quinta-feira, 16 de abril de 2009

O Legado de Charles Xavier – Capítulo Um: Gênesis

Complexo de Messias chegou ao fim. Tão cedo quanto Cable consegue levar a bebê messias para o futuro, tiros que Bishop destinava a ele acertam o Professor Charles Xavier, de forma que tornava a sobrevivência do mentor dos X-Men quase inacreditável. Mas enquanto a equipe ainda contemplava, em choque, o corpo de seu antigo mestre naquele estado, o mesmo simplesmente desapareceu sem deixar vestígios. “O que aconteceu com o Professor X?” é a pergunta, e a resposta nos é dada juntamente com uma viagem pelas memórias de Xavier, dando uma nova luz a momentos crucias da história da equipe mutante. Tudo isso na própria edição 88 de X-Men, na estréia da nova fase do título americano, quando passou a se chamar X-Men Legacy.

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Escócia. Charles Xavier e Moira McTaggert conversam em um bar. Ao contrário das suspeitas da doutora, ele não está ali para tentar reconquistá-la, pois ela já havia acabado com suas esperanças. O assunto são mutantes, Homo sapiens superior. Eles existem em número maior do que havia sido suspeitado. Moira já encontrou algumas dezenas de amostras de “gene positivos”, e Charles já chegou a conhecer alguns deles. Ele pede acesso aos dados dela, que recusa, afirmando serem confidencias, e duvidando dos propósitos de pesquisador que Xavier afirmou ter. Partos são dolorosos, ele afirma, e este é o parto de uma nova espécie, que precisará de ajuda. Mas eles serão como deuses em forma humana, ela retruca, não precisarão da ajuda do “Bom Pastor” - apelido de Charles em sua época de combatente da Guerra da Coréia.

Mas, segundo o próprio, é exatamente por isso que precisam de ajuda: alguém assim, diferente de tudo que já houve, e com tanto poder, precisa ser protegido tanto do mundo quanto de si mesmo, e precisa aprender a lidar com as tentações que vêm com o poder. Sendo ele próprio imune a tais tentações, segundo a visão de Moira sobre sua forma de pensar. Ele começa a se defender, dizendo não se considerar incorruptível, mas antes que possa dizer muito mais, se espanta com a presença de um homem de outro lado da rua. Alguém que não deveria estar lá, que não deveria nem ter nascido ainda. Trata-se de Lucas Bishop, que apenas afirma que Xavier matou a todos e repete o atentado contra ele, acertando um tiro em sua testa. Tudo perde o sentido rapidamente para o Professor X.

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É então que nossa atenção se volta para a realidade, com o corpo de Charles sendo examinado por Exodus, acompanhado de alguns de seus Acólitos, na base de operações do grupo. Grande parte da massa encefálica do Professor se foi e ainda assim ele resiste à entrada do Acólito em sua mente. Cargill sugere que apenas o deixem morrer, já que ele nunca foi aliado do grupo, mas Exodus o vê como um recurso importante demais para ser perdido, além de afirmar que a raça mutante precisa de campeões mais do que nunca. Ele é capaz de reconstruir o cérebro de Xavier, mas precisa conhecer o dano de sua mente antes - só que ele continua bloqueando a entrada, como alguém resignado a morrer. Amélia Vogth explica que estes são escudos que Charles aprendeu a erguer na guerra, para não enlouquecer com a interferência psíquica cheia de terror que reinava no local. Exodus então compreende que a fonte do bloqueio é a vontade do Professor, e é preciso extinguí-la para conseguir entrar. Sua mente precisa ser totalmente esfacelada para que o acólito possa reconstruí-la.

Cargill ainda prefere vê-lo morto, mas a decisão não é dela, e esta é uma decisão que Karima Shapandar não permitiria que tomassem. Ela foi libertada do domínio de Maligna – pela adaga espiritual da Fada – e nem sequer entende o que aconteceu. Apenas viu que o homem que tanto a ajudou precisava de sua retribuição. Voght explica rapidamente a situação frenética dos últimos tempos e nos revela o ocorrido no fim da grande batalha. Quando Xavier tombou, Exodus falou mentalmente com ela, dizendo estar surpreso com o amor que ela ainda nutre pelo homem e afirmando que não o deixará morrer. Usando o dom mutante da acólita Tempo, o grupo fugiu com o corpo entre os segundos, sem que os X-Men pudessem perceber. Logo, seu líder chega, e ao ser indagado sobre o processo, afirma que Charles está vivo, tecnicamente, mas acredita ter sobrado pouco do homem em si.

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A atenção é voltada para Xavier mais uma vez. Ele dá as boas vindas a seus X-Men, afirmando estar muito satisfeito em vê-los todos finalmente reunidos. O Homem de Gelo então questiona se aquela é mesmo a equipe definitiva, com a entrada da Garota Marvel. O Professor X afirma que haverá outros, mas eles são o núcleo, a primeira turma da Escola Xavier, e que tem certeza de que o deixarão orgulhoso. Que comecem o treinamento em equipe, sob a liderança designada de Ciclope.

Moira McTaggert agora questiona a atitude de Charles a respeito destes jovens, com “Salas de Perigo” e treinamentos de combate; mais parece a formação de um exército particular. Ele afirma apenas não estar ignorando a possibilidade de que talvez tenham de lutar. Moira contra argumenta dizendo que ninguém tem de lutar, mas Xavier explica que as outras opções podem ser menos atraentes e que a maioria destes jovens já esteve em brigas, e ele está lhes conferindo a capacidade de sobreviver e proteger outros da espécie, se assim necessário. Então, trata-se de humanitarismo, não sede de poder. Mas por que dar às crianças seu nome, ela questiona, recebendo a explicação de que o X no nome da equipe se refere ao fator x genético de seus membros.

Olhando anotações do colega, McTaggert encontra a sigla PCA ao lado do nome de Scott Summers, e o pergunta sobre o seu significado. “Possível contato anterior”, ele explica, afirmando acreditar que Scott tenha encontrado outro mutante antes dele, e que há alguém trabalhando contra ele, ou com objetivos diferentes. A razão dele acreditar que esse indivíduo tenha encontrado Scott antes é o fato de que, do orfanato supostamente comum onde Summers cresceu, alguém lhe deu visores de quartzo-rubi para que controlasse suas rajadas. Ainda afirma que Ciclope é o melhor dos cinco, apenas inexperiente e assustado, mas que pode moldá-lo. Moira se irrita ao ver a atitude de Charles, falando em moldar aqueles jovens e tendo ciúme de quem pretende fazer o mesmo, pondo as mãos no que é dele. Ele começa a tentar justificar, afirmando que aquilo é maior que seu ego, mas sua mente despedaçada novamente impede que a cena encontre seu desfecho.


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De volta à realidade, Exodus explica a condição de Charles: Não se trata de morte cerebral, mas ele se encontra catatônico, amnésico e profundamente ferido. O líder dos Acólitos removeu suas memórias para que pudesse salvá-las, já que o cérebro de Xavier não se encontra capaz de fazê-lo. E agora elas não são aceitas de volta por sua mente inerte; não há qualquer atividade cerebral além de vestígios de memória. Amélia questiona se não seria melhor dar-lhe a morte a fim de poupar-lhe o sofrimento. Exodus considera a possibilidade, mas acredita que talvez seja apenas questão de encontrar o estímulo certo.

Depois de vislumbres mais embaçados e despedaçados do passado, Xavier revive mais um momento de seu passado. Estando prestes a sair em viagem, o professor delega a Scott Summers a função de substituí-lo, sob protestos honrados do próprio, que não acreditar estar pronto para assumir as funções de seu mestre, ressaltando sua falta se auto-controle observada pelo próprio Charles anteriormente. O Professor explica que tentou suprimir tais tendências, para evitar que Scott cedesse facilmente à emoções. Quando questionado sobre como, ele explica que o fez ensinando, é claro, “de que outro modo seria?”, ele questiona. Scott só estava receoso, devido à natureza dos poderes de Charles, e pergunta como ele resiste à tentação de agir como Deus.

Xavier explica que o respeito é fundamental e que só usa seus poderes quando estritamente necessário. Scott retruca, lembrando-o de que fez a família de Hank esquecer que ele existia. Mas isso foi feito por um bom motivo, segundo o Professor: poupá-los de uma dor desnecessária. Mantendo o controle, Summers pergunta se Charles garante que nunca invadiu sua mente, que nunca redecorou o ambiente. Só que, mais uma vez, o momento se perde.

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É como um rato em uma roda, que acredita que a roda é mundo, Exodus compara, e se pergunta se este é um esforço válido e se chegará a algum lugar. Dirigindo-se a um interlocutor misterioso, ele afirma ser doloroso e desagradável pedir sua ajuda de tal pessoa, levando em conta o que esta foi e o que é agora. Recebendo uma resposta sarcástica, o acólito diz que deixará passar por preferir que o homem o ajude voluntariamente, mas que pode obrigá-lo, se quiser. Com o ar imponente de outrora, porém em roupas civis, Magneto desaconselha seu ex-seguidor a fazê-lo.

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Léo

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