sexta-feira, 14 de maio de 2010

O fim de Siege e a próxima era do Universo Marvel

Atenção! Informações inéditas no Brasil e EUA!

Marvel New Heroic Age

Com o fim de Siege – cujo último número fora lançado na última quarta-feira, dia 12 de maio de 2010 – que tipo de perspectivas temos para o Universo Marvel? Resolvi fazer um rápido comentário (prometo que dessa vez é rápido mesmo) sobre o que esperar a partir daí no Universo Marvel, que inicia mais uma nova etapa.

A edição número 4 de Siege foi considerada “decepcionante” por alguns leitores, e, sinceramente, não entendi, ou ao menos não concordo, com os motivos. Uma das maiores reclamações acerca de Secret Invasion foi a “enrolação” das últimas edições, com páginas excessivas de brigas desnecessárias. Dessa vez, em parceria com Olivier Coipel, Brian Michael Bendis foi seco e direto, criando-se o clima nas edições paralelas. Bom, mas impressões sobre o desfecho da minissérie à parte, eis o panorama.

Asgard literalmente foi abaixo. Com uma força liderada por Steve Rogers (usando aparentemente pela última vez o uniforme de Capitão América), os verdadeiros heróis tiram Norman Osborn (que usava uma bizarra pintura ao estilo Duende Verde) dos eixos, o que faz com que ele perca o controle sobre o Sentinela, que acaba controlado por sua contraparte, o Vácuo. Revelando sua verdadeira natureza – um bizarro monstro com aparência aracnídea – ele, que já matara Ares impiedosamente, ameaça toda a existência com sua presença.

Marvel Neew Heroic Age

A primeira solução pensada vem ironicamente de Loki, que gerou todo o imbróglio, mas nitidamente uma figura ambígua, pois se desespera ao ver que suas ações levaram a algo muito mais terrível que suas ambições, que são controlar Asgard. Assim ele retoma o poder que tinha cedido ao Capuz, fortalecendo os heróis. Apesar disso enfraquecer o Sentinela, afinal estamos falando de forças místicas asgardianas, ele logo percebe o que está havendo e dá a Loki o mesmo destino que Ares. Porém, quem leu atentamente as histórias recentes de Thor, sabe que o deus das trapaças fez um acordo com Mephisto (ele mesmo!) e não pode mais morrer de verdade. Ainda assim, é o que todos pensam ter ocorrido.

Dessa forma cabe a Thor ser algoz do terrível inimigo. Depois do Homem de Ferro literalmente jogar o areoporta-aviões da HAMMER no Vácuo, Bob Reynolds parece mais uma vez conseguir um fio de controle e pede que seja morto. Seus berros ainda são audíveis quando reassume a forma grotesca, e Thor acaba, a contragosto, realizando seu desejo. É o fim, cujo último adeus é dado na edição “Sentry: Fallin Sun” (uma analogia a Fallen Son, revista sobre a morte do Capitão América, e ao poder “solar” do herói morto), escrita por Paul Jenkins.

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Ou o começo. Porque a partir de agora esse é o panorama. Steve Rogers é chamado pelo presidente, que reconhece o erro em empregar Norman Osborn e oferece o cargo a ele. Steve aceita, mas sob algumas condições. A principal delas é o fim da lei de registro. E assim é feito.

Ele é o novo “Nick Fury”, como ele mesmo revela, e na derradeira edição de Dark Avengers (a de número 16) vemos Osborn louco de pedra, preso e humilhado, atribuindo toda sua falha ao seu terrível subconsciente na figura do duende. Chegamos a notar que, apesar de toda a distorção, Norman acreditava que seria capaz de fazer algo bom. Na mesma história vemos Thor entregar a Phobos o machado e o elmo de seu falecido pai, e Steve recrutando Victoria Hand, a segunda em comando de Osborn, para concretizar seus planos a partir de agora. (Deodato dá um show nessa edição)

Marvel Neew Heroic Age

Em New Avengers Finale o grupo se reúne uma última vez para capturar o enfraquecido Capuz, agora apenas um humano normal. E bem a tempo, pois junto de Madame Masque, recorria ao pai dela, o Conde Nefaria, para ganhar novos poderes. Os três acabam presos e, ao que tudo indica, os Novos Vingadores desfeitos, pois seu propósito já foi cumprido. Mas não é o que Steve Rogers pensa, e podemos aguardar mais histórias, supostamente com novas direções, sob o selo New Avengers. E já sabemos que Luke Cage terá trabalho dobrado, pois com os Thunderbolts desfigurados (só se “salvaram” o Homem-Formiga e o Paladino que, surpreendentemente, são mais heróicos do que pensávamos) caberá a ele o papel de reestruturar a equipe.

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Ainda em Siege #4 vemos uma reunião dos principais heróis da Marvel na Torre dos Vingadores, agora sem o acessório da Torre do Sentinela, comemorando a vitória, apesar das perdas. É então que, visitados por Thor e os asgardianos que mais lhe são próximos, recebem reconhecimento e agradecimento pela ajuda no cerco à cidade. O deus do trovão sela a nova aliança com a Terra investindo o topo da base de operações dos Vingadores com uma estrutura asgardiana que liga os dois mundos.

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Já Steve tem seus próprios planos. O mais misterioso de todos é aquele que envolve os tais Secret Avengers, cuja formação é bem heterogênea – incluindo ele, agora não mais Capitão América, o Fera, Máquina de Combate, Valquíria, Cavaleiro da Lua, e até mesmo o Nova (!), além da Viúva Negra, Homem-Formiga, Sharon Carter e Victoria Hand. Seu propósito ainda é uma incógnita. A revista de Ed Brubaker e Mike Deodato Jr. promete não um amontoado de heróis quadro a quadro, mas operações coordenadas por Rogers envolvendo cada um desses indivíduos como peças-chave de acordo com a missão.

Findado o registro, acaba a Iniciativa. Pelo menos nos moldes anteriores. A revista Avengers Initiative dará lugar a Avengers Academy. Com novos cadetes aspirando a posição de heróis, e velhos conhecidos, nomeadamente alguns Novos Guerreiros como Justiça e mesmo Speedball, que ajudaram a salvar o Campo Hammond das forças de Osborn, além de Hank Pym, finalmente em pessoa, que assumem a posição de professores. A revista Mighty Avengers também é passado, o que desde o fim de Secret Invasion, sinceramente, não fará nenhuma falta.

A imagem pintada a partir daqui tem como vértice a nova revista dos Vingadores, produzida pela dupla Bendis e John Romita Jr.. O estabelecimento do pilar básico Capitão América, Thor e Homem de Ferro, além do já clássico Gavião Arqueiro, tem a ele agregado elementos que vem sendo introduzido nos últimos anos na mitologia dos Vingadores, contando com o Homem-Aranha, a Mulher-Aranha, Wolverine e mesmo um último elemento que precisa ser confirmado.

Não temos a volta do que havia antes de Guerra Civil, porque o mundo Marvel mudou bastante de lá para cá; nada foi esquecido. Os heróis estão por cima, mas têm muito o que combater. E nos resta aguardar que outros perigos e ameaças, agora que estão mais uma vez em evidência e na legalidade, eles vão enfrentar. E como eles o vão fazer.

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Não vejo como uma revolução. O tom das histórias só chamará atenção pela qualidade dos roteiro, o que dependerá do que cada um dos roteiristas souber fazer de melhor para se adequar a esse novo status, chamado de New Heroic Age pela própria Marvel. As perspectivas são boas porque o conjunto é perceptível. O ponto de partida é comum a praticamente todos os títulos e heróis, e cada vez mais, o que é mais do que perceptível, é que os Vingadores mais do que nunca ocupam papel central no que acontecer daqui para frente.


João

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