*Artigo escrito pelo colaborador, Carlos André
Justiça e Flama ou Vance Astrovick e Angélica Jones são membros fundadores de um supergrupo de heróis muito simpático da década de 90, os Novos Guerreiros, título conduzido com competência por Fabian Niceza e Mark Bagley em seu início. Depois se tornaram Vingadores na fase Busiek/Perez, namoraram e noivaram mas infelizmente o relacionamento não deu certo e as coisas ficaram muito mal resolvidas entre eles desde então. Atualmente, Flama faz parte dos Jovens Aliados e Justiça atua como professor da Academia dos Vingadores.
Escrita por Sean McKeever e desenhada por Mike Mayhew, a história publicada
originalmente de forma dividida em “I am an Avenger” 2, 3,4 e que saiu na
íntegra no Brasil em Vingadores 105, começa com os dois se encontrando casualmente em um bar, cada um acompanhado de seu respectivo grupo de amigos. Subitamente, eles se vêem sozinhos e se defrontam com versões “passadas” de si mesmos, quando ainda eram apaixonados entre si.
Segue-se aquele tradicional quebra-pau dos encontros Marvel, com o casal do “passado” ficando chocado ao ver que a relação não daria certo no futuro e feridas mal cicatrizadas são reabertas em Justiça e Flama do momento “atual”. A versão “passada” deles acaba confessando que quem está por trás disso é Loki, que através de uma “espada da angústia” queria bagunçar a realidade e uni-la novamente a seu verdadeiro dono, um falecido príncipe asgardiano e assim transformar toda a humanidade em seus súditos.
Provavelmente Loki ficaria entediado se alcançasse seu objetivo, como ficou muito bem demonstrado pela minissérie “Loki”, desenhada pelo Essad Rubic (recomendo muito, por sinal e a Panini acabou de relançar).
Então, superado o estranhamento do encontro inicial e o choque de como as coisas eram e se tornaram, os jovens heróis do presente e do passado unem suas forças e conseguem tomar a espada de Loki, colocá-la fora de seu alcance e todos voltam a seus respectivos períodos temporais. O casal do “passado” começa a esquecer do que encontraram em seu “futuro” e, no “presente”, Vance e Angélica se despedem sem conseguirem concluir nada daquilo que o título da história sugere.
Quando comecei a ler a história, a primeira coisa que pensei foi “que saco, mas já que paguei ´vamu´ ler logo essa porra aí”. O plot de Justiça e Flama encontrando a versão futura do “casalzinho”, não me parecia dos mais interessantes, só que acabei ficando bem satisfeito com o resultado. Só não sei se os leitores mais jovens vão curtir tanto como aqueles que já tomaram um “pé na bunda”, mas, cá entre nós, ser trocado pelo Gravidade (é, aqueeele GRAVIDADE de Vingadores: A Iniciativa) é revoltante!
Sean McKeever faz a linha Busiek, uma história agradável de ler e sem maiores pretensões. Não me lembro de ter saído muita coisa dele por aqui, fora um arco de histórias maneiro do Hulk em que o Homem-Formiga opera o cérebro do Bruce pra curar a esclerose lateral amiotrófica que ele tinha na época. Foi publicado pela Panini.
Mike Mayhew manda muito bem nos desenhos. Só acho que ele "comeu mosca" no visual da armadura do Homem de Ferro, nada a ver com a época do "passado" em que se passava a história. Acho que é a primeira história com ele desenhando que saiu aqui. Espero que venham outras e que ele não fique só sendo capista de gibis com desenhos muito inferiores ao dele.
A Panini fez bem em lançar as edições em que a história foi originalmente publicada em partes, pois ninguém merece três edições de DR em doses homeopáticas.
Carlos Andre
