sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Novos Vingadores: Ainda é só o começo

New Avengers #31 #32 #33 #34 Os Vingadores 114 115 116 Novos Vingadores End times

Eu gostaria de dizer que o último arco de Brian Michael BENDIS à frente dos roteiros dos Novos Vingadores foi tão espetacular quanto o primeiro, uns bons anos atrás. Mas estaria mentindo. Apesar de conter diversos nós finais em histórias que o próprio roteirista inseriu na série, a trama desenvolvida entre as edições 114 e 116 da revista Os Vingadores é no máximo mediana. Porém, ainda tem sua importância, pois representa o fim dos Novos Vingadores como os conhecemos.

Com exceção da fase “ilegal” vivenciada pela equipe, está tudo lá. O humor constante, a mistura de personagens inusitados (alguns de que muita gente nem tinha ouvido falar) com escolhas inicialmente questionáveis, o foco um pouco mais mundano mesmo entre seres superporosos, o antagonismo com Maria Hill e com as autoridades, a presença constante de ameaças sobrenaturais – o que justifica o papel central do Dr. Estranho. Diálogos-chave para o futuro de diversos personagens que aprendemos a admirar também são apresentados. Mas, como vem acontecendo há algum tempo, tudo em um ritmo arrastado.

O papel igualmente importante de Victoria Hand (uma das criações de Bendis no seu período de Vingadores Sombrios) é um ponto alto na história, o que a lamentação pelo seu desfecho seja ainda maior. É como se Bendis quisesse jogar sal no terreno em que plantou tantas coisas.

Mas, como disse, o foco central é o Dr. Estranho, e as consequências da disputa pela vaga de Mago Supremo, desde que Stephen abandonou o posto. Um senso de responsabilidade pela morte do Irmão Vodu o tira da inércia e da negação, fazendo com que uma história de vingança se torne uma história de redenção. O preço pago ainda é alto, mas Strange volta ao papel do qual nunca deveria ter se afastado.

A alternância de artista em cada uma das quatro partes da história (respectivamente Michael Gaydos, Carlos Pacheco, Michael Avon Oeming e Mike Deodato Jr.) é um tanto desastrosa. Especialmente por Oeming. Não por ser ruim, mas por ter um estilo que definitivamente não combina com a história. O único acerto é a mistura de painéis da última parte, o mesmo recurso que usou no marco de sua passagem pelos Vingadores, logo após “A Queda”.

Ao fim da série Bendis “reverte” algumas de suas criações, sem ignorar o caminho traçado até ali. A mais simbólica dessas passagens, é a partida de Luke Cage e Jessica Jones, que com sua filha Danielle seguem para o ostracismo editorial, mas com a certeza de que suas vidas não serão totalmente anônimas no universo Marvel.

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Assim Bendis encerra sua passagem por uma revista que, em seu primeiro volume, simplesmente virou de cabeça para baixo o papel dos Vingadores no Universo Marvel. Mantendo a lógica do papel dos maiores heróis da Terra, mas levando-os a um modelo moderno mais expansivo à totalidade do Universo Marvel, o balanço final é extremamente positivo. Ele trouxe Luke Cage, Jessica Jones, o Homem-Aranha, Wolverine, Mulher Aranha, Punho de Ferro, Demolidor e outros para a equipe. E, apesar das críticas iniciais, os fez vingar (HA!). Desde então, não houve evento de peso que não tivesse as histórias dos Vingadores como seu ponto de partida e centro de desenvolvimento da trama.

O título dos Novos Vingadores não desaparecerá. Porém, no mundo que se constrói após o conflito entre os Vingadores e os X-Men, ganhará outro propósito nas mãos de Jonathan Hickman.

João

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