segunda-feira, 21 de março de 2016

Cavaleiro da Lua: A Escolha de Konshu



Depois de seis edições estonteantes assinadas por Warren Ellis e Declan Shalvey, o Cavaleiro da Lua passa agora para as mãos de Brian Wood, que junto com Greg Smallwood e Giuseppe Camuncoli, levam o Protetor dos Viajantes Noturnos agora contra um dos seus maiores vilões até agora - a sua loucura.

Em mais uma das suas Patrulhas por Nova York, o Sr. da Lua depara-se com um atirador de elite destinado a matar um grande chefe de estado africano. Com um passado envolto em ações obscuras, o General Aliman Lor da Nação de Akina tem muitos inimigos sem rosto. O Homem atrás dele tem em mãos a mais alta tecnologia ao seu lado e clama estar agindo em nome da liberdade. No fim, depois de longa perseguição pelos arranha-céus da cidade, o matador tomba. Mas a maior surpresa de Da Lua está com a voz do outro lado do celular que contratou ele - a sua psicóloga  Elisa Warsame.


Na história que segue, Marc Spector agora está com o uniforme mais familiar aos leitores, de Cavaleiro da Lua e atendendo com uma outra personalidade, a de Steve Grant. Adentrando na surdina o mais novo e gigantesco prédio de Manhattan, o One World Trade Center. Há um louco com reféns num dos mais altos andares e ele tem um cilindro nas costas que pode ser qualquer coisa. O Cavaleiro da Lua avança e o detem, o cilindro não se mostrou sendo nada demais. Mas agora Marc tem outro problema - O policial que lhe ajuda e acoberta sua empreitada, Flint , ouviu da Doutora Elisa Warsame que Marc tinha Transtorno Dissociativo de identidade. Ele era uma ameaça e deveria ser detido.

Foragido, acompanhamos a história do personagem agora no próprio Chalé da Doutora Warsame. Ele acredita que ela esteja tentando com ele um tratamento menos ortodoxo ou mesmo sobre alguma influência e quer ver até onde isso vai. Ambos iniciam portanto uma sessão de hipnose. É então que vemos que essa sessão se trata desta vez do passado da Doutora, mostrando a Spector a relação dela com o General Aliman. Em sua aldeia, o general foi responsável por brutal ataque e isso custou a infância dela. Seu desejo de Vingança é entendido por Spector, mas não justificável.


Ela tenta exemplificar com várias outras injustiças ao redor do mundo, Síria, Tríplice Fronteira na America do Sul (mais precisamente no Monte Roraima), Criméia, Froteira do México com EUA. Há Generais como Lor em todos esses lugares realizando o que podem a margem da lei e eles deveriam ter seu fim, segundo Elisa. Mas Spector se nega a ser recrutado na guerra de vingança de sua psicóloga. E é aí que descobrimos que na verdade ela estava a todo momento convocando era Konshu. Spector perde seus poderes sob a entidade egípcia e ela agora está nas mãos da Doutora. Spector acorda num chalé vazio e abandonado, com uma lista de alvos da Doutora e seu computador e uma bomba prestes a explodir tudo.

De volta a Nova York, a psicóloga agora de posse da entidade Konshu tenta influenciar outros em sua guerra particular. Começa por usar sua habilidades na segurança Gloria Roza e fazer com que ela seja o veículo de sua vingança num ataque a ONU no momento que Aliman Lor estiver lá. Na operação, Elisa entra disfarçada como uma agente e assim garantiu ainda mais seu poder de influência sobre Roza. Porém, na hora do ataque, Spector surge e impede o assassinato. Mas é claro que no meio da confusão, tudo ficou muito confuso e Marc Spector é quem levou a pior.

Preso, Marc Spector come o pão que o diabo amassou, mas prefere assumir uma postura passiva e colaborativa durante todo momento. É consultado por um novo psicólogo, que protege sua verdadeira identidade com uma máscara branca. O sujeito repassou documentos da psicóloga anterior de Marc a ele e isso só complicou as coisas. Spector é acusado de ter explodido a casa dela, por exemplo. Em seu isolamento e sem chance de um julgamento justo, Spector passa a delirar com visitas frequentes de Konshu mais uma vez, ao mesmo tempo em que está sempre com a vida em risco na prisão. Konshu avalia que a Doutora Warsame apesar de estar o usando tem certa dignidade em possuir os poderes.


Determinado então a reconquistar seu antigo status como Cavaleiro, Spector força sua fuga do hospício. Descobre de modo surpreendente que sua clausura é um gigantesco avião no ar constantemente e então escapa dele da forma mais suicida. Saltando veículo a fora. Este ato aparentemente satisfez Konshu a ter Spector de novo como hospedeiro. Ele cai no mar, perto de um litoral e é salvo por um barqueiro. Marc está de volta ao jogo.

De volta a ativa, Marc contacta uma blogueira e combina de passar uma história fabulosa a ela se ajudar ele a divulgar tudo. Então, a noite cai e descobrimos que a Doutora Warsame contratou novos capangas e já agiu sequestrando o General. Em conversa com a entidade Konshu, dá pra ver que ela já se perdeu em sua missão. Ele finalmente decidirá em favor de Spector. Descobrimos então mais da história da psicóloga, que não foi apenas pobre garota da vila incendiada mas filha do Governante local, Adrian Warsame, empossado por conquistadores dinamarqueses em 68. Elisa é de uma família que abusou muito mais da África Colonial Leste do que o próprio Aliman.

Assim, enquanto que a blogueira faz o serviço de repassar as informações que conseguiu com Spector para o policial Flint, o Cavaleiro da Lua entra mais uma vez em ação para deter Elisa. E assim é feito. Spector se reassume como Protetor dos Viajantes da Noite e diz que eles não mais temerão pessoas como Warsame e Lor, sistemas opressores do passado.


É um ótimo arco que continua essa nova pegada totalmente moderna do personagem, sem esquecer elos tradicionais. Chega a trabalhar de um modo diferente a loucura de Marc, e se vale da liberdade de roteiro para dar mais profundidade a entidade Konshu. Aqui, ela ganha notoriamente consciência separada de Spector.

O próximo volume da série ganha então nova equipe criativa, com Cullen Bunn nos roteiros e Ron Acknis na arte.

Coveiro

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