Viver entre os X-Men, especialmente para os mutantes adolescentes, é uma constante provação de vida e morte. Em meio a tantas batalhas, perdas e perseguições, às vezes torna-se difícil lembrar que se tem uma família fora dos limites de Utopia. Mas sempre pode chegar o momento de voltar para casa – goste disso ou não...
Paras Gavaskar, o Indra, viu esse momento chegar ao saber que seu irmão estava com um grande problema. Assim, Ciclope decidiu enviar o garoto para junto de sua família, acompanhado pela X-Man sênior Vampira, atualmente afastada das missões de campo da equipe. Os dois são acompanhados na viagem por Anole e Loa, colegas de Indra; e por Magneto, interessado nos distúrbios recentes no campo eletromagnético de Mumbai. E em Vampira também, como ele não faz muita questão de esconder já faz algum tempo...
Ao chegar a Mumbai, Paras descobre que seu irmão está em coma, assim como vinha acontecendo com várias pessoas em meio às tempestades sobrenaturais da cidade. Mas o motivo para que seus pais o chamassem não tinha a ver com a saúde de seu irmão, e sim com um compromisso: o rapaz, antes do coma, tinha sido prometido em casamento para Vaipala Rani, uma bela e inteligente garota indiana que teve que largar a faculdade em nome do casamento arranjado; com o coma, Indra deve se casar com a moça no lugar do irmão.
Este, aliás, é um dos aspectos interessantes desta história: o retrato dos costumes milenares indianos, das relações familiares, em contraste com o modo de vida ocidental. Paras não quer o casamento, nem quer abandonar os X-Men, mas deve submissão ao pai, que já tomou sua decisão. Por sinal, o pai dele não fica nada animado com os visitantes ocidentais. Muito menos com a misteriosa garota loira que eles resgatam durante uma batalha contra sentinelas que apareceram repentinamente no meio da cidade para atacá-los. Não ajuda o fato da menina, que tem poder de “esculpir luz”, não fazer questão de esconder seu interesse em Indra e tentar convencê-lo a jogar suas tradições para o alto e fazer o que quer...
Mas os problemas que esta jovem traz são maiores do que parecem, pois ela é Luz, uma dos Filhos da Câmara! Sim, lembram deles? O grupo de indivíduos submetidos a uma evolução acelerada, criado pelo roteirista Mike Carey, vem capturar sua “irmã” fugitiva que se rebelou contra o sistema, e facilmente derrota os X-Men.
(a propósito, bem vinda de volta, Serafina!)
O grupo só sobrevive porque Luz se entrega em troca das vidas deles; ainda assim, Vampira e Magneto são levados junto para Quitado, cidade dos Filhos da Câmara, localizada no vácuo entre as dimensões. Erik será usado, assim como Luz, para gerar um fluxo constante de energia para Quitado, poupando a necessidade de decompor partículas transdimensionais e jogar os resíduos tóxicos em Mumbai – o que estava causando os distúrbios eletromagnéticos e deixando várias pessoas em coma (complicado, né?). Anna, que já enfrentou os Filhos da Câmara no passado e foi responsável pela morte de alguns deles, é sentenciada à morte.
Obviamente, os jovens X-Men querem resgatar seus mentores, mas só podem fazer isso depois que Indra se casar com Vaipala. Eis que, durante a cerimônia, Luz consegue usar seus poderes para trocar de lugar com a moça indiana! Isso faz com que Quitado se materialize na Terra, colidindo com Mumbai, e Vampira e Magneto aproveitam a oportunidade para pegar Vaipala e fugir – não sem antes terem uma merecida revanche contra seus captores.
Antes de partirem, Magneto e Loa (que veio com Luz, Indra e Anole para o resgate) interferem nos mecanismos de Quitado, devolvendo-a ao vácuo interdimensional. A boa notícia: ao que parece eles terão energia por muito tempo; a má: seus mecanismos de localização foram danificados para que não voltem à Terra tão cedo. Finalmente aceitando que seu papel como lutador nos X-Men pode existir em harmonia com suas crenças pacifistas, Indra volta para Utopia com seus amigos, deixando um pai desafiado... e uma garota apaixonada, Luz, no vácuo (literalmente).
Este arco, escrito por Carey e muito bem desenhado por Clay Mann (e não tão bem desenhado em algumas páginas na última parte por Tom Raney), aconteceu nas edições 121 e 122 da revista X-Men. Uma leitura bastante agradável; apesar disso, fica a impressão de que falta relevância, algo que a torne realmente memorável. No fim das contas, dificilmente será uma das melhores histórias do ano – mas ainda mais dificilmente será uma das piores. Se o saldo é positivo ou negativo? As únicas pessoas que podem responder isso são vocês mesmos...
Fernando Saker
Paras Gavaskar, o Indra, viu esse momento chegar ao saber que seu irmão estava com um grande problema. Assim, Ciclope decidiu enviar o garoto para junto de sua família, acompanhado pela X-Man sênior Vampira, atualmente afastada das missões de campo da equipe. Os dois são acompanhados na viagem por Anole e Loa, colegas de Indra; e por Magneto, interessado nos distúrbios recentes no campo eletromagnético de Mumbai. E em Vampira também, como ele não faz muita questão de esconder já faz algum tempo...
Ao chegar a Mumbai, Paras descobre que seu irmão está em coma, assim como vinha acontecendo com várias pessoas em meio às tempestades sobrenaturais da cidade. Mas o motivo para que seus pais o chamassem não tinha a ver com a saúde de seu irmão, e sim com um compromisso: o rapaz, antes do coma, tinha sido prometido em casamento para Vaipala Rani, uma bela e inteligente garota indiana que teve que largar a faculdade em nome do casamento arranjado; com o coma, Indra deve se casar com a moça no lugar do irmão.
Este, aliás, é um dos aspectos interessantes desta história: o retrato dos costumes milenares indianos, das relações familiares, em contraste com o modo de vida ocidental. Paras não quer o casamento, nem quer abandonar os X-Men, mas deve submissão ao pai, que já tomou sua decisão. Por sinal, o pai dele não fica nada animado com os visitantes ocidentais. Muito menos com a misteriosa garota loira que eles resgatam durante uma batalha contra sentinelas que apareceram repentinamente no meio da cidade para atacá-los. Não ajuda o fato da menina, que tem poder de “esculpir luz”, não fazer questão de esconder seu interesse em Indra e tentar convencê-lo a jogar suas tradições para o alto e fazer o que quer...
Mas os problemas que esta jovem traz são maiores do que parecem, pois ela é Luz, uma dos Filhos da Câmara! Sim, lembram deles? O grupo de indivíduos submetidos a uma evolução acelerada, criado pelo roteirista Mike Carey, vem capturar sua “irmã” fugitiva que se rebelou contra o sistema, e facilmente derrota os X-Men.
(a propósito, bem vinda de volta, Serafina!)
O grupo só sobrevive porque Luz se entrega em troca das vidas deles; ainda assim, Vampira e Magneto são levados junto para Quitado, cidade dos Filhos da Câmara, localizada no vácuo entre as dimensões. Erik será usado, assim como Luz, para gerar um fluxo constante de energia para Quitado, poupando a necessidade de decompor partículas transdimensionais e jogar os resíduos tóxicos em Mumbai – o que estava causando os distúrbios eletromagnéticos e deixando várias pessoas em coma (complicado, né?). Anna, que já enfrentou os Filhos da Câmara no passado e foi responsável pela morte de alguns deles, é sentenciada à morte.
Obviamente, os jovens X-Men querem resgatar seus mentores, mas só podem fazer isso depois que Indra se casar com Vaipala. Eis que, durante a cerimônia, Luz consegue usar seus poderes para trocar de lugar com a moça indiana! Isso faz com que Quitado se materialize na Terra, colidindo com Mumbai, e Vampira e Magneto aproveitam a oportunidade para pegar Vaipala e fugir – não sem antes terem uma merecida revanche contra seus captores.
Antes de partirem, Magneto e Loa (que veio com Luz, Indra e Anole para o resgate) interferem nos mecanismos de Quitado, devolvendo-a ao vácuo interdimensional. A boa notícia: ao que parece eles terão energia por muito tempo; a má: seus mecanismos de localização foram danificados para que não voltem à Terra tão cedo. Finalmente aceitando que seu papel como lutador nos X-Men pode existir em harmonia com suas crenças pacifistas, Indra volta para Utopia com seus amigos, deixando um pai desafiado... e uma garota apaixonada, Luz, no vácuo (literalmente).
Este arco, escrito por Carey e muito bem desenhado por Clay Mann (e não tão bem desenhado em algumas páginas na última parte por Tom Raney), aconteceu nas edições 121 e 122 da revista X-Men. Uma leitura bastante agradável; apesar disso, fica a impressão de que falta relevância, algo que a torne realmente memorável. No fim das contas, dificilmente será uma das melhores histórias do ano – mas ainda mais dificilmente será uma das piores. Se o saldo é positivo ou negativo? As únicas pessoas que podem responder isso são vocês mesmos...
Fernando Saker