segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Stan Lee morreu hoje aos 95 anos

Antes mesmo do fato, eu já sabia que essa era a notícia que mais nos causaria calafrios de noticiar aqui no site. Sem dúvida algum o rosto que deu a cara da Marvel, e indiscutivelmente a força motriz para que a empresa se tornasse o gigante que se tornou hoje, Stan Lee faleceu hoje aos 95 anos, exatamente a 46 dias de completar mais um aniversário.



A notícia foi dada agora já pela maioria dos sites especializados dos EUA e já é comentada pela maior parte dos profissionais do meio, principalmente aqueles que conviveram e aprenderam tanto com "O Cara", e que hoje encontram-se inconsoláveis diante do acontecimento. Para nós, fãs que escrevem todos dos dias sobre suas criações, chega a ser custoso elaborar esse texto.  Pelo que nos foi passado, o site TMZ foi o primeiro a noticiar que após ser levado numa ambulância até o centro médico Cedars-Sinai, Lee faleceu. Sua filha, Joan Celia, deixou uma nota que “Meu pai amava todos os seus fãs. Ele era o maior, o homem mais decente”.

Sim, é claro que para uma pessoa com a idade avançada como a que Stan Lee encontrava-se hoje, e com sua saúde evidentemente comprometida nos últimos dias, essa notícia é sempre esperada a qualquer momento. Contudo, quando se trata de uma figura que como ele, responsável por criar uma mitologia tão rica nos quadrinhos, para nós é como se ele também fosse uma lenda. E, portanto, difícil acreditar que um dia poderia partir.

Sempre com uma alegria contagiante, mesmo nos últimos dias quando foi visitado por uma série de outros artistas que estavam preocupados com seu estado, demonstrava uma fortaleza fora do comum. Nos últimos dias quando recuperou finalmente sua conta de Twitter, tentava sempre mantê-la atualizada com mensagens para seus fãs que acompanhavam com um sorriso a cada nova atualização. Ainda ontem postava uma imagem sua no serviço militar para comemorar o Dia dos Veteranos. É difícil acreditar que isso vai cessar daqui pra frente.

Apesar da tristeza que fica, não podemos esquecer que a herança deixada por Stan Lee é grandiosa, tão grandiosa que acredito que seja difícil aquele que de fato já leu todas os quadrinhos que já foram escritos por suas mãos. São mais de 650 personagens nomeáveis que se tem registro em algumas listas e um número com muito mais zeros de gibis por ele escritos (fora seu trabalho como editor supervisionando os roteiros dos demais anos depois). Se de fato quiséssemos começar hoje a reler todas as publicações em que esteve envolvido, o que transcende a criação da própria Marvel, talvez só terminássemos também nos nossos 90 anos.

Stan extrapolou inclusive o ambiente bidimensional das páginas e conquistou os fãs dos cinemas, mesmo os não leitores. Suas primeiras aparições datam o do seriado do Hulk em um filme para a TV de 1989 e acabou se tornando uma presença quase que constante desde que os filmes da Marvel começaram a conquistar fortemente as salas de cinemas a partir dos anos 2000. Foram mais de 36 filmes da Marvel com suas famosas "cameos" contando o filme do Venom. Foram mais 27 em outros filmes ou emprestando vozes as animações, além de 11 jogos em que ora era narrador ou ora até era um personagem jogável. E ainda devemos ver um pouco do seu rostinho nos três filmes da Marvel cujas gravações já se encerraram, e que saem em 2019.

No ano passado, de forma mais que merecida, Stan Lee conseguiu duas premiações que certamente são mais do que merecidas ao seu trabalho. Em julho de 2017, juntamente com Jack Kirby, foi aclamado uma “Lenda da Disney”.  No mesmo período, foi eternizado na Calçada da Fama de Hollywood.  Em 2017, no entanto, Stan Lee teve o seu dia mais triste também, com a morte de sua amada esposa, Joan B. Lee.

E hoje, ele nos deixa.



Certamente, haveria muito, muito mais a se dizer, mas falta um pouco de cabeça para organizar tudo em palavras. Stan, como seu bom humor de sempre, talvez soltasse agora o seu famoso bordão “Nuff Said” dizendo que eu já “falei o suficiente”. E querendo que sua última lembrança fosse de plena alegria, soltasse um agitado “Excelsior”. Nos restaria então, ovacionar o ‘Cara’ que transformou não só a minha vida, como a de muita gente.  Deixo então um muito obrigado, muito obrigado mesmo, "Generalissimo".

Coveiro

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