quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Homem de Ferro: Apenas Tony Stark

Reinado Sombrio, uma nova era. Sem SHIELD, sem Iniciativa, sem tudo que tinha surgido até a invasão dos skrulls. Vingadores Sombrios. Norman Osborn no poder. Fim de uma era... a de Tony Stark. Ele não tem mais nada. "Ele perdeu, aceite a mudança", nos disseram. Mas esqueceram de dizer isso ao Homem de Ferro, e aceitar não é bem seu forte.

Homem de Ferro

Na edição 37 de “Avante, Vingadores!”, as histórias do vingador dourado de Matt Fraction tem uma reviravolta. Como é ser Tony Stark agora que ele não é mais líder? Não é mais diretor da SHIELD? Não é mais vingador, não é mais detentor de toda tecnologia usada pelo mundo... não é mais tantas coisas. Mas ele continua sendo uma coisa, um homem que quer fazer o certo e tem uma mente brilhante. Mas o roteirista sabe muito bem conduzir isto ao menos na primeira história com bons diálogos e uma dinâmica de narração excelente. Talvez, nesta nova fase, possamos, através de Fraction, ter a oportunidade de ver este personagem crescer, de vê-lo como ele é, sem SHIELD, sem grandes poderes, sem máscaras.

Ele retorna ao que seria a SHIELD e agora é o M.A.R.T.E.L.O. de Norman após a invasão. Tudo tão diferente, tudo mudou. Ele mesmo admite que devia ter previsto isso. Será que se cegou ou recusou a enxergar? De qualquer forma, ele ainda quer fazer parte e ajudar a limpar a sua bagunça e se oferece para ajudar os operários dali mesmo percebendo que não é bem vindo. Dão a ele a tarefa de carregar coisas pesadas, o que deveria ser fácil, mas sem arrumar a armadura por falta de tempo e lidando com a perda do extremis (que aconteceu com o vírus alienígena), ele cai. É de fato a queda de um herói, literal e metaforicamente. A cena mais humilhante para um herói é falhar em uma tarefa tão simples na frente de todos. Não, mais humilhante ainda é quando estes operários o expulsam a gritos e latadas.

Photobucket

Tudo bem, ele ainda tem uma coisa pra fazer sua vida caminhar: ajudar Pepper Pots que está sobrevivendo graças à sua tecnologia e cada vez mais mudando por causa dela. Pelo menos agora ele tem alguém que o entende melhor de como é essa sensação do limite entre homem (ou mulher) e máquina. E, apesar de todo flerte que sempre existe entre os dois, Tony não deixa de dar umas alfinetadas a seu estilo “garanhão” de sempre. Afinal, ele pode perder tudo, mas ainda é Anthony Stark.

Quem também o entende no momento, mas por diferentes motivos, é Maria Hill. Despedida também, ela tenta não revidar as risadinhas de antigos subordinados na sua saída. Só tenta, com toda classe responde à altura. Mas nada muda, ela continua despedida. Em seu último dia também, Stark se encontra com o novo “mandachuva”. A conversa é interessante como um bom diálogo que Fraction sempre escreve e, apesar da “espisinhação” de Norman, Tony parece responder sarcasticamente não se sentindo humilhado, até chamar Osborn de “comandante” ele chama. Mas o “comandante” quer mesmo uma coisa: saber como acessar o banco de dados de registro de super-humanos. E, como era de se imaginar, Tony não deixará que isso aconteça tão facilmente. Ele lembra o novo chefe que é como pedir para ver os registros do celular de alguém, precisa de autorização especial e autorização é burocracia.


Photobucket


Depois disso ele e Hill passam por uma nada agradável revista e saem. Desta vez não são mais subordinada e diretor, são colegas que passam pelos mesmos problemas e finalmente conversam como eles mesmos. Tony tenta animá-la dizendo que aquele era o primeiro dia de suas carreiras e que o pesadelo teria ficado pra trás. Quando ela pergunta o que acontecerá agora ele admite que pela primeira vez na vida não faz a menor idéia.

Enquanto isso, Norman tenta abrir o banco de dados de qualquer forma, mas nenhum resultado se mostra além da identidade já muito conhecida do Homem de Ferro. Obviamente, a primeira tentativa de descobrir a identidade é do Homem-Aranha (sim, queridos leitores, ele esqueceu depois do feitiço de Mefisto, mas não é história do aracnídeo então vamos deixar pra lá!). Por causa desse fracasso, ele se exalta como psicótico que é da maneira que conhecemos, mas se controla quando um funcionário o interrompe com uma má notícia. Quando ele tentou acessar o banco de dados, isso deu início a uma série de eventos, um vírus, que atingiu todos os sistemas locais. Norman entende logo o que acontece ali, guerra.


Photobucket


Em um local aparentemente abandonado, Hill, Pots e Stark jantam e conversam. Mais um diálogo muito bem entrelaçado pelo roteirista com direito a crítica irônica de Pepper à lei de registro do patrão e amigo. Quando Maria indaga o que acontecerá se o novo chefe obtiver os dados dos super-humanos, o ex-diretor revela seu plano. Ele tem uma cópia do banco de dados e fará de tudo para que Osborn não coloque suas mãos nele. Ele também conta que colocou um vírus no sistema do M.A.R.T.E.L.O. acionado caso o “comandante” tente acessar um banco de dados fajuto deixado no lugar. Ele ainda as explica que o extremis alterou sua biologia, que ele tem capacidade de usar 72% do cérebro a todo momento, explicação que leva à pergunta: “onde está o banco de dados?”. Com um gesto e sorriso de vencedor ele aponta sua própria cabeça. Ele acaba de declarar guerra.


Photobucket



Cammy

comments powered by Disqus