segunda-feira, 2 de abril de 2018

Guerra Civil II: Um inumano chamado Ulysses

Tudo em Guerra Civil II gira em torno dos dons de um único personagem, Ulysses Cain, o jovem recém transformado inumano capaz de não só ter como vivenciar visões como nenhum outro personagem conhecido da Marvel já o fez. Sendo um pilar tão importante pra minissérie, era quase que necessário o personagem ganhar um tie-in aqui. E acredite, essa história em três partes centrada nele e em seu dom é uma das coisas boas que teve da Guerra Civil II



Roteirizada por  Al Ewing e com arte de Karl Kesel, a história acontece aqui logo no começo da minissérie, quando o novo personagem ganhou seus poderes mas está ainda bem longe de controlá-los. Sem muitas opções, a Rainha Medusa decide que só uma pessoa pode ajudá-la com Ulysses e ela é Karnak. Depois de sua "ressureição", Karnak está bem longe de ser aquele primo com humor arisco e um tanto torpe. Ficou mais esquisito, quase incompreensível, prefere ser denominado como "mestre" e mora isolado numa torre junto com alguns outros inumanos esquisitos.

Medusa, que estava acompanhada por Perdeneira e Iso, é recebida pelo primo, que desde que chegaram provoca os novatos desarmando-o com palavras graças ao seus dons ainda mais aprimorados de detectar falhas. A Rainha deixa Ulysses aos cuidados do primo, quase se arrependendo do que fazia. E então, Karnak entra na sua isolada torre e faz um breve tour no seu interior com o jovem Ulysses. Para quem achava Karnak estranho, lá há outros inumanos como o Porta e Língua que fazem você repensar os critérios para "esquisito".

Quando finalmente chega em seu quarto/cela, Ulysses vê que sua posição é praticamente a de um prisioneiro. Assustado e pressionado por Karnak, Ulysses começa a ter ali mesmo uma visão sobre um acidente em Oregon. Demorou pouco e sem muitos detalhes, ele só conseguiu descrever as cenas assustadoras quando despertou e sem precisar muito quando e porquê tudo aconteceria. Nervoso, Ulysses só pensava em partir imediatamente para evitar o acidente, mas Karnak tinha planos diferentes. Ele prendeu Ulysses na sua cela e o deixou ali.



Desesperado, o jovem Inumano começou a berrar e fazer de tudo para fugir, sentindo-se imensamente responsável por tudo que iria acontecer caso não evitasse a catastrofe. Ele acreditava que Karnak, sendo o psicopata que parecia ser, deixaria todos morrerem no trem apenas para "entender" melhor as visões. Daí, vemos que de fato o "Mestre" inumano foi de fato par Oregon e da copa de um das árvores próxima a estação assistia tudo.



Enquanto isso, Ulysses deu um jeito de fugir de sua cela, teve que escapar da gigantesca lingua da cozinheira e ainda convencer Porta a deixá-lo sair. No meio disso, Ulysses chegou até mesmo a ter uma visão sua do futuro, sendo alguém visualmente bem parecido com Karnak (com capuz e pinturas faciais). Quando finalmente saiu da torre, topou com o "Mestre". A princípio acreditava que Karnak tinha deixado o acidente acontecer, mas depois descobriu que o esquisito inumano impediu tudo a tempo. Mesmo que para ele as vidas não importassem, eram importantes para Ulysses e Medusa. E isso bastava.



Mas o "Mestre" quer na verdade saber o que Ulysses aprendeu com tudo aquilo?

A princípio relutante e em dúvida sobre o que responder, Ulysses voltou a ter uma nova visão e dessa vez ficou mais calmo e controlado nela. Pode assim pegar detalhes mais precisos de onde estava e quando estava para poder determinar melhor o que fazer. Ao despertar da visão, Ulysses parecia agora entender melhor os rudes ensinamentos do " Mestre" e assim decidiu voltar a Torre e continuar seus aprendizados.

Para quem quiser conferir essa história, é só buscar as edições #14 e #15 de Universo Marvel. Al Ewing acertou muito bem o tom, o que mostra que em terrenos surreais e esquisitos o roteirista vai muito bem. Tem um clima leve de terror em toda a narrativa, mas que acaba se saindo mais leve pelo humor que transparece em Ulysses tagarelando enquanto está nervoso. Os desenhos que não são lá essas coisas, mas nada que comprometa, deixa tudo com ar até meio indie. No fim, só mostra que a Marvel só acertou em mais tarde transferir o roteirista pra escrever sobre a família real inumana.

Coveiro

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