quinta-feira, 10 de março de 2016

Demolidor: A Aldeia dos Amaldiçoados


E a vida do Demolidor em São Francisco continua a todo vapor. Após o Demolidor se reconciliar com o passado, é hora de Matt Murdock encarar um novo desafio: Conhecer o pai de sua namorada e sócia, Kirsten McDuffie. Mas um antigo adversário está de volta, e, para piorar, vem acompanhado de seus rebentos. É o vemos no volume 9 do encadernado do Demolidor.

O Homem Púrpura, que ganhou uma baita destaque em Jessica Jones, está volta às páginas do Demolidor. Só que dessa vez, ele não veio sozinho. Killgrave, graças aos seus poderes, esteve com várias mulheres (contra vontade delas, obviamente) que acabaram engravidando do psicopata. Agora, em uma repentina vontade paternal, o vilão resolve reuni-los, o que acaba deixando mais um rastro de destruição por onde passa.

Enquanto Killgrave brinca de pai, Murdock conhece o pai de Kristen, o editor bem-sucedido Wendell, que faz uma proposta para Murdock: Escrever sua autobiografia. Enquanto Murdock pensa no assunto, o herói é convocado pela Prefeitura para ajudar na resolução de um crime ocorrido em Tenderloin. E lá descobre que Killgrave está em São Francisco.  



Os instintos paternais de Killgrave duram pouco, principalmente ao descobrir que seus filhos não lhe obedecem. Combinados, as cinco crianças são capazes de resistir aos poderes do Homem-Púrpura, com um adendo: Elas podem controlar o famoso manipulador. As cinco crianças mandam Killgrave para debaixo de um bonde. E hora delas passearem por São Francisco. 

Enquanto o caos se instala em São Francisco, Matt Murcock ouve as vantagens e desvantagens de revirar seu passado para escrever um livro. E para isso, ouve os conselhos de Kristen e de Foggy. Mas a análise da questão vai ter que ficar para outra hora. As crianças púrpuras entram em rota de colisão com o Demolidor. 



E o resultado é devastador: Mesmo com todo controle que anda demonstrando, Matt não consegue lidar com suas emoções, restando completamente paralisado. Murdock somente sai do estado de paralisia após levar umas porradas de um alquebrado Killgrave. Murdock se dirige até o seu escritório, onde encontra sua namorada, Kristen, que está lidando com a pressão do pai para que Matt escreva sua respectiva autobiografia. Após pensar um pouco, Matt consegue descobrir para onde foram as crianças (uma casa de jogos), antes que Killgrave cometa alguma barbaridade.

Killgrave consegue chegar na frente e começa a separar as crianças, já que, assim, elas não tem tanto poder. Matt percebe que está fraco demais para lidar com toda família púrpura de uma vez, de forma que é obrigado a adotar uma outra estratégia. Murdock localiza o mais novo dos filhos de Killgrave, que o auxilia em localizar a base de som da casa de jogos. Murdock fala para polícia entrar, mas não sem antes de colocar o som no último volume, impedindo que os guardas sejam controlados pelo vilão. Murdock consegue salvar as crianças. Algumas voltam para casa. Outras, serão direcionadas para outros lares. E o mais importante: Mantê-las separadas.

Murdock tenta, mas não consegue disfarçar o impacto do contato das crianças em sua mente.  Mas isso não é problema, já que Matt pode contar com o apoio de sua namorada e sócia Kristen.



Como já tem sido praxe, as histórias da dupla Waid e Chris Samnee (que equivalem aos nº 8-10 da revista Daredevil) tem sido a melhor pedida no que diz respeito a quadrinhos de super-heróis da atualidade. E essa história dos filhos de Killgraven, apesar de não ser estupenda, é muito boa. Samnee, em vários momentos, faz referência a um clássico do terror em seus desenhos. 

E além da boa história de Waid e Samnee, o encadernado trouxe mais história da revista Dark Nights (no caso, são as revistas de nº 1 até 3), na qual o Demolidor luta contra o clima hostil de inverno em Nova York para salvar uma garotinha, que precisa de um transplante de coração. É uma bela história de perseverança, fé e bondade. Lee Weeks mostra que ainda é um dos maiores escritores e desenhistas do Homem Sem Medo.



Não há muito mais o que dizer a não ser que esse é mais um encadernado que deve estar na estante (juntamente dos outros 8 volumes). E só nos resta aguardar pelo próximo número do encadernado.

Rafael Felga

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