terça-feira, 8 de abril de 2014

Supremos: Presidente Rogers



Após a destruição de Washington e o caos espalhados pelos Nimrods fora de controle, os EUA entraram em colapso. Vários estados tentando se tornar independentes e outros foram tomados por Nimrods ou milícias anti-governamentais ou anti-mutantes. Nesse cenário, um herói volta à batalha: o Capitão América.

Desde a morte de Peter Parker, Steve Rogers tem vivido uma vida reclusa, evitando participar de quaisquer ações heroicas. Nesse meio tempo, Asgard caiu, os Nimrods saíram do controle, Washigton explodiu, o Sudeste Asiático se tornou uma nação mutante, Montevidéu foi dizimada e o Norte da Europa se tornou uma Cidade futurista. "Apenas". No meio desse caos, Steve resolveu pegar o seu escudo (que, aliás, ele tinha entregado ao Nick Fury em Ultimate Consequências e este desapareceu sem nunca ter devolvido) e, improvisando um uniforme-armadura do Capitão América tirado do lixão, partir para resolver os problemas do seu país na base da porrada.

E foi assim, batendo no que via pela frente, que, junto com os demais Supremos, que o Capitão América re-anexou o Texas (que tinha uma arma nuclear sabe-se lá como, já que o Obama usou TODAS contra o Reed Richards) e a Costa Oeste (que foi apresentada como o grande pólo tecnológico dos EUA, mesmo com as Indústrias Stark e o Edifício Baxter ficando na Costa Leste). O povo americano gostou tanto do que viu que, durante as eleições para o novo Presidente, onde se podia votar em que se quisesse, ele foi eleito o novo Presidente dos Estados Unidos. Como eles conseguiram organizar uma eleição válida enquanto enfrentavam um estado de lei marcial e múltiplas guerras de secessão e confrontos com milícias civis, não se faz ideia. Acho que foi apenas desespero de um roteirista em querer fazer sua história virar notícia.


E, como novo governante da nação, Steve Rogers não se fez de rogado. Após um rápido discurso de posse, lá estava ele novamente resolvendo os problemas da nação com os punhos. A guerra entre a Carolina do Norte contra a Carolina do Sul foi resolvida com ele segurando os dois governadores e os forçando a se cumprimentar. Mais simplista, impossível! Em seguida, mais algumas páginas de porradaria e o ditador de Detroit estava preso, o diretor da SHIELD Flumm desmascarado e exonerado por traição e um senador corrupto preso (como ele estava vivo se todo o Congresso e Senado foram mortos por Richards, não se explicou). Afinal, até mesmo a corrupção e a burocracia governamental se resolvem com violência. O Gavião Arqueiro que o diga.

Quando eles partiram para o Wyoming, atrás do Projeto Pegasus, as suspeitas de Thor sobre um suposto envolvimento asgardiano nessa fragmentação norte-americana se confirmam e o responsável por trás dos panos se revela: Modi, o filho de Thor e Hela, que estava liderando a Hidra.



Ele revela ter passado milhares de anos preso dentro da Árvore da Vida, assim como Loki, e descoberto muitas coisas. Seu objetivo era criar uma nova Asgard, maior e mais bela que a antiga, construída sobre os escombros dos Estados Unidos. Como um Loki genérico, ele criou um plano utilizando poderes mentais para controlar o Thor e obter um grande exército de seguidores.

Os Supremos (agora, reforçados pelo Homem-Aranha, Mulher Invisível, Mulher-Aranha e alguns Gigantes) parte para o combate com esse exército, com direito ao Presidente Rogers entrando na linha de frente carregando a bandeira norte-americana. Apenas para ser facilmente abatido e levado até Modi, que revela estar de posse da Gema da Mente, que teria origem asgardiana. Com ela, ele força o Thor a enfrentar o Capitão.

O Capitão conseguiu sobreviver à luta tempo suficiente para destruir o cajado no qual Modi segurava a Gema, permitindo que Thor e boa parte do exército da Hidra conseguissem recuperar suas consciências. Com isso, a vitória dos Supremos e da SHIELD torna-se bem mais simples e Thor pulveriza seu filho com uma constrangedora facilidade, levando-se em conta que Modi era uma divindade e seu pai, um "humano". E tudo termina bem, apenas com alguns fugitivos da Hidra a serem caçados.

Mais um arco de Sam Humpriess e mais uma decepção. Entre tentar construir uma história ou criar várias páginas da pancadaria genérica e "ações de impacto", ele optou pela segunda parte, conseguindo o que se julgava impossível: uma história dos Supremos pior que a do Jeph Loeb! A impressão dada pela utilização do Modi como vilão desse arco foi mais a de um grande desperdício tanto de personagem (caracterização fraquíssima e morte idem) quanto de plot (um "último asgardiano" poderia render bem mais).


Uma história extremamente simplista, fraquíssima e cheia de furos e contradições tanto com os efeitos imediatamente anteriores da revista quanto com a cronologia Ultimate em si. Para ficar em só um exemplo, quando o Máquina de Combate apareceu pela primeira vez, em Ultimate Vingadores, ele era mostrado como uma aperfeiçoada de como seria a armadura em 20 anos, fruto da genialidade de Gregory Stark. Agora, ele é mostrado como uma brigada formada por armaduras genéricas bucha de canhão. Praticamente, os Homens-Foguete pintados de cinza.

Os autores deste arco foram Sam Humpriess no roteiro, tendo a arte dividida entre Billy Tan, Timothy Green II (disparado o pior de todos) e Luke Ross (a melhor arte) nos desenhos e Terry Pallot e Luke Ross na arte-final e as cores entre Matt Milla e Ifansyah Noor nas cores.

Essa história foi publicada originalmente nas edições 13 a 18 da revista Ultimate Comics The Ultimates e, aqui no Brasil, saiu em Ultimate Marvel 40 a 45.

Paulo Artur
Colaborador do site Marvel616

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