quarta-feira, 9 de março de 2016

Magneto: Aquilo que mais ninguém faria



O impensável aconteceu: Magneto assassinou o Caveira Vermelha e ele se transformou no Massacre Vermelho em Genosha. Nem mesmo os Vingadores e os X-Men reunidos fazem frente a tanto poder. Diante disso, Magneto se retira da batalha e desabafa com sua aliada, Briar Raleigh, em sua base oculta de operações. Para que ele recobre o ânimo, a moça faz com que ele reassista os vídeos de diversas batalhas em que ele foi derrotado. Magneto protesta, mas logo aparece um vídeo em que uma mulher dá uma entrevista para um telejornal dizendo que foi salva pelo mutante e que "os mutantes tem muita sorte por existir alguém como ele". O estratagema de Briar funciona e Magneto decide reunir um esquadrão com alguns dos mais implacáveis vilões da Casa das Ideias: Dr. Destino, o jovem Loki, Dentes de Sabre, Mística, Duende Macabro, Halloween, Carnificina. Encantor, Homem-Absorvente e, após insistir muito em participar, Deadpool.


O improvável esquadrão se reúne aos heróis e eles conseguem equilibrar a batalha por um instante. O Dr. Estranho e a Feiticeira Escarlate tentam conjurar um encantamento capaz de fazer com que a personalidade de Charles Xavier assuma o controle do monstro, já que é através do cérebro dele que este alcançou tanto poder.  Porém, o Massacre Vermelho consegue fazer com que alguns dos vilões ataquem seus próprios aliados e o Dr. Estranho é aprisionado. O Dr. Destino se oferece para substituí-lo e Magneto, relutantemente, protege os dois. O encantamento é feito e uma misteriosa bolha de energia se espalha pelo local. 

Quando ela se dissipa. Magneto se encontra ferido e afastado dos X-Men e dos Vingadores, que observam que os vilões desapareceram após os últimos acontecimentos. "Vilões, pensa Magneto, eles ainda nos veem como uma ameaça a ser contida ou eliminada. Será que esse encantamento deu certo e Charles também será visto como uma ameaça?" Uma resposta vem da forma mais improvável: "Talvez, Magnus, e com razão." Magneto se vira e avista seu falecido amigo, Charles Xavier.


Xavier diz que não tem muito tempo e exorta Magneto a se tornar "o campeão e pastor que a raça mutante precisa". Ele responde dizendo que agora compreende o fardo que Charles carregava antes e assume a responsabilidade pelo seu antigo sonho de coexistência pacífica entre humanos e mutantes. "Acho que você não compreendeu o recado, responde Xavier, o que eu gostaria de dizer é que você estava certo o tempo todo." A conversa termina e Magneto se afasta. Ele liberta alguns dos mutantes que estavam aprisionados antes no local, entre eles uma ilusionista. Ao longe, a figura sinistra de seu antigo algoz da juventude. o Major Hitzig, assiste a tudo satisfeito.



Magneto continua sendo um personagem capaz de causar polêmica como poucos outros. Cullen Bunn, o escritor de sua série regular, objeto desta resenha, consegue explorar muito bem essa característica dele de fazer o que for possível para proteger a raça mutante. Ainda que suas intenções sejam nobres, os meios que emprega quase sempre são muito questionáveis e é isso que o torna tão interessante. 

Achei muito engraçado Deadpool fazer referência a "Atos de Vingança", uma antiga saga do final dos anos 80 em que os vilões deveriam lutar contra um herói que nunca tinham enfrentado antes para tentar derrotá-lo. E quanto a Xavier? Será que era ele mesmo que conversou com Magneto após a batalha, por causa do encantamento ou foi um delírio que ele teve por causa de seus ferimentos? De que forma o Major Hitzig, ou uma projeção mental deste, encontra-se relacionado com isso? São respostas que ainda não temos no momento.


Os desenhistas Gabriel Hernandez Walta e Roland Boschi cuidaram das edições de Magneto #11 e #12, respectivamente, publicadas aqui no Brasil em X-Men Extra #23 e #24 pela Panini. O segundo não quis se afastar do estilo do primeiro e o resultado ficou satisfatório. A capa da edição #11, desenhada por David Yardin, que abre esta esta resenha e foi utilizada como capa de X-Men Extra #23, ficou muito boa.

A Panini precisa ficar mais atenta em sua revisão, pois uma frase da primeira página da edição #12, em X-Men Extra #24, foi impressa como "finalmente esses heróis sabem é ser alvo de tanto ódio". Acho que faltou o advérbio "como" entre "sabem" e "é". De qualquer forma, cabe um elogio à editora por ter sincronizado bem o título solo de Magneto com o evento do Eixo.

C@rlos

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