sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Wolverine Sombrio: Veneno

Dark Wolverine #81

Continuando sua própria agenda enquanto faz parte dos Vingadores Sombrios, Daken, o Wolverine Sombrio, segue deixando todos os membros do grupo (inclusive Norman Osborn) desorientados em relação a suas verdadeiras intenções em Wolverine 74. Mas não Karla Sofen, a Ms. Marvel Sombria. Ao menos é isso que ela pensa, na história co-roteirizada por Daniel Way e Marjorie Liu, com desenhos de Giuseppe Camuncoli.

Karla reflete sobre sua vida como psicóloga, o quanto em sua vida, ao supostamente ajudar as pessoas, foi percebendo cada vez o quanto os outros usam máscaras para se proteger e acabam nelas se perdendo. Mas não acha que Daken seja um deles.

Pelo contrário, ela acredita estar cada vez mais próxima da verdadeira essência desse mortal e misterioso rapaz, ao mesmo tempo em que admite para si mesma que está fascinada, quase obcecada, por ele. E faz isso por pensar que mesmo o mais solitário dos seres humanos precisa conviver com outros para definir a si próprio. Mesmo Daken. Ainda assim, ela quer saber o que ele pensa de si próprio quando se olha no espelho.

Wolverine Sombrio

Segura de si, certa de que não cedeu à sedução de Daken, mas que apenas fingiu fazê-lo para se aproximar mais dele, finalmente o encontra perambulando pela rua em direção de um restaurante japonês. Ele a vê, e deixa que o acompanhe até o interior do local.

Ainda sem trocarem uma palavra, ele começa a tomar um chá quando vem a pergunta de Karla, sobre o porquê de escolher aquele lugar específico. Ela deduz que seja pela falta que ele sente da mãe que nunca conheceu, e de sua infância, mas quer que ele conte.

Antes de responder, Daken quer saber mais do interesse dela por ele. Por que ir até ali e querer tanto saber de sua vida? Ele vai além, dizendo que o interesse se baseia apenas no fato dela pensar que existe algo entre os dois, usando sua lábia para envolvê-la em sua conversa.

Wolverine Sombrio

E dá certo. Karla parece tensa quando finalmente ele revela que só vai ali porque gosta do chá que é servido, dizendo que muitas vezes as respostas simples são as corretas. Não adianta e ela insiste que Daken esconde algo atrás de seus olhos enigmáticos, de seu sorriso, apesar de dizer não saber o quê.

Daken discorda, e acha que ela não fala por seu lado de psicóloga, que forma opinião mas não a expressa ao paciente. Mas ele não é um paciente. Ele então conta o verdadeiro motivo de ir até ali...

Menino, sendo treinado desde cedo para ser um assassino no Japão, ele recebe o que aparenta ser uma dura missão, um teste: assassinar uma senhora de idade avançada. Ela não hesita em convidar seu algoz para dentro de sua própria casa, não demonstrando medo algum da morte por já ter vivido muito. A história termina com Daken reverenciando a sabedoria da velhinha, saindo tão silenciosamente quanto chegou.

Wolverine Sombrio

De volta ao presente, ele diz a Karla que o chá que bebeu com a velhinha naquele dia é muito semelhante ao que bebe naquele lugar que estão agora. Ela olha desconfiada para o semblante misterioso do mutante, e finalmente percebe a mentira contida no desfecho daquela história. Não houve humildade ou aprendizado com as sábias palavras da idosa. Daken a matou como lhe mandaram. O rosto tranqüilo dá lugar a uma expressão diabólica de satisfação.

Wolverine Sombrio

Ele diz que Karla não deveria buscar o que há no seu interior, pois ao que parece é muito mais terrível do que muitos imaginam, inclusive ela. Assim Daken revela o quanto é dissimulado, o quanto engana os outros a respeito de si mesmo.

Mostrando total desdém por ela, Daken afirma que não havia nenhuma história por detrás de sua ida aquele local para tomar chá. Ele apenas ia ali para ficar sozinho, e que graças a ela agora precisava encontrar outro lugar. E parte sem dizer mais nada.

Wolverine Sombrio

Mesmo certa de que todos usam máscaras, Karla admite para si mesma que se enganou, ou ao menos não se preparou para ver que por detrás dessas camadas sob as quais as pessoas se escondem, muitas vezes encontram-se coisas terríveis, com as quais, nesse caso específico, ela não estava preparada para encarar.


João

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