segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Guerras Secretas: A Guerra Civil


O Mundo Bélico de Destino se baseia em muitas histórias de realidades alternativas que marcaram a Marvel. No entanto, numa delas que nunca foi nos apresentada até então, a saga moderna mais marcante da Marvel deste século nunca acabou de verdade. A Guerra Civil dos quadrinhos perdurou em Latverion até o momento em que o que era um único país (ou melhor, domínio) se dividiu em dois lados - Mas de que lado ficaram os heróis depois dessa cissão?

Uma literal racha na terra do lugar que chamam de Zona de Guerra separa os lados com a ideologia que dividiu os heróis. O Azul fica a oeste e é governado pelo Capitão América, tendo Peter Parker como um de seus maiores conselheiros desde que mudou de lado.  Deste lado também estão os mutantes, que optaram pro criar a Cidade de Aço como novo lar. Os chamados 'Justiceiros' faziam a milícia final, caçando quem quebrasse as regras de usar os seus poderes para fazer o mal.


 O Ferro é o lado leste, liderado pelo Homem de Ferro, que agora namora Jennifer Walters, a Mulher Hulk, e é aconselhado por todos os que optaram pela Lei de Registro de Super-Humanos. Carol Danvers e até Bucky Barnes estão apoiando Tony em suas decisões. Emma foi uma das únicas mutantes (e telepatas) a apoiar Tony e permanecer ao seu lado. Curiosamente, também do lado do Stark estava Mary Jane e a filha do Homem-Aranha, o que deixava ainda mais acirrado o clima nada bom entre Peter e Tony.

Num momento inusitado, os dois lados após seis anos decidiram voltar a sentar para negociar. A mediadora foi uma figura marcante da Guerra Civil, Miriam Sharpe, que perdeu o filho no acidente de Stamford e mesmo com esse trauma percebeu que um país dividido não seria bom para nenhum dos lados. O Azul tinha território, mas muito poucos recursos e provimentos, precisava renegociar acordos com vizinhos e seu rival o impedia disto. Já o Ferro estava sofrendo de um aglomeramento absurdo de pessoas em suas cidades e precisava de mais terreno para criar cidades e ocupações humanas. Numa reunião entre Rogers e Stark, os dois lados provavelmente decidiriam um meio termo para se ajudar pela primeira vez.



Só que a reunião não saiu como esperada. Miriam Sharpe acabou levando uma bala e morrendo bem no meio do encontro. A coisa piora quando se descobre que o tiro veio do lado Azul e que estava direcionado a Rogers. Com as relações novamente acirradas, ficava difícil para Stark tentar desvendar o que aconteceu. Um drone que enviasse para o outro lado era devolvido em frangalhos e com uma mensagem de alerta para Stark não abusar da sorte. Assim, ambos os lados se arriscaram a usar outros subterfúgios para conseguir mais informações e quem sabe assim acabar a guerra.

Steve Rogers tinha encarregado o Fera para criar uma máquina poderosa capaz de tirar os poderes não-tecnológico de qualquer herói, só que para produzir esses efeitos em maior escala precisava de alguns recursos que não existiam em Azul. Com isso, Peter Parker e um time de assalto formado pro Elekra, Azari e Venom (dominando agora o corpo de Clint Barton) foi em missão para invadir Ferro e conseguir tudo que Hank McCoy precisasse. No caminho, enfrentariam desde Sentinelas de Ferro até mesmo uma versão grotesca do Rei do Crime com braços do Doutor Octopus.




Já Tony despachou sua amada Jennifer Walters como sua identidade civil para cidade de Aço dos mutantes afim de buscar pistas sobre a verdadeira identidade do atirador que matou Miriam Sharpe. Na busca das pistas, Jen acaba levando-a a acreditar que é o Mercenário o autor do disparo, mas até lidar com ele terá que enfrentar Robbie Baldwin, ex-Speedball, e uma série de outros "Agentes Justiceiros" do território Azul. Ao fugir dessa milícia, Jennifer acaba sumindo pelos subterrâneos e encontrando alguém que acreditava-se morto desde a Guerra Civil - O Pantera Negra.

O desaparecimento de Jen logo faz Tony Stark sair da sua cadeira de presidente sozinho e vestir mais uma vez a armadura. Antes que ele chegasse onde Jennifer era mantida cativa, parecia que todo o lugar tinha sido antecipadamente alertado de sua chegada. Acabou sendo capturado, mas logo descobriu quem era de fato aquele falso Pantera Negra e seus subordinados - Todos Skrulls que se revelaram os verdadeiros manipuladores dos eventos da Guerra Civil em diante.
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Enquanto isso, lá em cima, Rogers direcionou toda uma força de ataque contra o território de Ferro e um embate que fazia anos que não se realizava-se bem na fronteira entre os dois lugares. Do lado Leste, o Comandante Barnes ficou no comando na ausência de Tony e pôs o exército do seu lado a caminho. Mesmo as preocupações de Carol Danvers quanto aos rumos daquela batalha não fariam Bucky recuar

Livres dos skrulls lá de baixo, Tony voltou a sua armadura e foi para a superfície determinado a encontrar seu outrora amigo e atual inimigo Rogers para alertá-lo de tudo, Mas será que depois de anos de racha entre os dois estariam os lados dispostos a ceder, confiar um nos outros e lutar todos juntos. O capítulo final deste marcante tie in das Guerras Secretas - pra mim dos mais bem construídos - colocará uma versão diferente da briga final entre o Capitão América e o Homem de Ferro. Nela, revelações assustadoras como o fato de Barnes se revelar como mais um dos muitos skrulls infiltrados ali e o Wolverine ter se tornado uma versão ainda mais sombria de Hulk vão surpreender o leitor.

No fim, talvez a única resolução daquele problema seja Rogers e Stark concordarem em usar a "bomba anti-poderes" criada por McCoy e condenar todos aqueles com super-poderes a serem normais mais uma vez. Aquilo que iria condenar a artimanha dos maliciosos Skrulls, seria um sacrifício ousado demais para os heróis? E será que depois do fim de uma demorada Guerra os dois lados podem voltar a ser um só?



Uma história longa e quase que funcionando independente demais da saga principal, acaba me chamando atenção como sem esforço se torna uma boa história. Todos os problemas do Mundo Bélico aqui são ignorados pois os problemas internos da Zona de Guerra são ainda maiores. Funciona muito bem como extensão da saga principal e ao colocar o elemento skrull aí no meio foi um bônus extra já que na época era uma das teorias paranoícas mais comuns da saga original (que foi depois descartada). Charles Soule mostrou aqui o porquê de seu nome estar realmente em tanta vigência no mercado hoje em dia e a escolha de Leinil Yu como artista foi muito inteligente ao praticamente referênciar no decorrer da história a saga Invasão Secreta. Provavelmente, entra na lista dos melhores 5 tie ins a serem publicados aqui.

Coveiro

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