quarta-feira, 11 de abril de 2018

X-Men '92: Planeta dos mutantes

Este final de semana, aconteceu a edição brasileira do Lollapalooza, um dos maiores festivais de música do mundo. Na Terra de X-Men ’92 , a rockstar mutante Lila Cheney deu início ao seu próprio festival, o Lilapalooza, celebrando os mutantes e a música. Mal sabiam os X-Men que esse seria um dia bem atípico - até para os padrões deles.



Assim começa a terceira - e última, infelizmente - edição nacional de X-Men ’92, ainda com roteiro de Chris Sims e Chad Bowers e arte de Alti Firmansyah (e sim, já faz tempo que essa edição saiu... a falha pela demora foi toda minha; perdão pelo vacilo). A atração já começa na página introdutória, listando o line-up do Lilapalooza, que vai desde Cristal, bandas reais como The Flaming Lips, e até "Os Beatles Skrulls".



Os X-Men se ofereceram para cuidar da segurança do festival, mas será que era preciso tanto cuidado com a segurança? Sim, era; pra começar, com a chegada do caçador de recompensas espacial Caveira, que queria capturar Lila. Pra piorar, durante a confusão, Fabian Cortez - ex-Acólito e atual competidor dos Upstarts, onde quem eliminar mais alvos ganhará poderes além dos seus sonhos - sobrecarregou Lila, fazendo-a se teletransportar para outro planeta com os X-Men, o Caveira e a agente Abigail Brand da ESPADA (que tinha ido à Terra para fazer todo mundo acalmar os ânimos, o que obviamente não deu muito certo).

Nesse planeta, os heróis deram de cara com aliens da Ninhada. Mas como Nim nos ensinou no universo principal, essa espécie tem indivíduos bons, assim como as criaturas em questão, que eram mutantes pacifistas banidos por seu próprio povo. Infelizmente, para Gladiador e sua Guarda Imperial, Ninhada boa é Ninhada morta, e assim os X-Men precisaram sair na porrada. Pelo menos, eles conseguiram descolar uma carona para casa, após Gambit roubar a nave dos protetores shiars.



Mas como foi dito no começo do texto, esse foi um dia bem atípico, ou seja, ainda tinha muita confusão pela frente. Enquanto os X-Men estavam no espaço, o X-Factor, grupo de agentes mutantes trabalhando para o governo, foi designado para investigar os desaparecimentos e manter a segurança do local. Mas para Adam-X e seus amigos, aquilo parecia uma tentativa de arrebanhar mais mutantes para trabalhar para o Presidente Kelly, e eles deram início a um quebra-pau enquanto a multidão fugia apavorada.



Os X-Men chegaram bem a tempo de tentar resolver o confronto, mas ainda havia mais surpresas pela frente: Apocalipse apareceu com seus cavaleiros, Mística, Exodus e Bastion. Junto com eles, Cassandra Nova, Joseph (um clone de Magneto) e os Upstarts. Surpreendentemente, os vilões não estavam atrás de briga dessa vez... mas não dava pra dizer o mesmo de Cable e sua X-Force. Resultado, mais porrada - com tantos conflitos acontecendo ao mesmo tempo, será que alguém conseguiria fazer todo mundo parar?

A solução veio com Ciclope e Jean Grey, que passaram um tempo em 2099 treinando os X-Men daquela era até Destino aparecer, entregar a eles o Tomo Negro (da edição passada, lembram?) e mandá-los de volta ao presente. Scott e Jean mostraram para Cable que descobriram ser seus pais (também mostrado na edição passada), e ganharam tempo para que Apocalipse pudesse se explicar: o celestial conhecido como Xodus, o Esquecido, estava prestes a chegar à Terra e destruí-la; a única forma de detê-lo seria transformar todos os seres vivos do planeta em mutantes para combatê-lo.



O Professor X transmitiu uma mensagem telepática para todos no mundo (incluindo heróis como Pantera Negra, Homem-Aranha, Justiceiro e o Doutor Destino do presente) explicando a situação e esclarecendo que só iriam usar o Tomo Negro se todos concordassem. Surpreendentemente, a humanidade deixou todas as diferenças de lado e aceitou a transformação. Infelizmente, isso veio com um custo alto: a vida de Xavier. Se Xodus conseguiu destruir o mundo, nunca saberemos, mas ele encontrou uma população de bilhões finalmente unida e pronta para enfrentá-lo. Um planeta dos mutantes, ou uma Terra X; como preferirem!

Esse foi o fim de X-Men ’92, uma série muito bacana que permitiu relembrar os tempos da animação da Fox (quando ela ainda não era parte da Disney) ao mesmo tempo que reimaginou personagens que só foram introduzidos nos quadrinhos anos depois. O excesso de informações que vem no arco final torna a leitura um pouco mais pesada do que nas edições anteriores; mesmo assim, essa foi uma jornada mais que bem-vinda para matar as saudades dos anos 90 e lembrar que, embora seja interessante ler tramas complexas e personagens com moralidade em tons de cinza, de vez em quando um trabalho mais simples e despretensioso cai muito bem.

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