X-Men: Fênix Negra está chegando amanhã nos cinemas brasileiros, e agrade ou não, já se estabelece como sendo o filme que é o toque final da franquia de quase 20 anos de X-Men na batuta da Fox. Agora, Simon Kinberg, que começou como escritor, passou a ser produtor e hoje dirige o último filme dos mutantes conversou com o The Hollywood Reporter sobre vários pontos do sétimo filme da equipe nos cinemas.
Você disse que você escreve seus filmes de um ponto pessoal. O que estava acontecendo em sua vida quando você se sentou para começar a escrever Fênix Negra?
Algo com o qual eu definitivamente me relaciono no filme é a noção de deixar de lado a nossa fachada de manter do controle. Muito desse filme é sobre um personagem tentando se controlar. Personagens em torno dela tentando controlá-la. Eu me encontrei, durante a maior parte da minha vida, tentando conter e controlar as coisas ... Eu acho que a repressão das coisas e o instinto de controlar a si mesmo ou aos outros é muito do que não é saudável em nós mesmos. Estava apenas sentindo que eu poderia me soltar um pouquinho.
Este é um quarto filme para grande parte do seu elenco, e nem todos eles tinham contratos para retornar. Você tinha rascunhos alternativos do roteiro que funcionariam sem, digamos, Michael Fassbender ou Jennifer Lawrence?
Nós presumimos que o elenco principal da First Class - Fassbender, McAvoy Jennifer e Nic [Hoult] estavam voltando para este filme. Parte da razão pela qual eu presumi foi que estava no fim de terminar X-Men: Apocalypse, quando ficou claro que Bryan Singer não iria dirigir o próximo filme, foram os atores que me abordaram sobre dirigir o próximo filme dos X-Men. Jennifer especialmente. Jen disse que não voltaria para outro filme, a menos que eu o dirigisse. Então, eu tive muito apoio deles.
A escrita e a produção, e agora a direção, são todos cargos diferentes, mas eu os abordo da mesma maneira ... em todos os casos, estou vendo como contar a melhor história possível com os temas mais ricos e mais profundos, personagens mais ressonantes? Cada um desses trabalhos, sinto que é minha responsabilidade.
Quanto você pensa sobre orçamento em relação aos salários das estrelas ou da sua história enquanto escreve?
Eu nunca estou realmente pensando em orçamento. Em última análise, há alguém que está pensando em orçamento e me diz o que posso e não posso fazer. Especialmente na fase da escrita, quando qualquer coisa parece possível e eu estou sentado sozinho em um quarto com pedaços de papel amassados e uma caneta em uma mão uma pilha de páginas vazias brancas na outra, eu vivo em um mundo infinito de possibilidades.
Com X-Men: Apocalypse, você e Fassbender pegaram uma carona de avião juntos e tiveram a ideia de Magneto ter uma família. Havia alguma coisa em Fênix Negra que você e um ator conceberam juntos e que foi significativo?
Eu sabia que Genosha [um refúgio na ilha para Mutantes] era algo que Michael queria explorar. Ele era fã de quadrinhos mesmo antes de se envolver nos filmes e nós nunca tínhamos feito isso no cinema antes, então quando eu estava tentando encontrar onde geograficamente nós o encontraríamos, Genosha surgiu e foi algo que o interessou.
[James McAvoy e eu] conversamos no passado, não especificamente sobre esse filme, sobre a noção de que há uma movimentação de ego envolvida com esse personagem [do Prof. X], e um lado patriarcal para um homem que nomeia um time de super-heróis com a primeira letra de seu sobrenome. Ele mora em uma mansão e sente que tem o direito ou a sabedoria para definir os destinos e as identidades dessas crianças ao seu redor. Havia algo sobre isso que era obviamente benevolente e paternal, e havia algo sobre isso que poderia se inclinar para algo que era um pouco patriarcal e dominador.
Há uma fala que agrada às multidões em Fênix Negra que eu não vou estragar, mas é um aceno para o fato de que os X-Men parecem um nome desatualizado, dado que muitos de seus membros são mulheres.
Você disse que a maioria das coisas é negociável para as coisas que saem em seus filmes. Mas há sempre algumas "escritas na areia" que você não vai ceder, pelas quais você vai lutar. Havia algumas escritas na areia em Fênix Negra para você?
Tendo sido o co-autor de X-Men: O Confronto Final, onde a história da Fênix Negra era o enredo secundário do filme, a primeira e principal coisa estabelecida era a necessidade de ser a história da Fênix Negra que não estivesse compartilhando um filme com outros enredos e subenredos, mas que era um filme que é diretamente sobre Jean, sua luta e as lutas das pessoas mais intimamente associadas com a Jean. Essa foi minha primeira escritura na areia.
Enquanto escrevia o filme, comecei a sentir e criar o tom do filme nas páginas. Era um tom que eu queria ter certeza de que eu teria o suporte para trazer para a tela e era um tom muito diferente dos filmes X-Men anteriores. É mais pessoal, íntimo, emocional. Um tom mais cru do que fizemos nesses filmes antes, que foram um pouco mais formais e maiores que a vida. Eu queria fazer isso realmente verdadeiro para a vida e mais fundamentado.
Esse foi o tipo de ideia que eu nunca tive a oportunidade de criar no passado, mas neste filme, eu senti que esse tom era fundamental para estabelecer um novo tipo de filme dos X-Men e também contar essa história da melhor forma possível. De certa forma, porque é uma história tão voltada ao personagem que eu senti que precisava ser mais emocional e visceral do que antes.
O terceiro ato é algo que você ainda estava aprimorando mais tarde com refilmagens. O que você estava procurando mudar?
Com os filmes dos Vingadores, há inevitavelmente pickups que você faz quando está fazendo o filme. Você constrói no orçamento e no cronograma. Eles sabem exatamente quando vão fazer isso. Nos filmes da Fox / Marvel, nunca fizemos isso. Nós provavelmente deveríamos fazer, porque isso torna a vida mais fácil. Conseguir esse tipo de elenco no mesmo lugar e ao mesmo tempo não é uma tarefa fácil. Eles vão embora e eles têm outras coisas acontecendo ...
Na pós-produção do filme, o que eu senti ao assistir o terceiro ato do filme ... este filme é muito sobre a família que foi criada em X-Men: Primeira Classe .... É essa família de forasteiros, estranhos e párias que se reúnem para formar essa família substituta e ao longo do período desses filmes têm esses conflitos, mas principalmente seus conflitos estão com os vilões externos, então a família é testada, mas permanece unida. Este é um filme que separaria a família.
O que eu senti ao assistir o terceiro ato do filme [antes das refilmagens] é que não compensou totalmente a reconciliação daquela família. Não havia o tipo de catarse que eu queria que o público tivesse passado por todo o trauma com essa família que você, como público, passou com eles, e quer vê-los juntos no final. Você quer vê-los juntos de uma forma diferente no final, uma forma mais madura. Quando você se cura, fica mais forte, mas você é diferente do que era. Eu queria que o terceiro ato refletisse isso e então voltamos e fizemos adaptações para realmente criar para mim o que era um final catártico mais satisfatório.
Dirigido por Simon Kinberg, X-Men: Fênix Negra tem Sophie Turner como Jean Grey, Jennifer Lawrence como Mística, James McAvoy como Charles Xavier, Michael Fassbender como Magneto, Nicolas Hoult como Fera, Evan Peters como Mércurio, Tye Sheridan como Scott Summers, Alexandra Shipp como Tempestade, Kodi Smit-McPhee como Noturno, Summer Fontana como a versão criança da Jean Grey, Andrew Stehlin como o Lótus Vermelha, Kota Ebenhardt como Selene e Jessica Chastain no papel de uma misteriosa vilã. O filme chega aos cinemas em 7 de Junho deste ano.
Coveiro
