quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Thor: Amargo triunfo

MARVEL NOW NOVA MARVEL JASON AARON RON GARNEY EMANUELA LUPACCHINO THOR GOD OF THUNDER 12 13 14 15 16 17 DEUS DO TROVÃO HOMEM DE FERRO & THOR 10 11 12 13 14 15

A volta de Malekith, o Maldito, em história iniciada em Homem de Ferro & Thor 11 e encerrada na edição #15, foi concebida principalmente em razão da aparição do personagem no mais recente filme do Thor na época em que foi publicada originalmente nos EUA. Essa “imposição mercadológica" parece ter sido muito bem contornada pelo roteirista JASON AARON, que não apenas criou uma história que transita por vários aspectos dos Nove Reinos, mas que também traz um final um tanto inesperado e, provavelmente, repercussões para o futuro próximo do deus do trovão.

Precedida por uma história de transição (publicada em Homem de Ferro & Thor 10), em que nos é apresentada a agente da SHIELD Rosalind “Roz” Solomon (Olho nela!) e na qual temos chance de ver uma profunda conversa sobre o choque entre deuses e seres humanos quando Thor reencontra Jane Foster de forma que ele não gostaria, a volta de Malekith mobiliza uma reação conjunta de vários cantões dos Nove Reinos.

MARVEL NOW NOVA MARVEL JASON AARON RON GARNEY EMANUELA LUPACCHINO THOR GOD OF THUNDER 12 13 14 15 16 17 DEUS DO TROVÃO HOMEM DE FERRO & THOR 10 11 12 13 14 15

Praticamente iniciando uma guerra civil instantânea em Svartalfheim, o reino dos elfos negros, as sanguinárias ações do Maldito chamam atenção de asgardianos, mas também de elfos, anões, gigantes e mesmo trolls, que formam uma equipe provisória para caçar e recapturar Malekith: a Liga dos Reinos. O peso da história está aí. Na diferença, nas rusgas e nos limites que existem nas frágeis relações entre os inúmeros povos diferentes que habitam os Nove Reinos. Quase uma história sobre relações diplomáticas.

A arte de RON GARNEY – auxiliado por EMANUELA LUPACCHINO nas duas últimas partes – difere bastante do aspecto épico marcado na arte de Esad Ribic, e acaba sendo bastante adequada para uma história cujo próprio tom é passível de mais leveza, apesar de toda violência envolvida por todas as partes envolvidas.

Aaron nos dá não apenas a chance de conhecermos um pouco mais a natureza da personalidade de Malekith, mas de criaturas cujas perspectivas sobre a própria existência diferem de maneira bastante perceptível, mas que ainda assim conseguem funcionar minimamente como grupo quando traçam para si um objetivo comum. O caminho é tortuoso, e o que parece uma vitória, é sentida como derrota.

Reforçando o que parece ser um dos principais objetivos da história, o roteirista faz com que a própria natureza dos elfos negros faça com que Malekith seja visto com admiração por seus pares, ascendendo quando tudo indicava que seria novamente aprisionado ou mesmo morto. E pelo que indicou o epílogo, o Maldito elfo negro em breve voltará, e não estará desacompanhado.

João

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