quinta-feira, 17 de abril de 2014

Novíssimos X-Men: Ecos do Passado

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Após um começo explosivo, em que tiveram que correr para salvar a vida do Hank McCoy do presente, os jovens X-Men originais do passado tem que arcar com as consequências de permanecerem no presente. E que consequências...

Em All New X-Men nº 6 (publicada em X-Men nº 3), o foco das atenções são Scott Summers e Jean Grey. Jean começa a desenvolver, muito rapidamente, seus poderes psíquicos. Cada vez que passa, sua telepatia alcança altos níveis de poder. Além disso, já começam os sinais de que será uma bisbilhoteira de primeira. Com a ajuda de Kitty e Ororo, Jean começa a treinar para controlar seus dons. Se nas primeiras histórias da década de 1960 Jean tinha algum papel menos pró-ativo, aqui, dada a sua personalidade forte, é praticamente a líder do grupo.

O problema é que, se Jean Grey é a “líder”, o que resta a Scott Summers? O Summers do passado vive na mais completa insegurança. Está mais perdido que uma barata tonta. Cada vez mais preocupado com sua versão presente, Summers tenta encontrar algum rumo em sua nova vida. Ao “pegar emprestado” a moto de Logan (que está no ápice da imbecilidade com o moleque), Summers passa a explorar esse admirável mundo novo, com celulares, revistas de $5 e água engarrafada.

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Além do casal mutante, Anjo foi outro dos mutantes do passado que teve algum destaque nessa edição. Curioso para saber como está no presente (não tem a mínima ideia, ainda, que foi um dos membros da equipe que mais sofreu mudanças nesses longos anos de cronologia mutante), ele encontra sua versão surgida após os eventos ocorridos na Fabulosa X-Force. E a situação o deixa ainda mais preocupado.

E tudo isso acompanhado por uma certa terrorista mutante: Mística.

Mística continua tendo destaque em All New X-Men nº7 (também publicada em X-Men nº 3). Ao que parece, a transmorfa ficou interessada na versão jovem de Scott Summers, que continua a tentar entender essa nova realidade temporal. O seu encontro Mística só lhe traz mais dúvidas se tomou a decisão certa de ficar no presente.

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Obviamente, a ação de Fera de trazer os X-Men originais do passado não passa desapercebida do restante do Universo Marvel. Em All New X-Men nº 8 (Publicada em X-Men nº4), depois dos Anjos salvarem o QG dos Maiores Heróis Terra da Hidra (Hail Hidra), os Vingadores tomam conhecimento das estripulias do Dr. McCoy, que garante que tudo vai ficar bem. Ao final da edição, Anjo, cansado de ficar em um mundo que mal compreende, tenta voltar ao passado, mas Jean Grey o domina telepaticamente e o impede, para choque de todos os presentes.

O abuso dos poderes Jean Grey é crescente. Esse é um dos temas abordados em All New X-Men nº 9 (publicada em X-Men nº 4). Nessa edição, ao tentar disciplinar a equipe, é perceptível o nível de desunião do time. Warren já questiona a todos onde está o ocorrendo o “genocídio mutante” tão alardeado pelo Fera do presente. Ciclope percebe que não tem qualquer capacidade de liderança. E Jean Grey, como dito, abusa cada vez mais de seus poderes, invadindo, sem qualquer escrúpulos, a mente de seus companheiros e de sua própria professora.

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Se nos primeiros números a ação frenética era o ponto mais alto, aqui é sentido um freio nesse ponto, possibilitando a equipe criativa abordar as reações da equipe com a situação em que vivem. E Bendis faz isso com a maestria que todos nós conhecemos. Ainda que Drake e McCoy não tenham tanta atenção, o trio composto por Summers, Grey e Worthington tem tratamento VIP. O jovem Ciclope já não sabe mais o seu lugar na equipe ou nesse mundo, na qual sua versão do presente é um revolucionário aliado de Magneto. Warren está cada vez mais cansado da nova escola, principalmente porque não sabe o processo que resultou em sua atual versão do presente, além de perceber que a história contada por McCoy tem graves furos. E Jean Grey parece não ter nenhuma trava moral no que diz a usar e abusar dos seus poderes. Seria esse o resultado da ausência de Charles Xavier em suas vidas?

Além do primoroso trabalho realizado por Bendis, a arte está igualmente espetacular. Stuart Immoen e David Marquez dão um show no que diz respeito a narrativa visual e desenhos. Cenas marcantes como a entrega do convite de casamento, o pesadelo de Jean, dentre outras, não teriam o mesmo impacto se não fossem desenhadas pelos artistas listados.

E o que o futuro reserva para esses jovens do passado? Bom, ao que parece, nada confortável. Ainda mais quando quem bate à porta são os Fabulosos X-Men!

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Rafael Felga

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