sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Guerras Secretas: Aranhaverso



O território de Arachinia podia ser um dos mais normais de Latverion se não fosse o fato de ter "Homens-Aranhas" demais. Não, não se trata de nada parecido com a Ilha das Aranhas. Desta vez é algo diferente, são realmente versões paralelas já bem conhecidas do herói teioso existindo na mesma realidade e de alguma forma sentido algo estranho, como se não fossem daquele lugar.

Assim, somos apresentados a uma Gwen-Aranha diretamente retirada de suas histórias (ou da edição 6 de Homem-Aranha: Aranhaverso) que descobre que tem seu próprio túmulo nesta terra ao lado da lápide de seu pai. O Capitão Aranha Britânico Billy Braddock e a Garota-Aranha Anya Corazon são uma dupla que de tão longeva sequer lembram o dia que se reuniram nesta Terra. Pavitr Prabhakar é o Homem-Aranha Indiano, um cientista nato que acaba descobrindo a interligação de cada um daqueles membros com dons aracnídeos através de uma teia mística. O Homem-Aranha Noir é o mais obscuro deles, agindo lateralmente a todos, sozinho e sempre um passo a frente. E por fim, temos um Porco-Aranha (não o dos Simpsons, por sinal).

Do outro lado dessa história, temos Norman Osborn, que serve como regente daquele lugar e mais uma vez cercado de versões bem particulares dos inimigos clássicos do Homem-Aranha. A princípio, todos interpretariam ele como o antagonista, mandando seus capangas atrás dos aracnídeos, mas a história logo mostra que ele está igualmente curioso com aquelas versões paralelas do herói de outros lugares e que estão de alguma forma interligadas por uma "teia". Norman propõe ajudá-los em troca das mente brilhantes daquele grupo também o ajudarem na reconstrução de uma projeção física da teia mística que interliga todos os seis heróis ali.



Dos seis aranhas deslocados temporalmente, Gwen Stacy é a única que não confia em Norman pelo seu histórico (ela não foi morta por ele naquela Terra?). Norman a deixa livre para abandonar o complexo sem represálias e mesmo muito desconfiada, a Gwen-Aranha segue sem ser perseguida. De volta as ruas, ela continua então a vida comum de combate ao crime enquanto seus demais parceiros estão muito envolvidos em ajudar Osborn.

Cheia de dúvidas, Gwen volta mais uma vez aos Queens para rever o seu túmulo e de seu pai quando é abordada por alguém que todos davam como morto naquela domínio - Peter Parker. Agora não tendo mais seus poderes aracnídeos, Peter é vulnerável e dá as primeiras pistas de que aquela versão do Norman Osborn não é lá tão boazinha quanto parece. Pra piorar a situação, o Venom daquele mundo ataca e cabe a Gwen ser a heróina da vez e salvar Parker. Para isso, literalmente a heróina resolve tocar o terror no monstrão com o som amplificado de uma guitarra.


Enquanto o Aranha Noir, Pavitr e Billy estão envolvidos na reconstrução da Teia, Anya e o Porco-Aranha acabam se afastando para outra parte das Indústrias Osborn e descobrem os verdadeiros propósitos de Norman - O Portal do Destino. A reconstrução da Teia Mística, a presença dos seis aranhas deslocados temporalmente ali, nada mais seria do que o combustível para Norman reativar o Portal e quem sabe ter poder para assim derrotar o próprio Deus-Destino.

Nesse ponto da história, Norman acaba se afastando dos experimentos ao descobrir que o Peter Parker da sua linha temporal está de fato vivo (mas sem os poderes) e quem morreu foi na verdade o clone (Ben Reilly de sua linha temporal). Arregimentando parte do seu Sexteto Sinistro para caçar Peter, ele acaba deixando o complexo quase desprotegido. Quando os Aranhas deslocados temporalmente percebem os planos envolvendo o Portal do Destino e pensam no que deveriam fazer, são abordados pela "Thor" responsável por Arachinia.

A Thor (no caso, se chama Valquíria naquela mundo) é poder demais para os Aranhas lidarem sozinho, mesmo com o reforço da Gwen-Aranha que acabara de voltar até lá pra ajudá-los. Assim, eles tem a ideia (com a ajuda do Electro que ficou vigiando o lugar) em usar o próprio Portal do Destino contra a Asgardiana. Os efeitos não saem como esperado, derrubando a Thor, mas deixando todos os demais perto inconscientes.



Quando Norman volta de sua missão com o Peter de seu mundo capturado, encontra todos caídos e percebe que pelo menos sua máquina de certo modo funcionou. Era a hora de por em prática seus planos, usar o Portal do Destino e confrontar Doom. O que todos não contavam é que o Porco-Aranha (o único consciente) fosse salvar o Peter daquela realidade e juntos o Homem-Aranha e Porco-Aranha interferissem no Portal no momento em que Norman o colocava pra funcionar. Osborn não resistiu ao processo e sucumbiu. Com os demais Homens-Aranhas e Mulheres-Aranhas despertos, o Sexteto Sinistro se encontrava em desvantagem numérica e não poderia fazer mais nada.

Dali, Norman certamente não poderia continuar como regente do lugar já que nitidamente pretendia trair Destino. Um outro Barão provavelmente seria indicado para aquela lugar, mas o mais importante é que ela contaria com sete Aranhas tomando aquele Domínio como sua responsabilidade.

Mike Costa surge como um novo nome nos roteiros da Marvel e entrega um roteiro divertido de se acompanhar. A história é realmente simples, mas não menos divertida de se ler. Os desenhos de Andre Araujo distanciam ele do ar mais tradicional dos quadrinhos, muitas vezes lembrando uma pegada europeia independente que valoria mais o humor de situação do que a narrativa da ação. Isso poderia ser uma problema para as histórias do Homem-Aranha, que requer muita sinergia nos traços, mas aqui funcionou. Pra quem curtiu Aranhaverso ou mesmo acompanhou recentemente as histórias da Gwen-Aranha, é um bom acompanhamento. E de certo modo, estou curioso de ver o que Costa fará com esses personagens na revista pós-Guerras Secretas chamada Guerreiros da Teia.

Coveiro

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