quinta-feira, 3 de abril de 2014

Jovens Vingadores: Pais e filhos

Depois de uma série de tragédias e perdas, o grupo de super-heróis adolescentes conhecido como Jovens Vingadores havia se separado. Mas muita coisa mudou com a chegada da Nova Marvel, e uma dessas mudanças é a volta da equipe. Só não espere que tudo esteja como antes: os Jovens Vingadores cresceram. E os problemas ao redor deles, também.



O retorno dos Jovens Vingadores aconteceu em Homem de Ferro & Thor 3. Nos roteiros, sai Allan Heinberg (criador da equipe) e entra Kieron Gillen (que também vem escrevendo as histórias de Tony Stark). Na arte, sai Jim Cheung, entra Jamie McKelvie. Uma decisão comum – e frequentemente errada – de uma equipe nova em uma HQ é tentar reproduzir o estilo dos artistas anteriores da série. Não foi o caso aqui. E ainda bem.

Não, não quero dizer que o trabalho de Heinberg e Cheung fosse ruim, longe disso: era tão bom que, anos depois deles concluírem a série, os leitores continuavam pedindo o retorno do grupo de jovens heróis. O caso é que Gillen e McKelvie deram, pelo menos por ora, uma identidade própria à série. Os protagonistas agora são mais velhos, e como tal, fazem coisas de gente mais velha. Por exemplo, se antes a Gaviã Arqueira tinha um namoro quase inocente com o Patriota, agora ela não se preocupa em ir para a cama com o Marvel Boy no espaço. Se antes o máximo de rebeldia vinha do brincalhão Célere, agora temos a violenta e desbocada Miss América (da excelente minissérie Vengeance, infelizmente não publicada no Brasil).



A mudança de tom também se reflete na arte: embora em geral os quadrinhos da série não sejam muito diferentes do convencional, McKelvie algumas vezes os apresenta de forma bastante criativa, seja na sequência aleatória de imagens mostrando Kate Bishop e Noh-Varr contra skrulls, seja demonstrando eventos simultâneos em diferentes andares de um prédio, ou mesmo Wiccano, Hulkling e Loki andando em volta de quadrinhos em branco, num interessante caso de metalinguagem. E não nos esqueçamos do recordatório entre as edições: em sintonia com os jovens de hoje, ele é feito em formato de redes sociais, com direito a hashtags, “postagem” de fotos e comentários.

Ah sim, a história. Como eu disse, entre sua série anterior e esta, os Jovens Vingadores cresceram um pouco. Por ora, a equipe ainda está separada e, enquanto Kate se aventurava no espaço, Hulkling e Wiccano se desentendiam porque Billy não queria que seu namorado voltasse à vida de super-herói. Após Teddy dizer que Billy se queixava demais da vida quando não era ele que tinha perdido a mãe (na verdade ele tem duas, agora), o jovem feiticeiro decidiu conjurar um encanto para trazer de volta a mãe do namorado.



Essa tentativa de encanto não passou despercebida por Loki (que, vale lembrar, atualmente é quase uma criança em corpo e espírito), mas antes que o senhor das trapaças pudesse impedir o feitiço, teve que encarar Miss América, que andava com muita vontade de esmurrá-lo (mais sobre essa rivalidade pode ser visto na revista Ponto de Partida). A boa notícia: ele escapou da fortona. A má: ele não conseguiu impedir Wiccano.



O problema é que Billy pensou ter conjurado a mãe de seu namorado, mas em vez disso trouxe um monstro interdimensional com a aparência dela. Que, de quebra, dominou os pais de Wiccano. Que, ainda por cima, tratou ele e Hulkling como crianças e os colocou de castigo. Ironicamente, nenhum adulto parece perceber que há algo errado: até os Poderosos Vingadores consideram que o retorno da Sra. Altman e o que ela está fazendo com os jovens como algo perfeitamente normal.



O casal acabou salvo por Loki, que propôs uma parceria para banir a criatura de volta para sua dimensão. Eles concordam, e levam Loki (contra sua vontade) para Asgárdia, acreditando que há uma ligação entre os asgardianos e a vilã. Mas lá, descobriram que não são os únicos que andam passando por problemas com os pais: Laufey, outrora rei dos gigantes de gelo e pai biológico de Loki, apareceu para capturar seu filho. E os problemas aumentam...



Serão os três jovens capazes de deter Laufey e banir o parasita extradimensional? Conseguirão Kate e Noh-Varr escapar do ataque skrull? E quando veremos novamente Miss América chutando paredes, traseiros e o que mais estiver pela frente? As respostas para essas questões ficam para as próximas edições.

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