domingo, 18 de outubro de 2009

O mistério da Loteria continua...

Então, quando tudo sobre o que conhecíamos sobre o Homem-Aranha muda após um pacto com Mefisto, surge do nada uma heroína ruiva e sensual vestindo uma roupa pra lá de careta no estilo cantor brega dos anos 60 (provavelmente mais um retorno de referência de mau gosto) e se relaciona de cara com o cabeça de teia, numa história com uma versão tosca do que parcamente lembra o Duende Verde original. E assim forma-se uma verdadeira neblina de mistério ao redor da Loteria. Quem é ela? Bem, a resposta aparece a seguir...

Loteria

A edição 94 do Homem-Aranha deste mês traz a primeira revista anual do personagem após a reformulação. O foco é a história que anunciará a identidade verdadeira da Loteria, a qual tendenciosamente fomos levados a crer que fosse uma tal de Sarah Ehret em edições anteriores, porém ainda nos foi deixado em dúvida se a moça é mesmo a heroína ou apenas a está acobertando-a. Tudo isso é revisto também em flashback nesta edição.

Bem, a edição começa com aquelas páginas típicas que mais uma vez querem fazer referência as antigas histórias dos anos 60 e 70. Chamadas sensacionalistas apontam para a presença de um novo vilão chamado Ponto Cego e a volta de um sujeito que pensávamos que já tivesse morrido, Walter Declun, o corrupto executivo que forneceu as drogas a Nitro que permitiram o vilão ter o poder de detonar toda aquela área em Stamford. E, claro, a grande pergunta que esperamos solucionar está em destaque – “Quem é Loteria?”

Loteria

Neste novo dia, Loteria e Aranha estão tentando impedir que Ponto Cego roube um banco, mas acabam falhando. O herói aracnídeo acaba ficando temporariamente cego pelo toque do vilão e a heroína prefere deixar o assaltante escapar e ajudar nosso cabeça de teia. Então, numa parada para descansar e tomar um copinho de café, Peter puxa a conversa sobre a identidade da moça – Ela não é Sarah Ehret.

Loteria

Jackspot desconversa sobre sua identidade e confessa que ficou desestimulada de ir atrás de supervilões desde que acidentamente foi responsável pela morte de uma pessoa numa luta sua contra o Ameaça. Contudo, seu foco mudou para Walter Declun (lembra dele das histórias do Wolverine escritas também por Guggenheim?), que ela acredita ter relações com uma série de novos vilões que surgiram recentemente. Na conversa, Peter insiste para saber o nome da moça, mas em vão. Ela vai embora e ele reflete sobre outros meios de conseguir a informação.

O cenário muda para o laboratório de Reed Richards. Lá, o Aranha pede para o cientista o examiná-lo e assim descobrir como Ponto Cego usa seus poderes. Reed logo isola uma neurotoxina que causa a cegueira temporária e desenvolve um antítodo em seguida. O engraçado é que um dos componentes dessa neurotoxina é Oedipus, droga patentiada pela Declun internacional. Coincidência?

Loteria

O próximo passo de Peter é pedir a ajuda de uma amiga. Betty Brant, repórter do CD e amiga do herói, o encontra num café e ambos combinam de marcar uma entrevista com Declun. Assim, quem sabe, ambos descobrem como um civil normal sobreviveu a um golpe de garras do Wolverine. Aproveitando o momento, Peter pede a amiga para tentar localizar a pessoa que deixou as digitais num certo copinho de café.

Então, a entrevista é marcada. De cara, a primeira explicação é dada. Declun não morreu no ataque de Wolverine e teve que fazer uma série de cirurgias e implantes cibernéticos nos olhos para voltar a ser o que era. Também conseguiu explicar o porquê do atentado que sofreu dizendo que Logan não tem lá uma boa fama, algo que de cara não precisaria justificar nenhum de seus ataques.

Loteria

Peter aproveitou-se do momento para saber mais sobre a possível relação de Declun com confecção de produtos bioquímicos e este confirmou que essa é uma das áreas que ele tem investido desde que deixou a Controle de Danos.

De volta da entrevista, Brant liga para Peter insistindo para que ele a conte no que ele anda se envolvendo. Obviamente, Parker pede para que a moça não faça muitas perguntas e mais uma vez insiste sobre a identificação das digitais no copinho de café. Então, surge pela primeira vez o nome de Alana Jobson.

Vestindo seu uniforme, Peter vai até a residência particular da tal Alana. Vasculha suas coisas e em uma das gavetas encontra o que parece ser frascos injetáveis de drogas. Então, para azar do nosso herói a heroína chega e disfarçadamente ele tenta se esconder. Ao tirar o uniforme, o Aranha se surpreende com as marcas no corpo da moça e, então, ela descobre que está sendo observada.

Loteria

Após uma breve briga, as coisas são finalmente explicadas. Alana confessa que não tem superpoderes e que seus dons são exclusivamente dados pela MGH em seu corpo. Também admite que “comprou” a inscrição de Sarah Ehret na Iniciativa para agir como heroína, a verdadeira pessoa com poderes ali, mas que desistiu de ser heroína no final das contas. Loteria é uma farsa e o Aranha pede para que ela pare com aquilo antes que se machuque.

Mesmo um pouco resistente, Alana aceita o conselho do aracnídeo e também entrega todo o trabalho investigativo que ela fez contra Walter Declun até ali. Nos arquivos coletados, não foi difícil para ele também descobrir a verdadeira identidade de Ponto Cego. E na mesma noite o Aranha decidiu pagar uma visitinha para o sujeito.

Descaradamente, bate na porta do vilão que simplesmente encontra-se vestido como civil. Começa uma briga feia, mas desta vez o Aranha estava mais prevenido e com um antídoto criado por Richards em seu corpo. Contudo, ele não esperava era que o vilão namorasse com Commanda (uma vilã bem desconhecida criada em 1996) e esta estivesse em sua casa. A vilã confronta o Aracnídeo que provavelmente estaria morto caso Loteria não aparecesse para salvar o dia.

Loteria

No processo, Loteria é tocada por Ponto Cego e fica temporariamente cega. Então, o Aranha usa o antídoto para reverter a situação e juntos eles conseguem derrotar o vilão e sua supernamorada. Contudo, alguns minutos após a vitória, Alana começa a passar mal e cai nos braços de Peter morta.

Loteria

Desesperado, ele vai até Richards e o cientista dá o diagnóstico final da morte da heroína. Ela teve um colapso com o excesso de drogas em seu corpo. Parker parece desesperado a principio sobre o fato de possivelmente tê-la matado com o antídoto, mas Richards o acalma. Foi o Oepidus a droga fatal.

No final desta história, o Aranha retorna para a casa da Sarah Ehret, a verdadeira e original Loteria. Em parte, Peter a culpa pela morte da amiga. Fala que ela é quem tem os superpoderes e o treinamento. Ela deveria ser a heroína. Mas Sarah conta que não era aquela a vida que ela queria.

Peter retruca. Gente como nós, não tem escolha.

Loteria

Assim, conclui-se essa edição anual desenhada por Mike McKone e um mistério é resolvido. A história, afinal, não é lá de toda ruim, mesmo vindo de Mark Guggeheim. O curioso aqui e que mais me chama atenção é essa necessidade desesperada que colocam no Parker de ele temer levar mais culpa nas costas. Soa levemente como uma baita covardia, bem feio para um personagem com feitos tão heróicos no passado.

Coveiro

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