terça-feira, 18 de abril de 2017

Deadpool Extra: A Gangue do Cable

Quem anda acompanhando a revista Deadpool Extra já deve ter percebido que ela substituiu a antiga versão de 140 páginas com histórias aleatórias mas com o adendo de agora estar todo mês em bancas. Sempre com histórias completas e arcos fechados, não há bem uma sequência cronológica bem definida sendo seguida na ordem de publicação da Panini. Tomando como exemplo a edição de fevereiro que falaremos nesta resenha, a história principal foi publicada nos EUA em 2014 e conta basicamente um tipo de prequel bem esquecível do primeiro encontro do Deadpool com Cable e sua futura X-Force.



O outrora roteirista de Cable na época, Duane Swierczynski resolveu arriscar sair um pouco da linha mais série de perseguição futurística entre Nathan e Bishop e partiu para uma comédia pastelão protagonizada por Deadpool nessa minissérie em quatro partes. Com a companhia do desenhista Pepe Larraz, ele ainda segue com a temática de viagens no tempo, mas prefere partir para o passado agora. Quando Deadpool é contratado por um cientista maluco Francis Talbolt para alterar algo pontualmente no passado, Cable é chamado as pressas para deter o mercenário tagarela quando descobre-se que ele fugiu completamente ao protocolo que lhe foi ordenado.

Assim, Cable reúne para essa missão dois membros dos Novos mutantes, Míssil e Dinamite, juntamente com Dominó e o Apache, que farão parte ainda da futura equipe que se chamará X-Force, e partem para o ano 1777. Lá, Deadpool resolveu desbalancear um dos lados da revolução americana e adiantar demais a vitória dos americanos na sua luta pela independência. Cable e sua equipe tem que agir meticulosamente para reequilibrar as coisas sem interferir muito diretamente na história. Todavia, Deadpool não está disposto a ser pego e daí é que a confusão começa quando ele passa a saltar pra outros momentos importantes da historia dos Estados Unidos da América e brincar ainda mais com o passado.



Na briga entre Confederados e União, Cable percebe que alguma coisa no passado foi mexida porque o lado de Washington está assustadoramente mais desenvolvido do que o pessoal do sul. Já Deadpool está disposto a dar a vitória aos confederados apenas para evitar as "chatas" encenações das escolas em seu futuro. O quebra-pau entre Wade e Nathan vai se descontrolando com o passar do tempo para o futuro até vai parar nos anos 1923 na Alemanha e encontrar um jovem e embriagadao Adolph Hitler. Para deixar as coisas mais insanas, Deadpool afirma que tem que deixar o alemão vivo até os anos 60. Este seria um dos itens importantes do seu contrato.

A história então chega ao climax quando Cable e a proto-X-Force descobre que os verdadeiros planos do cientista Francis Talbolt eram muito mais mesquinhos do que pessoais. A contratação do Deadpool nada tinha a ver com o fato de salvar seu neto da morte certa, mas sim manipular vários eventos na linha do tempo para que no futuro ele (ou uma versão dele) se tornasse o ditador de uma grande tecnocracia. Na batalha final, Cable acaba surpreendendo a todos com seu poder que na época não tinha sido revelado nem para o leitor e usa sua telecinesia para defletir um disparo certeiro do Deadpool contra ele e ao mesmo tempo livrar todos da ameaça de Talbolt. Segundos depois o tempo se reconstruiu para o que deveria sempre ter sido e o leitor é levado a clássica página de  Novos Mutantes 98 quando (sem memoria dos recentes eventos) Cable e Deadpool se reencontraram.


Essa edição ainda vem acompanhada de algumas outras histórias curtas, independentes e divertidas. Em parte do que foi publicada na revista Deadpool 1000, vemos Wade e sua leva de personagens coadjuvantes vivendo uma encenação maluca e novelesca que só podia ser vista nos sonhos de Deadpool. Outra história publicada originalmente em Deadpool Team Up 883, temos Wade se candidatando a vaga peculiar de Arauto de Galactus e vivendo altas aventuras cósmicas até o Devorador de Mundos perder a paciência com sua tagarelice. E por fim, Deadpool Team Up 895 traz uma história de Wade em parceria com o praticamente desconhecido personagem It, o Colosso Vivo.

A Panini anda investindo alto realmente nas histórias do Mercenário Tagarela. Para os fãs que praticamente só o acompanham, temos hoje três mensais com seu título na capa e eventualmente reedições de seus "clássicos". São tempos bons para ser um falante mercenário por aqui, pelo visto.

Coveiro

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