quinta-feira, 2 de julho de 2009

A Guerra É Um Inferno: Where Eagles Dare*




A história da humanidade é marcada por diversas guerras, rebeliões, revoltas. O conflito é algo presente em qualquer época da breve história do homem. Em alguns, sempre parece que temos aliados e adversários bem definidos. O bem e mal ficam bem caracterizados, o que facilita a escolha do lado certo. No entanto, a guerra é um acontecimento complexo demais, onde o bem e o mal são dificilmente definidos de forma simplória. E um certo tenente Kaufmann está perto de ver que a guerra não é algo glorioso como parece ser.

Nossa história, que começa na longínqua Marvel MAX 67, mostra o esquadrão de Kaufmann nos céus perseguindo os famosos chucrutes. Kaufmann está revoltado porque o esquadrão dele não ataca um grupo de aviões alemães. Só que o líder do esquadrão, Booker, resolve dar meia volta e retornar para a sua base, para a revolta de Karl. Kaufmann questiona o porquê de retornar para a base, se tinha os chucrutes em sua mira. No momento que falam, seus companheiros de combate falam se ele não tinha visto um grupo de albatrozes à espreita. No momento que seus companheiros se dispersam, Booker chega para conversar com Kaufmann e repreendê-lo pelo comportamento no céu, para logo em seguida dar um conselho para ficar esperto no ar.



Após o sermão, Kaufmann está no bar, quando a aparece Capitão Franklin, ordenando para que o Tenente investigue um incidente sodomita entre as tropas. Porém tudo não passa de uma piada do Capitão Franklin que quer infernizar a vida do pobre novato. Kaufmann tenta tirar satisfação com Franklin, mas acaba sendo frustrado pelo experiente Capitão.

De volta ao céu, mais um encontro com os chucrutes voadores. Kaufmann tem a chance de abater vários aviões alemães. Mas acaba entrando em colapso, o que quase resulta na sua morte se não fosse a intervenção de Booker, que, ao chegar em terra, reclama com Rox do desempenho de seu conterrâneo. Apesar disso, Rox acha que foi um dia bom e permite uma ida a cidade para que os soldados desfrutem de uma boa noite.

Apesar disso, Karl não está muito animado, ainda mais com as piadas que Booker faz sobre a America. Booker então resolve tentar animar Kaufamann, apresentando uma dama local que presta determinados serviços para homens solitários. Kaufmann acha que encontrou a mulher da sua vida. Some-se ao fato de não entender uma palavra de francês, acaba resultando numa das melhores piadas escritas pelo humor negro de Ennis. Obviamente, só mesmo numa história escrita por ele é que um soldado da primeira guerra se apaixona por uma prostituta francesa.



Porém, os resultados desse amor não tardam a aparecer. Lembram do avião que trouxe nosso caro Tenente? Bom, os mecânicos conseguiram colocá-lo nos eixos. Porém, assim que ele alça vôo, Kaufmann joga o pobre SPAD numa árvore. Rox pergunta se jogar o avião na árvore aliviou uma coceira em particular. Logo em seguida, Rox e Kaufmann começam a conversar , com Karl reclamando da falta de heroísmo e cavalheirismo na guerra. Rox diz que não há espaço para essas coisas numa guerra, somente a sobrevivência é o que conta.

Mais uma vez, Kaufmann está nos céus, tendo um grave problema com uma coceira em regiões especiais. Só que graças a essa coceira, Kaufmann consegue avistar o esquadrão dos alemães e desce o fogo em cima deles. Com isso, Kaufmann se torna o novo herói do esquadrão. Logo em seguida a comemoração, Kaufmann vai ao médico e descobre que sua nova namorada não é uma pessoa das mais higiênicas (aliás, ele descobre que não é sua namorada).



Já na festa, todo mundo enche a cara em comemoração ao bom dia que tiveram. Kaufmann resolve provocar o Capitão Franklin, falando da decadência dos ingleses. Este propõe um duelo para ver quem aguenta mais birita. Obviamente, Karl não agüenta. E nisso, Franklin resolve fazer mais uma piada. Kaufmann quando acorda, percebe que está mais inglês do que nunca.

Ao tentar tirar satisfação com Franklin, Kaufmann percebe que chegou tarde demais, pois o referido capitão não se encontra mais entre vivos. Com a queda do Lorde Franklin, Rox se torna o último inglês do esquadrão. Apesar da má notícia, a boa é que o esquadrão será reequipado. Os aviões que eles usavam serão usados para treinar novos jovens para guerra. Apesar da brincadeira de mau gosto de Franklin, Kaufmann vai usar a tatuagem como uma forma de se lembrar do brincalhão capitão.



Mas a guerra não para. Kaufmann se acostuma com a guerra de uma maneira que matar dúzias de corpos é algo corriqueiro, sendo que a mudança é sentida pelo Capitão Booker. E com isso, Kaufmann também fica mais esperto. Enquanto rumam para o bar, discutem bobagens, como o apelido que Booker ganhou e a velha piada do incidente sodomita.

No bar, Rox chega e se junta à dupla, que está numa partida de damas (ou perde ganha). Rox comenta que o comando não achou os arquivos referentes a Kaufmann, o que gera mais piadas de humor negro. Também comentam sobre o motim que os soldados franceses estão fazendo, para a revolta de Kaufmann. Novamente, Karl é obrigado a ouvir as duras lições que uma guerra dá, principalmente quando no comando tem pessoas que estão sentadas em cadeiras confortáveis, sem saber o que acontece de verdade no front.

Os novatos se apresentam e, de certa forma, estão bem entusiasmados. Loucos para derrubarem chucrutes. Os nomes dos novatos: Walton e Pace. Os dois juntos voaram o suficiente para saber como levantar vôo e mais nada. Para Kaufmann, é um homicídio deixar esses garotos voar. Para Booker, seria um motim se eles não o fizessem.

E as desgraças não tardam a acontecer. Parece que a sorte de Kaufmann não está muito boa. Walton vira o verdadeiro Tocha Humana, enquanto Pace está carregando os intestinos nas mãos. Kaufmann, apesar do mau dia, tem um pouco mais sorte, já que o chucrute que estava em seu encalço recua. E parece que o Comandante Rox sumiu no meio daquele zona toda.



Em terra, Kaufmann e Booker bebem a morte de Rox e de outros companheiros. Em razão do falecimento de Rox, o Major Montana (Booker) é o novo comandante do esquadrão.

E não que as coisas mudam assim que Booker assume o comando? Agora Booker tem que sair correndo para se salvar. Kaufmann dá apoio aéreo, mas não por muito tempo. Alvejado pela artilharia alemã, Kaufman e Booker estão no meio do fogo cruzado da infantaria. Booker está gravemente ferido. Eis que começa um verdadeiro incidente sodomita, nas palavras de Booker, com vários corpos no campo de batalha.

Eis que é chegado o grande momento. Booker pergunta qual é o grande segredo de Karl Kaufmann. Kaufmann começa a falar sobre sua origem, contando que seus pais foram de Hamburgo para Wisconsin. Seus pais acabaram voltando para a Alemanha, enquanto Karl acabou ficando nos EUA com seu tio Paul. Kaufmann queria combater os alemães, mas não queria se expor, já que isso poderia trazer problemas para os seus pais. Então seu tio comprou para ele uma passagem para França e um SPAD espalhafatoso. E claro, uns documentos forjados. E caso alguém perguntasse seu nome, ele diria que se chama “Aguia Fantasma”. Realmente, esse cara é de matar de rir. Bom, Booker acaba morrendo mesmo.

No final, após sair do hospital por levar uma bala, Kaufmann passa a ser o novo comandante do esquadrão. Uma nova tropa é recrutada. E guerra segue o seu rumo, como sempre deve ser.



Bacana a minissérie. Ennis conta sobre a desilusão de um jovem idealista, ao mostrar que o campo de batalha é um lugar que não tem espaço para ideologias. Não é a primeira vez que Ennis faz isso, mas, diferentemente da mini do Fury, aqui o tema é melhor desenvolvido. Uma pena que Chaykin não ser mais um grande desenhista, o que ajudaria fluir melhor as coisas. Diria que está longe dos ótimos trabalhos do escritor, mas é ainda sim é muito legal em relação à média geral que vemos por ai.

Rafael Felga

Ps: O título é baseado na clássica canção do Iron Maiden, que tem como foco os combates aéreos.

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