quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Marvel Terror 3: O Retorno dos Desmortos Mais Poderosos da Terra

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É, ao que tudo indica, o projeto deu certo mesmo. Como forma de saciar os desejos dos fã das histórias de terror e da finada Marvel Max (time do qual me incluo), a revista Marvel Terror tem feito bem esse papel. Não sei se essa é a ideia do projeto, mas cada número lançado foi focado em um monstro. No primeiro, o foco foram Lobisomens, cujo principal representante na Marvel é Jack Russel. No segundo, foi a vez do Espírito da Vingança dar as caras. Agora, o terceiro número é focado nos desmortos mais conhecidos desse lado do universo. Sim, é hora do retorno dos Zumbis Marvel.


Admito: Não sou grande fã da série. Aliás, aqueles que quiserem ler minhas resenhas sobre as minisséries anteriores verão exatamente isso. Mas acabei comprando, talvez para manter a coleção. Continuo achando a história uma bomba, mas uma bomba até que divertida.

O ponto de partida aqui é exatamente o final da mini Zumbis Marvel II. Para refrescar a memória do pessoal, o final da mini foi justamente quando os heróis desmortos, após a violenta batalha por Nova Wakanda, são teletransportados por Fabian Cortez para outra dimensão. E qual foi o destino dos heróis? Sim, a brilhante Terra Z. O nome não é lá grande coisa, mas o que esperar de uma série assim?

Percebemos que o momento temporal em que se inicia a história foi uma das épocas mais queridas pelos Marvetes, os anos 70/80. Aqui, podemos relembrar alguns momentos que marcaram os fãs: Peter Parker na faculdade, Kitty Pride e Wolverine encarando o Tentáculo no Japão, o alcoolismo de Tony Stark, dentre outros momentos.

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A história gira em torno de duas figuras, com propósitos distintos. Enquanto o Homem-Aranha busca redenção, Hank Pym (que foi sortudo o bastante para cair na fortaleza do Vigia) busca um jeito de conseguir a acesso a outras dimensões, como forma de saciar a sua fome. Assim, a primeira coisa que percebemos é que a fome não foi efetivamente superada. Outro ponto: a perda dos poderes cósmicos obtidos quando devoraram Galactus.

Em razão do surgimento dos zumbis, a cronologia do Universo Marvel é alterada. Em primeiro lugar, todos os personagens que giravam em torno do Aranha (amigos/vilões) deixam de existir,com exceção de um amendrotado Homem-Areia, pois todos foram devorados. O próprio Aranha desse universo é destroçado por um psicótico Arenoso, que o confunde com a contraparte zumbi do Aracnídeo. Aliás, o grande destaque é a recriação de um dos momentos mais clássicos da cronologia do Aranha, que é o momento em que ele decide abandonar o seu uniforme.

Outro ponto destaque é que Tony Stark nunca se recupera do alcoolismo. Simplesmente porque Hank Pym infecta praticamente o que havia restado de sua empresa, já que o Gigante precisava de um componente da tecnologia Stark para controlar os equipamentos do Vigia. Apesar de debilitado, Stark é um personagem chave para a minissérie, já que ele que cria uma espécie de arma contra os zumbis. Mesmo sendo devorado, seu legado persistiu, graças a Jim Rhodes, que assumiu o manto do Homem de Ferro.

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Por fim, a última parte do momento saudosista são as aventuras de kitty Pride e Wolverine no Japão. Aqui, surge o Wolverine Zumbi, que começa a estraçalhar todos que aparecem em seu caminho. Ao final, o Logan zumbi é detido por sua contraparte da Terra Z.

Eis que os momentos saudosistas se interrompem. Apesar de algumas mudanças, alguns eventos da cronologia oficial permaneceram. Aqui, os eventos de "Planeta Hulk" aconteceram. Porém, “Hulk Contra Mundo” não saiu como o Verdão planejava. Encarar os Inumanos Zumbis aliados ao Gigante deixaram o Golias Esmeralda e seu Pacto de Guerra em um beco sem saída. Por fim, mesmo com todos os esforços, o Cicatriz Verde acabou infectado. E foi nesse momento em que a praga foi espalhada de forma efetiva para Terra Z. Com o Hulk zumbificado, não foi difícil infectar um dos mais poderosos heróis da terra, o Sentinela. As chances da Terra Z de vencer essa batalha deixam de existir. Restou ao Aranha providenciar alguma resistência.

Em décadas a vida deixou de existir. Restaram apenas os mais poderosos heróis da Terra, que ficam se vangloriando de seus feitos passados. Nada muito relevante, diga-se de passagem. Aqui, o Sentinela vira uma espécie de líder, já que não tem aqueles problemas esquizofrênicos. O grupo é formado por figuras díspares, que vão desde o Cavaleiro da Lua até o Superskurll. Aqui também temos uma noção do que aconteceu com o Pantera Negra e a Vespa: Viraram líderes galácticos para depois serem destroçados pela distorcida versão dos heróis mais poderosos da Terra.

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Nesse mundo desolado, só resta aos zumbis pressionarem Pym para que descubra outros lugares para saciarem a fome. O Gigante diz que está perto o suficiente de conseguir acesso ao multiverso. Na verdade, Hank continua sendo o sacana de sempre, pois já encontrou a forma de acesso ao multiverso, mas precisa usar um herói para isso: O todo-poderoso Sentinela. A Sua paciência é recompensada, já que, com a ajuda dos Novos Vingadores do Homem-Aranha Zumbi, surge a brecha para que Hank prenda Bob.


No final, graças ao composto criado por Stark, que agora está impregnado no corpo do Homem-Areia, todos os Zumbis são destroçados, restando apenas o Sentinela. E, como já não bastasse, descobrimos que o Vigia não pode ser zumbificado. Rompendo pela enésima vez seu pacto de não intervenção, Uatu cria um jeito de evitar que a praga se espalhe. Pelo que eu entendi, foi justamente mandar o Sentinela para o mundo original dos Zumbis, criando-se uma espécie de círculo vicioso. Aliás, isso explica como o Sentinela surge infectado, como foi mostrado na origem dos Zumbis Marvel

Como vimos, não é uma grande história. Aliás, em vários momentos, há cenas muitas grotescas. Ver o Parker devorar o cérebro do Mystério, Gigante devorar o Miek e o Sentinela inteligente não são momentos digestivos. Mas de uma maneira geral, é uma minissérie bem interessante, apesar da ideia desgastada.

Como brinde, e pegando carona na moda dos vampiros, temos duas histórias. Uma focada em Morbius, o vampiro vivo e seu relacionamento com um grupo de viciados. A outra tem como foco Lilith, a filha de Drácula (aqui retratado em seu visual classudo, diferente do que vimos em X-men). Boas histórias, com desenhos de Michael Gaydos (Morbius) e do platinado David Finch (Lilth).

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Marvel Terror 3 é inferior , em termos de qualidade, aos seus antecessores. Mas não deixa de ser uma boa pedida para passar o tempo.

Rafael Felga

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