quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Thunderbolts: Novo trovão

Thunderbolts #144

Principal pilar a partir do qual Norman Osborn construiu sua recente ascensão, os Thunderbolts foram mantidos como uma de suas principais ferramentas durante o Reinado Sombrio que conseguiu estabelecer. E assim como seu “criador”, a criatura pereceu, para ressurgir renovada em sua casa nova, Universo Marvel número 15, de volta à ideia original que lhe deu propósito durante a maior parte de sua existência. Sob uma nova Era Heróica, estabelecida com a ascensão do retornado Steve Rogers, os Thundebolts têm um novo diretor e líder de campo, alguém que sabe muito bem o que é se reformar e se tornar um herói: Luke Cage!

O roteirista Jeff Parker (agora acompanhado pela arte marcante de Kev Walker) continua a frente da revista, e traz um arco inicial extremamente promissor. Primeiro pela qualidade do roteiro, que condiz com o que se espera de uma história dos Thunderbolts (título que mantém o alto nível desde que passou pelas mãos de Warren Ellis e Mike Deodato), segundo, por uma certa reinvenção do conceito da equipe, ao aloca-la na reformada Balsa (com sistemas de segurança que beiram o bizarro), deixando à disposição do seu líder (um Vingador ativo) todos aqueles vilões e renegados que podem, dada a devida chance, compensar um pouco os crimes que já cometeram.

A conversa de Cage com Rogers, na qual este o convence de assumir o comando dos T-Bolts serve como mais um momento de admiração e confiança mútua dos personagens. A chegada retumbante de Luke ao local, cumprimentando o Armador, um dos Thunderbolts “livres” (complementados pela já heroína Soprano e por Mach-V), é tão atrativa quanto a convocação e escalação de seus membros: o Fantasma, Rocha Lunar (rebaixada e ciente da chance que ganha), o Fanático (menos poderoso que outrora), e o imposto Ossos Cruzados (com certeza o membro ativo mais polêmico de todos).

Para além da interessante relação de confiança de Luke com Soprano, Armador e Mach-V, o que dá a perspectiva necessária a ele do que esperar em um programa como esse, a adição do Homem-Coisa (!!) como teleportador do grupo é genial, apesar de a princípio parecer estranha. É como se ele se reconciliasse com a raça humana, como sua reação amistosa ao aperto de mão de Cage demonstra.

Thunderbolts: Nova Era Heróica

Com a equipe de campo reunida, Cage dá seu discurso de autoridade, o que é corroborado por um teste surpresa simulando um ataque de ninguém menos que o Barão Zemo, fundador da equipe. Parcialmente aprovados, têm uma demonstração do quanto Luke está levando aquilo a sério e o quanto espera que eles o vejam e o tratem com respeito e obediência. E quais são os limites do que podem e não podem fazer quando estiverem em missão, o que começaria no dia seguinte.

As surpresas e boas sacadas não terminam aí, e Luke conhece o novo diretor da Balsa: John Walker, aposentado de sua antiga função de Agente Americano. Recusando próteses cibernéticas, ele anda em uma cadeira de rodas e uma prótese no braço esquerdo, já que perdeu os dois membros desse lado. Sua recusa ao uso de tecnologia é por não querer se assemelhar ao Bazuca (preso e em coma), que fez isso com ele. Por trás de toda pose e atitude percebe-se um soldado traumatizado.

Thunderbolts: Nova Era Heróica

Sob regras bem rígidas e conhecendo seu “homem” do teleporte, eles partem para a primeira missão, que está relacionada a presença dos asgardianos naquele mundo: os T-Bolts vão caçar trolls!

É bom ver que Jeff Parker não inventa um entrosamento instantâneo para a equipe, e eles têm bastante trabalho nesse momento inicial. Logo vemos em quem confiar e de quem desconfiar dentre seus membros. Ossos Cruzados e Fanático são, claro, os mais instáveis.

A história dupla da edição termina com uma última surpresa e promessa de mais ação em sua continuação: entre os monstros combatidos surge uma criatura que se assemelha a eles, mas que é algo mais. Uma menina, rústica, violenta, trajada como os trolls mas de aparência humana, ataca o Fantasma e o deixa a sua mercê.

Thunderbolts: Nova Era Heróica

Começo promissor dessa nova fase. Ao menos comigo, criou certa expectativa a respeito do que vira daqui para frente na equipe em constante busca por redenção.


João

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