terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Academia de Vingadores: Cuidado com o que deseja!

As histórias da Academia de Vingadores avançam com cada edição sendo contada da perspectiva de um dos alunos, uma abordagem interessante até para tornar estes novos personagens mais conhecidos dos leitores. As duas últimas são narradas por dois pontos de vista bem diferentes: Chocante e Réptil. Enquanto o primeiro teve uma dura criação com uma mãe golpista que o faz também ter uma personalidade manipuladora, o segundo é aquele exemplo de jovem de bom coração com bastante ingenuidade ainda em si. E as diferenças entre os dois não param por aí.

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Nada mais justo (e um tanto clichê) que com essa personalidade de “bom menino”, Humberto ganhasse o posto de líder da equipe. Algo que ele odeia. Principalmente porque, sabendo a verdade sobre o motivo que seus tutores os treinam (não por serem os mais promissores, mas os mais perigosos), ele entra em conflito com a confiança depositada nele e com manter isto em segredo. Claro que os professores é que mantém o primeiro segredo, mas alguém de consciencia limpa não se sente confortável neste meio tão cheio de dissimulações. Não que ele não quisesse ser Vingador, ou líder... muito pelo contrário. Desde criança, quando seus pais diziam que ele devia ser paleontólogo, ele já afirmava que queria ser outra coisa, Vingador. Este sonho se realizou, mas, como aprendemos quando crescemos os sonhos não se realizam sempre como imaginamos.

E, pra alguém que gosta de tudo às claras e justo, seja lá o que acontece entre Tática e Mercúrio pelas sombras não o agrada. Pior ainda saber que a menina está pedindo ao professor que a ensine como aprendeu com Magneto. Pra piorar ainda mais, o pobre menino ingênuo recebe visitas noturnas da colega de equipe que procura algo descompromissado enquanto ele já a chamava de namorada. Em meio a tantos conflitos internos (afinal, se já é difícil amadurecer, amadurecer e ter de ser líder de uma equipe heróica mais ainda. Ser líder de uma equipe tão disfuncional então, nem se fala), o principal é com seu poder.

Com ajuda de Hank Pym eles investigam porque Humberto nunca foi capaz de se transformar inteiramente em um dinossauro, apenas usar membros repitilianos. Mas deve-se tomar muito cuidado na análise, já que a fonte de poder do menino vem de um amuleto e magia e ciência nunca foram uma boa combinação. Mas o principal fator é medo. Esse sentimento que nos impede de ter total potencial. Por ser tão centrado no correto, para Humberto, perder o controle em estado reptiliano não é uma opção. Bem, não era até que isso realmente acontece em missão quando um vilão tenta dominar sua mente na luta. Ele se transforma e não permite ser controlado, mas isso o leva a praticamente devorar o oponente em sua forma de dinossauro.

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Falando em medo, ele costuma ser também um bom liberador de poderes e é ele o responsável por liberar o poder de Chocante em sua infância. Uma história nada agradável como aparentemente a de Humberto que tinha pais presentes, o colega cresceu apenas com a mãe, uma golpista aproveitadora que quando não podia mais ganhar fama e dinheiro de sua imagem, passou a usar o filho (que já surgiu em uma tentativa de golpe em um político rico). O agente do filho era alguém nada agradável e em uma tentativa de abusar do menino, ele manifesta seus poderes matando-o. Embora essa seja a ocasião da manifestação, a origem não nos é contada, apenas deixado no ar que sua mãe sabia de onde seus poderes vinham.

Dado essa criação e personalidade, Chocante quer fama e poder como sempre foi ensinado a querer e cobra isso de maneira agressiva dos professores. Porque eles não podem ser mostrados ao mundo como todos outros Vingadores foram? A atitute do garoto irrita Steve Rogers (convidado no treinamento) que diz que aprendeu a aturar “marra” desde Gavião Arqueiro, mas o que o tira do sério é alguém querer ser Vingador pra ser celebridade. Motivação bem diferente do colega e líder Réptil.

Já o sonho de Chocante está próximo de virar realidade. Em um passeio supostamente tranquilo, um grupo de vilões os atacam e os jovens têm de lutar em público. Não dá mais pra manter o segredo e eles são as novas revelações da mídia como o menino queria. Tanto como ele queria que, na verdade, foi sua mãe que articulou o ataque “surpresa” e avisou os jornalistas. Esses dois sabem fazer o que querem acontecer desde sempre, não que isso seja algo necessariamente bom.

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Ao contrário de Chocante, Réptil não é bom em esconder seus medos e problemas internos, mas sua timidez também não o deixa confortável para discutir o assunto nas sessões de aconselhamento. Por isso, os professores chamam alguém que já passou por controles mentais muito piores: Jessica Jones. Ela conta sobre ser obrigada a fazer coisas terríveis e ser obrigada a gostar. Ter esse instinto assassino dentro de si é algo que não é bom e nem se pode manter esquecido em um canto da mente, a única forma de seguir em frente é lidando com isso e, assim, Humberto se abre com a ex-Vingadora sobre o que Norman fez com ele. Porém, por mais que achem que ele está contando tudo que o aflige, quando questionado sobre a Academia, ele só afirma ser um sonho realizado.

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De tantos aspectos contrários na personalidade dos dois personagens em foco aqui, Chocante finge não ter essa necessidade de se abrir e faz o tipo do jovem que coloca a “máscara” de forte, mas, no fundo, quer ter com quem conversar. E é com a robô Jocasta aparentemente desligada que ele se abre a noite e conta seu dia, seus segredos e medos. De como foi rejeitado pela Tática, como gostou de passar a noite só conversando depois de um beijo com Véu ou sobre como Osborn não o torturou nem ameaçou como houve com outros, só deu a ele o que ele queria: uma vida de playboy da qual ele logo se enjoou.

Os dois garotos mostram que se pode chegar onde sempre sonhamos, mas que isso não significa que gostaremos do resultado. Sabem aquele ditado de “cuidado com o que deseja, pois pode se tornar realidade”? Pois é. Pra alguém ingênuo ou alguém que tenta manipular a situação, esse ditado pode vir bem a calhar no futuro.

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ps. Veja as capas alternativas aqui, aqui, aqui e a versão de vampiros, aqui.

Cammy

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