Na semana passada, chegou nas bancas, livrarias e lojas especializadas os primeiros exemplares de Vingadores: Guerra sem Fim, a primeira de uma série de edições de luxo que marcam a volta do lançamento das Graphic Novels pela Marvel. Escrita por Warren Ellis com desenhos de Mike McKone, acompanhado da arte final de Jason Keith, esse é aquele tipo de material que não deve faltar na estante de qualquer colaborador.
Pra começar, devemos ressaltar aqui a história desse material. De forma surpreendente, foi acordado pela Marvel e suas licenciadas que o material seria lançado mundialmente (como já informamos aqui). Ou seja, todo mundo teve acesso a essa obra mais ou menos no mesmo tempo. A Panini também não fez feio dessa vez e mandou muito bem na qualidade do produto. É um acabamento similar ao Deluxe, com costura, capa dura e até metalização na imagem da capa e contracapa.
Logo que você abrir o produto também terá uma surpresa. Há um prefácio do ator Clark Greeg, que fala um pouco de como começou sua paixão pelos quadrinhos e delineia com bastante conhecimento do assunto o que achou da história. Ele só escorrega ao dar um leve spoiler de cara para os leitores. Mas vamos perdoar o cara, já que mal voltou dos mortos e partir direto pra TV, né?
Temos então a história por si. Em meio a um conflito interno na Slorênia, alguns rebeldes acabam derrubando o que parecia ser um drone, mas que na verdade parece uma criatura alienígena cheia de próteses cibernéticas. As primeiras imagens do monstro não demoram pra vazar pela TV e chegar até os Vingadores. E para temor do Capitão América, ao ver as palavras Hereward escrita num dos equipamentos, não demora pra associar a algo do seu passado ligado a Segunda Guerra Mundial.
É o suficiente para ele achar que deve reunir a equipe, se mandar para o local e investigar a origem de tudo. Então, o roteirista Warren Ellis conseguiu aqui reunir os elementos certos para o seu grupo. Os já conhecidos Vingadores do cinema – Capitão America, Thor, Homem de Ferro, Gavião Arqueiro e Viúva Negra – se juntam ainda a bela e nova Capitã Marvel e ao arroz de festa, Wolverine. Mais tarde, ainda teremos a participação de um certo Doutor Banner na jogada. Todos eles acabam sendo bastante funcionais durante toda a história, mas o que mais acerta aqui no roteiro são as relações e conflitos entre os membros. É algo que Ellis já mostrou que faz muito bem.
Dado ponto da história, vemos que agora é Thor quem parece reconhecer a tal sonda-monstro que sobrevoava ao Slorênia. Na verdade, especificamente a parte “criatura” daquilo. Nidhogg é seu nome. Com dois Vingadores com motivos de sobra pra saber mais sobre aquele mistério, não haveria mais discussão na equipe, apesar da Viúva e Capitã Marvel serem terminantemente contra passarem por cima do exército e da SHIELD para chegar lá. Mais tarde, saberemos que essas organizações terem seus motivos para não se meter no assunto antes. Ou apenas contribuírem ao deixar um certo pacote cheio de radição gama no seu sangue no desenrolar dessa história.
A história segue com McKone mostrando o melhor de si. Seu traço talvez seja considerado muito simples para muitos, bem longe dos atuais artistas estilizados ou fotorealistas, mas é bem limpo e tem uma ótima narrativa visual que não nos deixa na mão na história. É uma edição de 120 páginas que tem bastante valor e o preço ficou bastante justo.
Nesta resenha, não vou estragar as surpresas no decorrer da história – que acabou de sair e talvez leve algum tempo para chegar para alguns. Mas pontuo aqui alguns pontos interessantes como as resoluções fatídicas de Wolverine (quase sempre imperceptíveis e chamativas), Tony Stark mostrando que sua genialidade peculiar depende dos momentos e a conversa final entre o Gavião Arqueiro e o Capitão América. Tudo isso tem uma assinatura bem própria de Warren Ellis, que mostra que vem se dando melhor com os Vingadores (ele pegou por um tempo os Vingadores Secretos) do que os Surpreedentes X-Men.
Realmente, o pessoal merece os parabéns pela sincronização para esse lançamento concomitante pelo mundo. Essa volta das Graphic Novels começou com o pé direito. E estou ansioso pra ter a próxima em mãos.
Coveiro