quinta-feira, 16 de julho de 2009

O Legado de Charles Xavier: Revelações*

Como vimos na edição passada, o Professor X, em busca de suas memórias perdidas, encara sua conturbada infância, com a ajuda das lembranças de seu amigo da época, Carter Ryking; sendo o envolvimento de seus pais biológico e adotivo no centro de pesquisas de Alamogordo e os testes a que fora submetido pelo Dr. Milbury o foco principal. Quando os misteriosos assassinos que o vêm seguindo o encurralam em seu quarto de motel, a cavalaria chega na inusitada persona de Gambit. Em que tudo isso vai dar, nós começamos a conferir agora, assim como em X-Men 91.

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Começamos exatamente onde havíamos parado, com um habilidoso e carismático Gambit detonando o bando. Ao fim da batalha, o próprio Charles sai do quarto e salva a pele do cajun, nocauteando um assassino que havia resistido, e Remy LeBeau se mostra contente em ver o professor com vida. Xavier não o reconhece, mas logo as memórias do antigo x-man inundam sua mente, fazendo-o relembrar o momento em que expulsara os X-Men de sua mansão.

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Em tal flashback, Xavier explica estar decepcionado com o grupo e, como dono da propriedade, tem a palavra final. Quando Scott protesta por uma explicação melhor, relembrando tudo que o professor fizera para defini-los, Charles diz ser a hora deles se definirem sozinhos, como adultos fazem. O grupo deixa a sala, com exceção de Gambit, que afirma não acreditar em nada daquilo. Cajuns reconhecem a arte de mentir e a aplaudem quando bem executada; neste caso, LeBeau bateria palmas fracas.

Ele compara Charles ao truque em que o ás de espadas sempre volta para o topo do baralho, dizendo que é isso que o professor faz: sempre volta ao mesmo lugar, às mesmas pessoas. Xavier pedira a Scott para se definir sem os X-Men, mas seria ele mesmo capaz de tal feito?

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(Nota do Redator: Para sanar a curiosidade de quem não sabe, o objetivo do Professor X, na época, era revelar um impostor que ele suspeitava haver na equipe e que, depois, foi revelado como um skrull que havia substituído Wolverine.)

Questionado por Charles sobre estar distante de sua terra e também por não parecer surpreso em vê-lo com vida, Gambit explica que alguém está pagando pela morte do professor, e que tal trabalho fora oferecido à Liga dos Ladrões de New Orleans. Seu nome se encontra ao lado de mais três alvos: Sebastian Shaw, Cain Marko e Carter Ryking. O caso chamou a atenção de LeBeau, que decidiu acompanhá-lo.

Dos nomes que acompanham o seu próprio na lista, o único que surpreende Xavier é o de Shaw, nos outros ele pensa com um estranho senso de inevitabilidade. Mas só o que importa agora é tentar proteger o indefeso Carter, Charles afirma, sem saber que já é tarde demais.

No dia seguinte, no hospital, o Professor X e Gambit recebem as notícias. Ao influenciar o doutor mentalmente a lhe revelar a causa mortis, Xavier descobre se tratar de um rompimento espontâneo de todas as hemácias do cérebro, algo impossível de acontecer sem influência externa. Remy não desaprova tal método de persuasão, mas se lembra de um tempo em que Charles recorreria a outras alternativas. Mas seu motivo de agir assim, no momento, é a estranha sensação de urgência que tem sobre a situação, crendo que muitas outras vidas correm risco.

Na portaria do hospital, Sebastian Shaw contata o Clube do Inferno para explicar que acredita estar perto da fonte geradora do campo de energia que passara pela sede do clube, resultando na explosão de uma máquina de monitoração e na morte de alguns funcionários. Tal campo já fora enviado mais duas vezes, em um ciclo regular de vinte e três horas, sendo que o último resultou na morte de Ryking. Mas Shaw interrompe o relatório quando avista Xavier e LeBeau deixando o prédio, e trata de segui-los sorrateiramente.

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Agora, os dois se encontram em um carro no meio do deserto. Charles explica a Gambit que seguem para Alamogordo, já que, com exceção de Shaw, esta é a principal ligação entre os nomes na lista. Ouvindo no rádio uma canção que fala sobre pais e filhos (para ser específico, Father, Son de Peter Gabriel), Xavier mergulha em memórias mais uma vez.

Desta vez, ele revive uma briga doméstica entre sua mãe e seu pai adotivo, Kurt Marko. O violento senhor Marko explica a esposa que eles não podem sair dali pelo bem das crianças, pois Milbury não permitiria, insinuando que fora esta a razão da morte de Brian Xavier. Ele ainda revela que agora o cientista chama o projeto de Cronos – nome que havia sido citado por Sebastian algumas edições atrás, e que parece ter relações com seu pai. O novo nome se deve ao deus grego homônimo que devorava os próprios filhos, referência com a qual Milbury se diverte muito. Não há mais saída, sua melhor opção agora é continuar contribuindo, mesmo que nenhum dos dois meninos seja o que o doutor procura.

Xavier acorda com Gambit lhe dizendo que devem parar em breve, pois é difícil dirigir à noite. O que eles não sabem é que estão sendo observados pelo mesmo grupo de assassinos que enfrentaram na noite anterior e que é exatamente com isso que eles contam: uma situação na qual os dois não tenham para onde correr. Charles revela que sente forte dor de cabeça, um tipo de estática no cérebro que nunca sentira antes.

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Ao cair da noite, LeBeau prepara café e os dois conversam. Xavier diz que tudo o que a geração de seus pais fez em Alamogordo só causou sofrimento, culpando-os dos destinos de Cain, ao se tornar o Fanático, e da morte de Carter. Que influências isso teve nele mesmo, Charles tem dificuldade em perceber, dizendo não ser fácil confrontar suas origens. O que consegue racionalizar agora é a verdadeira identidade de Milbury, que ele tem quase certeza em se tratar do Sr. Sinistro. Sua teoria é a de que o geneticista reunira portadores do gene x para ver o que aconteceria com seus filhos. O professor ainda confessa que sempre soube de parte disso, mas adiou uma visita ao complexo devido a assuntos mais importantes que viviam surgindo. Só que agora não há mais desculpas. Sua dor aumenta e ele diz precisar de alguns segundos para organizar os pensamentos.

Nisso, Charles acorda no que parece um campo de batalha deserto, e sente aquele lugar de forma extremamente real. Ele ouve um general gritando palavras de ordem a seu pelotão e avista a si mesmo, com uniforme militar e cadeira de rodas, comandando um grande grupo de X-Men. Ele tenta, em vão, impedir os mutantes de avançar para a batalha que, para muitos deles, foi sinônimo de morte certa.

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Charles sabe que essas recordações não são suas, e o General Xavier explica que não se tratam de memórias, e sim metáforas. Foi assim que as ações do professor pareceram para ele, que não desaprova o típico sacrifício dos jovens por parte dos velhos, conforme Xavier fizera. Sobre o que exatamente seria esse general, o próprio se define como um eco, um potencial que, em breve, será muito mais.

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Neste momento, Gambit o acorda, avisando-o sobre o ataque que sofrem. O alvo dos assassinos é Xavier, e LeBeau o defende com garra, conseguindo mantê-lo a salvo – ao menos por enquanto. Um pouco afastado da batalha, Charles tomba no chão e se vê como criança durante um teste no laboratório do Dr. Milbury, ou melhor, do Sr. Sinistro, conforme se mostra claramente para ele agora.

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*Este título encerra a série de referências bíblicas que venho fazendo nos artigos da série. "Revelações" é o nome pelo qual o Apocalipse é conhecido em outros idiomas, e combinava mais com a história. Faço isso porque essa edição marca o fim das cinco capas que, juntas, formam um grande pôster, que você pode conferir clicando aqui.


Léo

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