segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

CCXP 2018: Michelinie, Romita, Lobdell e Rubistein juntos num painel do Homem de Ferro



Um dos últimos painéis da CCXP que reuniu seus convidados internacionais foi o do Invencível Homem de Ferro que reuniu David Michelinie, um dos autores que mais durou no título e marcou escrevendo clássicos, juntamente com Scott Lobdell que escreveu o título em heróis renascem, e por fim o desenhista John Romita e o arte-finalista Joe Rubistein. A mediação ficou por conta do Felipe Morcelli do Terra Zero.

Para quem vem acompanhando os artistas nesses quatro dias de CCXP, já percebeu que eles rapidamente se sentiram a vontade para brincar e se divertir com o público, especialmente Romita e Lobdell, que parecem ter uma veia sem igual para o humor. E ambos chegaram logo antecipando qualquer primeira pergunta do mediador para levantar a polêmica sobre o desconforto para o herói em ter Calças de Ferro. Todos eles lembravam na época como essa era uma piada recorrente de bastidores na Marvel e que ao menos o primeiro filme do Homem de Ferro resolveu de forma prática sobre como imaginar vestir aquela armadura (que lembrando, usava uso de robôs auxiliares antes de ter a nanotecnologia das armaduras mais avançadas).



A conversa então passou para a primeira pergunta que foi sobre o que eles conheciam do herói antes de trabalhar com ele profissionalmente. David Michelinie contou mais uma vez como conhecia muito pouco do personagem quando começou sua longa fase, que leu as últimas edições de quem estava trabalhando com o personagem antes para ter uma ideia e começou a partir daí. Já Scott Lobdell remontou mais ao cerne do personagem, disse que como ele tinha que reescrever a origem do personagem naquele novo universo (o do heróis renascem) remontou as primeiras histórias escritas por Stan Lee em que trabalhou o ego do personagem e sua redenção como cientista armamentista depois do acidente que sofreu e custou quase sua vida prejudicando o coração. Romitinha lembra que recebia em casa da Marvel já que seu pai trabalhava para eles as revistas em que o personagem dividia as páginas com o Capitão América em Tales to Astonish, o que Joe Rubistein remendou dizendo que seu primeiro contato também foi ali.

Sobre a visão mudada do personagem hoje que sofreu certamente algumas mudanças graças aos cinemas, todos concordaram que Robert Downey Jr deu uma ótima interpretação do personagem e que o primeiro filme captou bem o espírito da essência do personagem de se redimir e virar um herói. Em certo momento, Lobdell fez a piada sobre se John Romita Jr ser parente de Robert Downey Jr já que tinham "últimos nomes" iguais, arrancando um monte de risos da plateia.



A conversa logo passou para relembrar momentos marcantes da carreira de cada um deles no personagem, que era acompanhada por algumas imagens em slides no telão. David Michelinie falou sobre a história mais marcante da sua fase, Demônio na garrafa, e sobre porquê colocar a questão do Alcoolismo como tema dos gibis da época. Junto com Lobdell, ele discutiu que como é recorrente na Marvel trabalhar a falabilidade dos heróis da Marvel e que naquela época o problema cardíaco do personagem já estava praticamente resolvido, acharam por bem levantar esse tema também como discussão das histórias.

David Michelie também falou sobre os vilões que ele criou para o Homem de Ferro, e se focou em Justin Hammer, ressaltando que a versão que foi aos cinemas não se parece nem um pouco com o industrialista corrompido e pragmático que ele fez nos quadrinhos. Lobdell só escreveu o personagem na fase dos heróis renascem e lembrou do período em que a Marvel decidiu contratar a Image (ou dois cabeças dela) para dar ume repaginada nos heróis que sumiram após o massacre. Já John Romita foi lembrado por seu trabalho nas Guerras das Armaduras II. Joe Rubinstein foi o arte-finalista de Gene Colan por um tempo nas fases aúreas do personagem. Então, todos ali concordaram que estava faltando Bob Layton, o principal nome ligado a arte do personagem por muito tempo.

Depois de discutir algumas outras questões, responder sobre quais armaduras eles mais gostavam, brincaram sobre a necessidade de todo herói ter uma versão preta de seu uniforme e passou-se para perguntas. Mas só deu tempo para os artistas responderem apenas duas perguntas pois Scott Lobdell ligou para Bob Layton e o artista acabou participando desse jeito do painel do Invencível Homem de Ferro. Ele cumprimentou o público e de curiosidade respondeu a armadura que ele mais gostava - A que apareceu depois das Guerras das Armaduras, que ele criou e que John Romita continuou a desenhar quando assumiu no seu lugar (Bob Layton chegou a escrever parte dessas histórias, seguido por John Byrne).



A CCXP ocorreu neste último final de semana, nos dias 6 a 9 de dezembro no São Paulo Expo. Esta foi a quinta edição de aniversário do evento que já faz parte do calendário cultural do país. Segundo anúncio recente da organização, recebeu este ano 250 mil pessoas nesses 4 dias de evento, reunindo fãs, artistas, profissionais e empresas de cinema, TV, games, quadrinhos, cosplay, música, anime, RPG, ficção científica e colecionáveis para conhecerem as últimas novidades dessas áreas em uma grande celebração do universo geek e da cultura pop. A CCXP 2018 foi organizada pelo Omelete Group, Chiaroscuro Studios e PiziiToys.

Coveiro

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