sexta-feira, 28 de abril de 2017

Venom, Cavaleiro Espacial: Protegendo o Cosmo

VENOM SPACE KNIGHT CAVALEIRO DO ESPAÇO 1 2 3 4 5 6 UNIVERSO MARVEL THOMPSON FLASH OLIVETTI PANINI MARVEL

Venom um Cavaleiro Espacial? Sim! De todas as reviravoltas que o simbionte alienígena vivenciou nas últimas décadas, com toda certeza poucos esperariam a direção tomada desde que fez de Flash Thompson seu hospedeiro. Desde que se juntou aos Guardiões da Galáxia Venom pôde voltar ao espaço e, com isso, aproximar-se daquilo que parece ser o seu destino: ser um agente do cosmo. É a história que começou a ser contada na nova versão da revista Universo Marvel, relançada no final de 2016.

Em síntese, a história contada pelo roteirista ROBBIE THOMPSON (meio xará de um dos protagonistas, portanto) serve como uma grande terapia tanto para Thompson quanto para o simbionte no caminho para a redenção de ambos como heróis a serviço do universo. A inusitada entrada de Flash nessa direção não é recente. De agente do governo ele se tornou vingador e daí membro dos Guardiões da Galáxia. Mas foi apenas quando a verdadeira natureza boa dos klyntar (a raça de Venom) foi descoberta e retomada que a busca pela redenção se iniciou.

Ela claramente não é fácil, e ambos precisam encarar toda a fama dos klyntar universo afora, mas, ao mesmo tempo, acaba sendo uma jornada de provações, reflexões sobre a natureza do simbionte e sobre o passado em que Flash sofreu abusos do seu pai alcoolatra, e, claro, a busca pelo heroísmo inscrito na ideia de ser um agente do cosmo. Não é fácil, mas no caminho eles fazem alguns aliados e amigos inusitados – desde 803, um robô nitidamente inspirado em Marvin do Guia do Mochileiro das Galáxias, até uma Panda gigante boa de briga, e mais. A interação de Flash com o simbionte e com uma coleção de coadjuvantes é o ponto alto da revista.

Particularmente torci um pouco o nariz com a premissa da revista, mas fui criando alguma afinidade pela narrativa adotada. É uma revista cujas histórias li bem rápido, o que normalmente uso como parâmetro de uma narrativa bem construída, já que “revista ruim” costuma nunca acabar. Não é a melhor história que você vai ler na sua vida, claro, mas vai além das baixas expectativas normalmente criadas. Vale a pena.

Outro aspecto a se ressaltar é a arte de ARIEL OLIVETTE. Inconfundível, seus traços dão um tom futurista bem bacana às histórias – da mesma forma que fez anos atrás na jornada de Cable com Esperança. Talvez essa escolha tenha ajudado nessa fluidez da história que citei acima.

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Outro mérito da história é brincar com a ‘fauna’ do cosmo Marvel de uma maneira bem livre, dando espaço para Olivetti demonstrar todo o seu talento e Thompson (o roteirista) brincar com novos mundos e personagens. À imposição a Flash da luta sem o simbionte é parte previsível mas bem executada da história, assim como o desfecho da sexta parte da história – publicada na recém lançada Universo Marvel #6 –, em que vemos que vemos o simbionte ainda caminhando em uma linha tênue após ser usado por um ser cujas intenções eram opostas a de um cavaleiro espacial.

A recém adquirida semi-autonomia de Venom, e suas conversas com Flash, podem ser uma adição perigosa, mas necessária para que a revista mantenha sua razão de ser. Na altura da sexta edição algumas coisas já soam repetitivas. Aguardemos as próximas para vermos se Venom, o cavaleiro espacial vinga de fato como o novo status do personagem.

João

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