domingo, 7 de agosto de 2011

Altas polêmicas no Ultiverso

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Brian Michael Bendis causou muito polêmica com as suas recentes decisões na revista Ultimate Spider-Man. Agora o escritor esclarece suas decisões e enfrenta duras críticas nos Estados Unidos.


Como todos já devem saber, o novo Homem-Aranha da realidade ultimate é Miles Morales, um adolescente metade afro-americano, metade latino. Joe Quesada explicou que a morte de Peter Parker foi planejada a muito tempo. A ideia inicial era matá-lo em Ultimatum, porém Bendis resolveu não o fazer na saga, para trabalhar mais o personagem. Tabém foi dito que a morte de Peter era necessário para permitir que Miles crescesse, caso contrário os dois seriam apenas competidores e Miles perderia espaço.

Bendis em uma entrevista ao site americano Newsarama revelou que a ideia do personagem surgiu em uma brincadeira dele com o ator Donald Glover, mas deixou claro que o personagem nada tem a ver com o ator, até porque Morales possui 13 anos (é mais novo que Peter Parker) e tem sua origem em outro lugar. Questionado sobre porquê o novo Aranha não é Ben Reilly ou Miguel O'Hara, ele brincou dizendo que a cada 10 personagens que mata, ele gosta de trazer um totalmente novo.


Para os fãs do Peter Ultimate, Bendis disse que os leitores podem ficar tranquilo, pois nos 6 primeiros meses, haverá interação de Miles com Gwen, tia May e Mulher-Aranha. Além de uma explicação para a origem de seus poderes. O fato do novo Aranha vir de dois grupos minoritários (negros e latinos), o colocará em uma perspectiva bem diferente da encarada por Parker. Apesar disso, Bendis enfatiza que o personagem NÃO representa as culturas e vivências de negros e latinos como um todo, assim como uma personagem feminina não representaria as mulheres como um todo, porque cada indivíduo é único (ele também diz que não sabe se ainda é possível dizer que existem minorias sociais no mundo atual).

Um curiosidade envolvendo o personagem, é que seu nome é uma aliteração assim como Peter Parker. Outros exemplos clássicos de aliteração na Marvel são: Reed Richards, Susan Storm, Silver Surfer, Matthew Murdock, Bruce Banner, Otto Octavius dentre outros nomes. Miles Morales é mais um para a lista.

Bendis revela que a mãe de Miles é porto-riquenha, e ele vive no Brooklyn, e em um mundo totalmente diferente do de Peter. Molares vive em uma realidade totalmente devastada por Magneto.


Não é difícil vermos outras mídias interferirem nas HQs. Bucky que até então era o Capitão América faleceu recentemente e Steve Rogers vestiu novamente o manto. Isso quase que junto com o filme do Capitão América nos cinemas. Sendo assim, foi perguntado ao Bendis se o vindouro filme do Aranha e sua animação, iriam causar o retorno de Parker. O escritor foi claro, a morte do Aranha é um projeto a longo prazo e que veio para ficar.

O site Omelete noticiou também está semana que o apresentador norte-americano Glenn Beck (conhecido por atacar diariamente o presidente Barack Obama e por ser defensor da direita conservadora), atacou dessa vez Miles Morales.

O apresentador chegou a dizer claramente no programa que o novo Homem-Aranha era a cara de Obama. O apresentador fez outras tantas declarações imbecis, mas nenhuma foi tão preconceituosa quanto essa: "Esse Homem-Aranha é meio-latino, meio-negro. Não estou nem aí se é meio-latino, inteiro-latino, meio-negro, todo-negro, sei lá... Não me interessa, não me interessa mesmo. Meio gay, todo gay, não me interessa. Não me interessa! É um gibi imbecil". Eu, um humilde redator, lamento profundamente ouvir isso. Pois certamente vem de alguém que nunca leu as histórias do Aranha ultimate e nem sabe direito sobre o que está falando.


O humorista Stephen Colbert que regularmente faz brincadeiras envolvendo Glenn Beck chegou a fazer uma piada sobre a declaração do apresentador: "Meio-negro? Meio-latino? Que tipo de origem ele tem? Ele era um negro que foi mordido por um latino radioativo? Ou um latino que foi mordido por um negro radioativo?". Só assim para descontrair a cabeça após escutar tanta opinião sem conhecimento.

Mas e você caro leitor. Tem o mesmo pensamento de Glenn? Ou está com Brian Michael Bendis que defende a opinião que não importa a cor ou opção sexual do personagem, são as histórias bem escritas que valem?

PS: Todos os méritos deste artigo são do meu colega Fernando Saker, por ter traduzido a entrevistas de Bendis.

Kinhu Heck

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