Jim Rhodes (que estava atuando como o Homem de Ferro), para salvar Tony. Formaram a empresa de eletrônicos Circuits Maximus em Los Angeles. Com Stark se recuperando e fora de sua capacidade científica, Clytemnestra aprendeu tudo que pode sobre a armadura do Homem de Ferro e ela mesma efetuava reparos e atualizações nela. Pra variar, como a maioria das mulheres que aparecem no título do personagem, ela acabou se apaixonando por Tony, mas manteve em segredo. Porém, depois da morte do irmão (e de se ferir também) em um ataque de Stane, ela culpou Satrk pela sua desgraça e procurou a I.M.A. para vender informações sobre a armadura do Homem de Ferro e a localização de Tony Stark. Tempos (e ataques) depois, ela acabou morta.


07 Tilda Johnson

Cientista de diversas áreas. Criadora de armas. Conhecimentos de genética, física e cibernética.

Tilda Johnson (que possui o codinome de Nightshade – Sombra da noite) cresceu em um bairro pobre de Nova Iorque e desde muito nova descobriu uma aptidão para a ciência. Porém, ela decidiu manter isso em segredo e fingia ser uma criança comum. Aos 16 anos ela já acumulava um conhecimento amplo das áreas de genética, cibernética e física que usou em uma carreira de crimes que a levou a lucrar rapidamente e sair do gueto onde morava. Sim, ela se tornou vilã. Temos aqui uma das poucas que deliberadamente usaram seu conhecimento para o crime. Ela construiu inúmeras armas, incluindo armas químicas.


06 Deidre Wentworth

Cientista de diversas áreas, além de vasto conhecimento possuía inteligência sobre-humana. Conhecimento principalmente em genética, física, bioquímica, metalúrgica, arquitetura e outras tecnologias.

Mais uma vilã (e das brabas), Deidre Wentworth adotou o nome de Superia. Uma mulher de inteligência e conhecimento surpreendente, mas padrões morais nem tanto. Além de sua inteligência ela também possuía outros poderes sobre-humanos como força, agilidade e raios.
Com seu conhecimento, construiu diversas formas de tecnologia incluindo uma sonda temporal capaz de trazer objetos de outros períodos para si. Ela se engajou em um plano de “feminização” da sociedade, querendo eliminar o gênero masculino, transformando-os em mulheres (Ok, isso é extremamente bizarro. Freud explica? Ela devia ser homossexual, afinal, que mulher heterossexual ia querer um mundo sem homens?) e angariou um grupo de mulheres para seu plano que... não deu certo, claro.


05 Voletta Todd

Cientista da área de exatas. Conhecimento em Física Nuclear.

Voletta é sobrinha de um herói da época da segunda guerra, o Caveira Flamejante. Ela se tornou uma física nuclear, uma das poucas personagens focadas nessa área das exatas. De fato, um ramo perigoso e, quando algo saiu errado em um experimento, sua pesquisa lhe transformou em uma nuvem ionizada de plasma viva (Sim, bem estranho). Nesta forma, ela adotou o nome Íon. Como não deve ser agradável viver assim, Voletta procurou o robô Homem Máquina e pediu que a matasse. Ele não o faz, o que a levou a atacá-lo. Ela também buscou ajuda no Quarteto Fantástico e acabou lutando com o Coisa e o Tocha Humana, mostrando um lado explosivo da cientista. Depois de um tempo, o próprio Homem Máquina a ajuda e ela passa a usar um uniforme de contenção. Infelizmente, em busca de uma cura permanente ela acaba se unindo a Superia em seu plano de Feminizar a sociedade e as coisas não acabam bem.


04 Maya Hansen

Cientista da área biológica, especializada em neurobiologia.

Chegamos nas personagens mais conhecidas. Maya é a cientista responsável pela criação do Extremis, que se tornou um “super-poder” de Tony Stark por bastante tempo em suas histórias. Ela trabalhava para uma empresa farmacêutica que, na tentativa de recriar um soro do super-soldado, criou algo que em mãos erradas seria perigoso demais. De fato, a criação acabou nas mãos de terroristas e o Homem de Ferro aplicou em si mesmo para poder derrotá-los. Isso lhe conferiu uma ligação com sua armadura e qualquer outro tipo de tecnologia de forma extraordinária. Apesar de ser uma personagem recém introduzida do universo Marvel, lhe foi dada a história (retcom) de que ela conhecia Stark desde a faculdade. Pra variar, ela também teve um breve relacionamento com o colega cientista, Tony Stark. Detalhe: quem de fato fez as amostras serem “liberadas” ao mundo foi a própria pesquisadora já que não lhe davam a oportunidade de testá-las em seres humanos. Depois disso, claro, ela acabou presa e sem Tony.


03 Alyssa Moy

Cientista de diversas áreas. Intelecto de genialidade sobre-humana.

Alyssa Moy era uma cientista de intelecto extraordinário, dado como “intelecto de super-gênio” comparável ao companheiro de aventuras, Reed Richards. Ela conheceu Reed antes de ele se tornar membro do Quarteto Fantástico, era sua colega cientista. Chegaram a ter um relacionamento, mas decidiram que era desperdício genético manterem seus bons genes entre si ao invés de se unirem com pessoas menos inteligentes e contribuírem, assim, para o pool genético da população. Sim, ela é uma pessoa estranha, para os fãs de The Big Bang Theory seria basicamente um Sheldon. Tão estranha (e tão Sheldon) que de certa forma sua mente brilhante para a ciência a impedia de entender muito bem os sentimentos humanos, como no caso de Reed casar com Susan porque a amava. Ela chegou a sugerir, mais recentemente, que eles haviam cometido um erro de não ficarem juntos, mas o amigo disse que não tem erro nenhum em estar com Sue. Mesmo assim ela se manteve relativamente próxima da família sendo chamada por Franklin de “tia Alyssa”.


02 Dra. Kavita Rao

Cientista da área biológica. Conhecimento de genética (principalmente mutante)

Uma respeitada geneticista, Kavita Rao trabalhou para uma empresa chamada Benetech que, utilizando tecnologia extraterrestre do Grimamundo, pretendia chegar a uma “cura” para o gene mutante. Depois de anunciar suas intenções ao mundo, ela começa a ver que em sua maioria os mutantes não queriam ser curados e ela abandona o projeto (também é demitida já que, depois do dia M, uma especialista em genética mutante é ultrapassada). Tanto que após a Feiticeira Escarlate sumir com o gene X da face da Terra, Kavita resolve ajudar Hank McCoy a descobrir como reverter o processo, sem grandes descobertas. Quando os mutantes se mudaram para a ilha de Utopia, Rao passou a fazer parte do Clube X (inicialmente com Fera, Dr. Nêmesis, Madison Jeffrries e Dr. Yuriko Takiguchi), um grupo de cientistas unidos em prol de salvar a espécie mutante. Seu personagem chegou a ser levado às telonas na franquia X-Men.


01 Moira Ann Kinross MacTaggert

Cientista da área biológica. Conhecimento em genética (especialmente mutante)

Acho que muitos concordam comigo que a principal cientista (pelo menos das que lembrei ou pesquisei), a mais querida e a cientista mais presente em seu papel é Moira MacTaggert. Ela não usou sua habilidade intelectual para ter poderes, nem para ser vilã... ela era simplesmente uma cientista em sua função: pesquisar. Bom, dificilmente alguém aqui não conhece a Moira (e se não conhecer, saiba tudo aqui), mas a pesquisadora tem uma história de vida e, principalmente, amorosa conturbada. Aqui vou me focar em dizer que ela era uma das maiores geneticistas do mundo antes mesmo de “genética” ser moda ou mutantes serem abertamente conhecidos, como a Kavita. Ela se especializou em poderes mutantes antes mesmo de o mundo os conhecer. Claro que isso se deve ao seu contato próximo com muitos deles, até se casou com um. Infelizmente, seu personagem foi adaptado para o filme X-Men First Class como agente da CIA, o que teve seu mérito, mas perdemos uma cientista no mundo cinematográfico.

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Concluindo, das cientistas femininas no universo 616 da Marvel temos algumas malucas, algumas vilãs, algumas que enlouqueceram no caminho, algumas puramente cientistas. No ambiente ficcional da Marvel, como na maioria, a maioria das heroínas mesmo (as mais conhecidas e as que salvam o dia) são fortes, guerreiras, feiticeiras... mas não cientistas. De fato, o mundo da ciência era mesmo um âmbito masculino no seu início já que as mulheres eram privadas da possibilidade de estudo e essa defasagem só pode ser diminuída aos poucos. Mas, hoje em dia, elas são uma população freqüente em laboratórios de diversas áreas. Ok, meu lado “feminista” não gosta muito de que existam tantos homens brilhantes que se tornaram protagonistas e mulheres não, porém, já sabemos que as mulheres estão conquistando seu espaço na ficção tanto quanto na categoria de leitora aos poucos e chegaremos lá.

Outro detalhe que notei é que muitas delas estão ali para ser coadjuvante e, muitas vezes, até par romântico dos colegas cientistas do gênero masculino. Porque toda cientista que trabalha pra Stark Internacional (ou suas variáveis) ou com Tony Stark se apaixona por ele? Ok, não posso falar muito, não é? Mas temos os exemplos aqui de Hank McCoy e Reed Richards. Pode não ser de propósito ou nem mesmo consciente (afinal, os personagens estão em um mesmo ambiente e os sentimentos acontecem, certo?), mas é de se notar.

A curiosidade de saber sobre essas personagens me bateu principalmente porque sou cientista, dessas que passam o dia inteiro de jaleco (o avental branco) e volta e meia no microscópio. Acho que parte da minha fascinação com o universo ficcional vem disso. Quando comecei nessa área me imaginava em cenas de quadrinhos, em organizações secretas, em pesquisas mirabolantes! E pensei, faltam personagens femininas assim. Não só as super inteligentes, nem as engenheiras, mas essas que me identifico: as de dentro de um laboratório, em seus aventais brancos em voltas com seus vírus, bactérias, DNA, genes e camundongos. E, das que vimos aqui, as duas primeiras posições são ocupadas por mulheres assim (totalmente parcial da minha parte). E pensei: “poxa, as mulheres cientistas não são heroínas, não vestem armaduras, não saem pegando bandidos”, mas de certa forma elas são heroínas também, não? Afinal, existe espaço pra todo tipo de personalidade nas histórias e um personagem não tem que ter todos os requisitos de uma vez. Existe espaço nas histórias e na nossa imaginação para todas. Para as cientistas, para as guerreiras, para as espiãs, para as mercenárias, para as feiticeiras...

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Cammy

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