segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Novos Mutantes: Jornada pelo(s) inferno(s)

Faz alguns dias, vimos como foi a luta dos X-Men contra Kuurth, um dos oito servos da Serpente de Midgard. Em meio a tantos mutantes lutando, talvez alguns leitores nem tenham percebido que os Novos Mutantes não estavam presentes na luta. Covardia? Pelo contrário: eles estavam ocupados com outra ameaça ao mesmo tempo...



Um fato interessante sobre os Novos Mutantes é que, mesmo não pertencendo à mitologia nórdica, o grupo já tem um longo histórico com Asgard e Hel. Com o atual grande evento Marvel envolvendo estes mundos, não é difícil achar um ponto para inserir os Novos Mutantes em meio ao caos.

No caso, Ciclope enviou Danielle Moonstar a Las Vegas para pedir ajuda a Hela no combate ao Fanático. Mas como Moonstar descobriu, a própria Hela tinha seus problemas naquele instante, com Hel sob ataque dos Draumars. Tratam-se de pesadelos encarnados, capazes de devorar as almas enviadas para Hel. Assim, a ex-mutante precisa ajudar a deusa nórdica para depois pedir sua ajuda e, uma vez mais, Moonstar se torna uma valquíria e parte para a batalha.



Preocupados com sua amiga, os demais Novos Mutantes – agora compostos por Mancha Solar, Magma, Cifra, Warlock e pelo recém-chegado Nate Grey – procuram sua ex-colega e atual prisioneira Magia, que conta que Dani foi para Hel. Ela ensina a Cifra um feitiço de teletransporte para a dimensão, mas por um pequeno erro de tradução acaba transportando todos a outro inferno, o de Mefisto. Para sair de lá, só fazendo um acordo com ele, e quem conhece Mefisto sabe bem que ele só faz acordos recebendo algo de valor em troca. Para surpresa deles, o que ele quer é... um encontro com Magma! E para mais surpresa... Amara aceita! Mancha Solar, perdeu, preibói...



Os Novos Mutantes conseguem chegar a Hel e encontrar Dani Moonstar, mas é tarde demais para encontrar Hela: a senhora da morte está morta. Ou não está? Na verdade Hela abandonou seu próprio corpo e sua alma esteve o tempo todo ao lado de Dani, na forma de um corvo. Hela explica que os Draumars pretendem devastar seu reino e ir a Midgard (vulgo Terra) unirem-se ao seu senhor, Serpente. Se nem as almas de exércitos asgardianos e a própria Hela foram capazes de detê-los, o que os Novos Mutantes poderiam fazer?



E eis que, durante o que parecia ser um combate suicida, Nate percebe que os Draumars têm medo de Warlock. Os medos encarnados têm medo... do desconhecido. Assim, de forma um tanto inusitada, a batalha é vencida quando Hela faz os Draumars enxergarem toda a vida de Nate Grey e todas as realidades que ele já visitou. A batalha foi vencida; a guerra contra o Medo, ainda não, e por isso Hela devolve os Novos Mutantes à Terra (felizmente, a ajuda que ela deveria ter dado contra o Fanático acabou não sendo necessária).



Este arco dos Novos Mutantes, ligado ao grande evento A Essência do Medo, tem um certo ar nostálgico. Além de colocar o grupo revisitando mundos nórdicos (e Moonstar mais uma vez como valquíria - até o saudoso Ventania está de volta!), a arte de Dave Lafuente e Robbi Rodriguez retrata a história de forma mais cartunesca e até psicodélica, como várias histórias notáveis da equipe costumavam parecer décadas atrás. Dan Abnett e Andy Lanning desta vez souberam dar mais atenção a toda a equipe, cada um tendo pelo menos um momento de destaque no arco (publicado em X-Men Extra 128 a 131) – embora Dani Moonstar continue sendo claramente a protagonista. Se o primeiro arco da dupla DnA não empolgou como o esperado, aqui eles souberam valorizar as identidades de cada personagem e combinar a nostalgia com o inesperado.

Não é o melhor arco que os Novos Mutantes já tiveram, mas é um sinal de que a série reencontrou o caminho certo.

Fernando Saker

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