quinta-feira, 3 de outubro de 2013

X-Men Legado: Prova Final


Os Vingadores e os X-Men estão em guerra por causa da Força Fênix, que chegou à Terra e sua hospedeira em potencial, Esperança Summers, não se mostrou à altura da tarefa. Este imenso poder, então, se diluiu em Ciclope, Emma Frost, Namor, Colossus e Magia e o conflito se acirrou.

Enquanto isso, na Academia Jean Grey para Estudos Avançados, os X-Men que não queriam se envolver nessa guerra foram confinados por um destacamento dos Vingadores, formado por Mulher-Hulk, Falcão e Cavaleiro da Lua, mas a situação logo se torna insustentável e uma batalha se inicia. Desesperado, o Falcão chama reforços e imediatamente o Homem de Ferro se apresenta para o combate. Como mais esse conflito irá se definir é o que nos contará o roteirista Christos Gage e os desenhistas Rafa Sandoval, na edição #267 e David Baldeon, na edição #268 de X-Men Legacy, aqui publicadas em X-Men Extra #140 pela Panini.

Vampira, uma das líderes da instituição,  se empenhou anteriormente em resolver a situação da forma mais amigável possível, mas ao ver os seus alunos sendo atacados pelos Vingadores, ela muda de idéia e entra na briga junto com os outros X-Men de Westchester.

Apesar dos X-Men serem mais numerosos, o poderio do Homem de Ferro sozinho é capaz de nocautear a todos. Vampira recorre ao antigo estratagema de roubar o poder de seus inimigos até desacordá-los e utilizá-lo em proveito próprio. Ela derruba o Falcão e rouba os poderes da Mulher-Hulk, que cai inconsciente, mas quando o Cavaleiro da Lua entra em contato físico com ela propositalmente, Vampira começa a sucumbir sob o peso das múltiplas personalidades do controverso herói. Como conseqüência, a fúria da Mulher-Hulk se manifesta de maneira incontrolável em seu interior.

Kitty Pryde pede que Joanna Cargill, a Frenesi, utilize sua superforça para realizar um “arremesso especial” nela em direção ao Homem de Ferro para que sua intangibilidade cause uma pane elétrica geral na armadura. Assim é feito, mas o vingador estava preparado para tal contingência e o resultado é ineficaz. Apesar disso, Kitty consegue perceber que não havia ninguém dentro dela, ou seja, trata-se de um traje operado remotamente. Quando Vampira toma ciência disso, ela consegue utilizar a força e a fúria da Mulher-Hulk para destroçá-lo completamente.

 

Mais tarde, os Vingadores são despachados inconscientes de volta para casa. Vampira resolve tomar uma posição e conclama os outros X-Men de Westchester a se envolverem diretamente na guerra contra os Vingadores.

Logo em seguida, começa a história “Loose Ends”, mais um “tie-in” de “Vingadores vs. X-Men”, que conta a origem de Frenesi. Ciclope, ainda imbuído da Força Fênix, está na África, mais precisamente no Quênia, desarmando sozinho todos os rebeldes, milícias e soldados do governo local, pondo fim a uma guerra que já durava 25 anos. A mando dele, as gêmeas telepáticas Stepford orientam Frenesi em uma missão de rescaldo, digamos assim. O objetivo é não deixar que o vácuo de poder causado por Scott seja ocupado indevidamente por outros indivíduos armados até que as gêmeas possam “reescrever memórias em massa, substituindo a índole agressiva por pensamentos pacíficos”. Enquanto isso, ela deve evitar que as pessoas armadas se matem ou que matem inocentes. Frenesi, ainda que contrariada com a verdadeira natureza de sua missão, resolve seguir adiante.

Ela não demora a travar contato com um miliciano, que começa a espancar uma jovem que tomou como “esposa” que se recusou a obedecê-lo. Joanna intervém e o atira para longe de maneira contundente e salva a garota. Ela começa a se lembrar de sua infância, quando o pai a espancava e a assediava moralmente de maneira bastante semelhante à cena que acabou de presenciar. Ela parte em direção ao acampamento dos milicianos para desbaratar a quadrilha de vez e a garota, Angelique, resolve acompanhá-la como guia.

Durante a caminhada, Joanna se lembra de como na infância gostava de usar as coisas de seu irmão, que servia no exército, e de como era espancada pelo pai quando era flagrada fazendo isso. Ela também se lembra do dia em que ela e seus pais receberam o aviso do falecimento de seu irmão em combate e da violenta reação de seu pai que, bêbado, começou a espancá-la novamente ao vê-la utilizando uma boina que era de seu irmão. A violência do ato causou a manifestação de seus poderes mutantes pela primeira vez, fazendo com que ela revidasse com um soco mortal desferido no pai. Horrorizada com o ocorrido, ela fugiu.

Logo em frente é encontrado o corpo do “marido” da jovem. Joanna ordena que Angelique fique onde está e alcança o acampamento dos milicianos, que são rapidamente derrotados por ela.

Duas horas depois, as gêmeas Stepford se reúnem a Joanna e às demais pessoas libertadas da milícia. As telepatas querem suprimir todas as memórias ruins que essas pessoas tiveram, mas Joanna pede que isso não seja feito para que elas possam tirar proveito do ocorrido e não serem alvo novamente do primeiro rebelde ou miliciano que aparecer. Por ela, os cérebros dos sociopatas que gostam de matar poderiam ser perfeitamente desligados, mas as vítimas devem ter o direito de tomar suas próprias decisões, independente do fato de Ciclope ou Emma Frost pensarem o contrário. “Eu assumo a responsabilidade”, diz.

Por último, Angelique se dirige a ela e pergunta se as coisas iriam melhorar a partir de agora. “Isso é com você”, ela responde laconicamente.



Christos Gage tentou tirar partido de escrever histórias que remetem ao grande evento do ano sem perder a chance de explorar mais alguns aspectos de personagens que têm se destacado em sua fase em “Legacy” como Vampira e Frenesi, sendo esta uma agradável surpresa e que ganhou até uma história de origem. Apesar disso, no caso de Vampira, achei uma tremenda “bola fora” do escritor a personagem ter quase sucumbido às três personalidades do Cavaleiro da Lua já que ela já absorveu anteriormente a psique de 8 bilhões de alienígenas ao derrotar a arma Shi`ar de destruição em massa chamada Hecatombe para salvar Providência, a antiga ilha flutuante de Cable. Também achei muito clichê a história de origem de Frenesi, em que mais um personagem mutante tem seus poderes ativados devido a algum acontecimento traumático, geralmente envolvendo a morte de algum familiar ou pessoa muito próxima.

Rafa Sandoval e David Baldeon apresentam o seu trabalho com correção mas, pessoalmente, gostaria que o primeiro tivesse mostrado Vampira destroçando a armadura do Homem de Ferro tendo como referência a cena da Mulher-Hulk despedaçando o andróide Visão em “Vingadores: A Queda”, desenhada por David Finch. Acho que assim teria mais impacto.

 Quanto à Panini, a única coisa que tenho a dizer é que ela poderia ter apresentado uma nota de rodapé que situasse os acontecimentos dessas histórias com os capítulos de “V vs. X”, como tem feito em outras.

Carlos André
Colaborador do Marvel 616

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