sábado, 4 de fevereiro de 2012

Fabulosa X-Force: Matar ou não matar - eis a questão

Conforme visto no artigo anterior, Wolverine e Arcanjo reformularam a X-Force, agora ainda mais secreta. A primeira missão da equipe: matar a encarnação atual do maléfico Apocalipse. Parece uma decisão moralmente fácil, certo? Mas como o grupo está prestes a descobrir, as aparências enganam...



Isto porque, também no artigo anterior, mostramos que Apocalipse reencarnou como um pequeno garoto. Não só isso, mas ele não parece ter qualquer lembrança de seus atos passados; é apenas uma criança, que seu outrora assistente Ozymandias treina para torná-lo o regente brutal e desumano que já foi no passado. E Ozymandias parece convencido de que este é o momento definitivo para a ascensão de seu mestre, tanto que desperta a formação definitiva dos Cavaleiros do Apocalipse: Decimus Furius (Guerra), Jeb Lee (Fome), Ichisumi (Peste) e Sanjar Javeed (Morte).



Não, vocês não leram errado: pela primeira vez em muito tempo, os Cavaleiros do Apocalipse apresentam uma formação 100% original, sem heróis ou vilões tradicionais sendo transformados por En Sabah Nur. Tratam-se de personagens bastante inusitados, com poderes e personalidades interessantes. Mais do que isso, pela primeira vez os Cavaleiros do Apocalipse parecem realmente ameaçadores.



É claro que, a princípio, a X-Force não sabe nada disso. Após o resgate de Deadpool, parte do grupo treina para o assassinato, enquanto Wade tenta (sem sucesso) se aproximar do também mercenário Fantomex. A dupla descobre que a base de Apocalipse se encontra na Lua e chama seus colegas para a decolagem, interrompendo o namoro de Arcanjo e a ninja telepata Psylocke – aliás, é surpreendente como os dois convencem o leitor como casal, mesmo tendo ficado separados por muitos anos.



Como dito antes, a X-Force não estava preparada para os novos Cavaleiros, e acaba facilmente vencida. Aqui, entra em cena outro mérito do roteiro: as habilidades dos personagens são eficientemente utilizadas na história, sem forçar barra, mas tirando todo o proveito possível. Assim, mesmo feridos e adoentados, o ilusionismo de Fantomex permite ao grupo um instante para se recompor, enquanto a telepatia de Psylocke localiza as fraquezas dos inimigos. A parte braçal do combate fica por conta de Wolverine, e Deadpool (que vejam só vocês, tem piadas realmente engraçadas ao longo da história!) ajuda o Arcanjo a se recuperar dos efeitos de Fome. Como ele faz isso? Melhor não saber...


...ops, tarde demais pra isso, né?

Psylocke, depois de escapar de Guerra (iludido por Fantomex para se apaixonar por Betsy), chega aos aposentos de Apocalipse. E ao descobrir a verdade, ela decide proteger a vida do menino – afinal, se ele ainda não é mau, talvez possa se tornar uma pessoa boa com a criação adequada. Mas Warren discorda: para ele, a maldade de Apocalipse é inerente, e Apocalipse bom é Apocalipse morto. Os dois amantes não querem discutir e se atacam, mas é um combate inútil: aproveitando a distração de seus colegas, Fantomex acerta um tiro a queima-roupa na cabeça da criança. A missão foi cumprida, mas nenhum integrante da X-Force se sente feliz. E quem pode culpá-los?



A história se desenrolou nas edições 120 e 121 da revista X-Men Extra. Roteiro impecável de Rick Remender, arte belíssima de Jerome Opeña (complementada pelas cores expressivas de Dean White). Se a nova fase da X-Force é melhor que a anterior feita por Kyle e Yost, fica a critério de cada leitor. Mas que quem não leu esta história está perdendo um trabalho de altíssima qualidade, ah, isso é inegável.

Fernando Saker

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