Mesmo usando referências ao mundo contemporâneo, especialmente a como a mídia e a tecnologia atual são utilizadas, e introdução de novos personagens, o último arco de Ed Brubaker à frente das histórias do Capitão América pode não ser a mais espetacular obra do roteirista. Porém, a história que pudemos acompanhar entre as edições 24 e 27 de Capitão América & os Vingadores Secretos faz uma dupla homenagem: a histórias clássicas do Capitão América, e à “Era Brubaker”, a tudo que ele fez desde que assumiu as rédeas do personagem.
Algumas coisas na trama, produto de uma parceria com Cullen Bunn, podem até parecer antiquadas, e acredito que era essa a intenção de Brubaker. Mas combater o Barão Zemo, a Hidra e Bravo, um antigo aliado tornado adversário, é tudo que se pode esperar de uma típica história do Capitão América. Assim, nas quatro partes vemos referências a momentos anteriores do Capitão, como a presença da SHIELD, da Cascavel e do Falcão, e ao clima de espionagem “recente”, muito bem representado pela parceria com Sharon Carter, a Agente 13.
O conflito com o patriotismo e nacionalismo envolvidos na origem e motivação do protagonista é explícito, e alvo de seus adversários. Brubaker tenta, e consegue em boa parte, tornar a disputa o menos “preto & branca” possível. Os Discordianos são toscos até pela obviedade dos nomes, mas ao mesmo tempo também necessários ao clima da história justamente por serem óbvios.
A arte de Scot Eaton se encaixa perfeitamente e favorece essa interpretação, ao mesmo tempo saudosista e em busca de uma justa homenagem. Melhor apenas se Alan Davis, recentemente à frente dos desenhos, pudesse tomar o seu lugar.
A conclusão não poderia ser diferente, com um clima de otimismo que nem o período sombrio levado adiante por Brubaker poderia apagar da revista do Capitão América.
Porém, além desse último arco, temos uma última história, em edição única, que fecha a passagem do roteirista perfeitamente. Em primeiro lugar, tem a volta de Steve Epting, desenhista que ajudou a construir o Capitão América dos anos 2000. E como não poderia deixar de ser, traz um clima mais sombrio, mesmo com o sentimento patriótico, e até de certo otimismo, que envolve o protagonista.
Em poucas páginas, a edição traz um grande resumo da experiência de vida de Steve Rogers. Mas não só dele, como também do símbolo que ele encarna hoje. É daí que vemos Bucky e todas as parcerias e facetas do Capitão América, para desembocar em uma tocante e significativa sequência com a participação do desequilibrado Capitão América dos anos 50. Leitura imperdível.
Acredito que seja mais do que justo reverenciarmos histórias (tanto o arco final quanto esse finale isolado) que, em sua simplicidade, resumem bastante toda a contribuição que o roteirista (a partir de então afastado de títulos mainstream) deu aos fãs.
João
Algumas coisas na trama, produto de uma parceria com Cullen Bunn, podem até parecer antiquadas, e acredito que era essa a intenção de Brubaker. Mas combater o Barão Zemo, a Hidra e Bravo, um antigo aliado tornado adversário, é tudo que se pode esperar de uma típica história do Capitão América. Assim, nas quatro partes vemos referências a momentos anteriores do Capitão, como a presença da SHIELD, da Cascavel e do Falcão, e ao clima de espionagem “recente”, muito bem representado pela parceria com Sharon Carter, a Agente 13.
O conflito com o patriotismo e nacionalismo envolvidos na origem e motivação do protagonista é explícito, e alvo de seus adversários. Brubaker tenta, e consegue em boa parte, tornar a disputa o menos “preto & branca” possível. Os Discordianos são toscos até pela obviedade dos nomes, mas ao mesmo tempo também necessários ao clima da história justamente por serem óbvios.
A arte de Scot Eaton se encaixa perfeitamente e favorece essa interpretação, ao mesmo tempo saudosista e em busca de uma justa homenagem. Melhor apenas se Alan Davis, recentemente à frente dos desenhos, pudesse tomar o seu lugar.
A conclusão não poderia ser diferente, com um clima de otimismo que nem o período sombrio levado adiante por Brubaker poderia apagar da revista do Capitão América.
Porém, além desse último arco, temos uma última história, em edição única, que fecha a passagem do roteirista perfeitamente. Em primeiro lugar, tem a volta de Steve Epting, desenhista que ajudou a construir o Capitão América dos anos 2000. E como não poderia deixar de ser, traz um clima mais sombrio, mesmo com o sentimento patriótico, e até de certo otimismo, que envolve o protagonista.
Em poucas páginas, a edição traz um grande resumo da experiência de vida de Steve Rogers. Mas não só dele, como também do símbolo que ele encarna hoje. É daí que vemos Bucky e todas as parcerias e facetas do Capitão América, para desembocar em uma tocante e significativa sequência com a participação do desequilibrado Capitão América dos anos 50. Leitura imperdível.
Acredito que seja mais do que justo reverenciarmos histórias (tanto o arco final quanto esse finale isolado) que, em sua simplicidade, resumem bastante toda a contribuição que o roteirista (a partir de então afastado de títulos mainstream) deu aos fãs.
João