segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Fabulosa X-Force: Nova fase, novos membros, novas ameaças

Com o final do "Segundo Advento" da messias mutante, Ciclope considerou que a missão da X-Force estava cumprida; com a aparente restauração da espécie mutante, a equipe de serviços sujos já não tinha mais razão para existir. Mas Wolverine discorda dessa posição, e decide continuar com a equipe às escondidas. A partir dessa premissa, tem início a mais nova (e excelente) fase da Fabulosa X-Force!



Os leitores brasileiros podem acompanhar o começo dessa nova fase da equipe secreta de Logan e Arcanjo em duas histórias publicadas na revista X-Men Extra 119. Ambas foram escritas por Rick Remender (mais sobre ele abaixo); o prólogo (originalmente publicado em Wolverine: Road To Hell, cujas outras histórias foram publicadas no Brasil em Wolverine 83, no mês passado) conta com arte de Leonardo Manco, enquanto a história principal é desenhada por Jerome Opeña.

Curiosamente, o prólogo da nova X-Force foi publicado após a primeira edição propriamente dita da série no mix da X-Men Extra 119, e também após histórias dos X-Men contra vampiros. Infelizmente isso acaba atrapalhando um pouco a compreensão dos fatos, já que é no prólogo que Wolverine explica o motivo de ter reorganizado a X-Force e a diferença entre a formação atual e a anterior, e também mostra como Deadpool chegou no templo em que o clã de um velho inimigo da equipe trouxe ele de volta à vida. Seja como for, voltemos à resenha, que tratará tanto do prólogo como da primeira edição dessa série.

Fugindo do meu estilo habitual de narrar detalhadamente os acontecimentos da história, desta vez apresento relatos e opiniões misturados. Espero que gostem.



Muito antes dessa nova fase da X-Force chegar ao Brasil, antes mesmo dela estrear nos Estados Unidos, muita gente ficou preocupada. Em primeiro lugar, porque a Marvel estava fugindo do dito popular e mexendo em time que estava ganhando, com a saída de Chris Yost e Craig Kyle (roteiristas da aclamada série anterior da X-Force), bem como dos desenhistas Mike Choi e Clayton Crain. No lugar de Kyle e Yost, entrava Rick Remender, até então conhecido pelo trabalho na fase "Frankenstein" do Justiceiro, para a qual muitos torceram os narizes (pessoalmente, eu gostei do "Franken-Castle", mas isso não vem ao caso). Em segundo lugar, porque as mudanças não aconteceram só fora da revista, mas dentro: sai praticamente toda a formação anterior da X-Force, entram figuras pouco populares (como Fantomex) ou controversas (Deadpool). Assim, ficava a dúvida no ar: será que isso vai ficar bom?

O que deixo a seguir é apenas minha opinião, discordem se quiserem: sim, ficou bom. Ou melhor, ficou muito bom. É cedo para dizer se essa nova fase vai continuar boa, mas pelo menos essas primeiras histórias mostraram que Remender tem grande potencial para criar ótimas histórias com um elenco que pouca gente esperaria dar certo.

Isso já fica evidente quando Wolverine conversa com Fantomex sobre sua "nova X-Force". Há um motivo para a escalação inusitada da equipe: nas palavras de Logan, tratam-se de "pessoas boas com sangue ruim", isto é, aqueles que já foram manipulados de corpo e alma no passado para matarem contra suas vontades. Caso de todas as figuras nessa equipe, a saber: Wolverine, Arcanjo, Deadpool, Psylocke e Fantomex (e, de certa forma, E.V.A., parte do sistema nervoso de Fantomex que também faz as vezes de nave da equipe), grupo que se reúne na Caverna X, construção financiada por Warren (qualquer semelhança com a Batcaverna é mera coincidência... ou não?).



Falando em Psylocke e Arcanjo, descobrimos que os dois reataram o namoro, e que Betsy está ajudando Warren a vencer sua eterna batalha contra a personalidade do Arcanjo. Mas a relação deles está maculada: ela teme a escuridão que toma conta da alma de seu amado; ele tem dúvidas sobre a sinceridade dos sentimentos dela. Não é o melhor cenário para um começo (ou recomeço) de relacionamento.



A ação mesmo começa quando Deadpool, no Egito, envia um sinal avisando sobre uma ameaça, pouco antes de ser brutalmente atacado. A X-Force parte em seu resgate, e na estranha construção de onde veio o sinal, enfrenta uma criatura enorme feita de pedra; além de muito forte, o ser consegue encher as mentes alheias de pensamentos violentos, e apenas os poderes de confusão de Fantomex conseguem detê-lo. Pelo menos temporariamente.





A missão de resgate foi bem sucedida, mas serviu apenas para a equipe descobrir a nova ameaça: através de rituais de seus seguidores, Apocalipse está de volta, e para que haja paz no mundo, ele deve morrer. Só tem um problema: será que a nova X-Force terá coragem de matar uma criança?



Essa primeira história mostra que a nova X-Force deverá passar não só por ação incessante, mas por várias reviravoltas e dilemas morais. Tudo isso com o roteiro ágil de Remender e a belíssima arte de Opeña, que chamam atenção a cada página da história. Parece que uma ótima série acaba de nascer; aos que duvidam, recomendo seriamente a leitura desta primeira edição. Garanto que não vão se arrepender.

Fernando Saker

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