A Marvel é uma editora que notoriamente sempre ocupa a fatia maior da venda no mercado de quadrinhos lá fora, eventualmente competindo nos lucros totais do top 10 de revista vendidas com a DC. Até então, o mérito de 2016 de gibi mais vendido continuava com ela no lançamento de Guerra Civil II no primeiro semestre, com o número #1 chegando a mais de 380 mil exemplares vendidos. Essa marca, aparentemente, foi quebrada em outubro... mas não é exatamente o que você pensa.
A tradicional briga pelo mercado no ano de 2016 rapidamente mudou de lado a partir de julho, quando se iniciou os números #1 da maioria das mensais da DC com o seu novo selo Rebirth. Assim, a Distinta Concorrência não só monopolizou o primeiro lugar pelos três meses decorrentes, como praticamente tirou as HQs da Marvel do Top10 de vendas, segundo a distribuidora Diamond. A resposta da Marvel veio de imediato já no começo do segundo semestre com a proposta dos novos títulos pós-Guerra Civil II sendo relançados, saindo com a volta do selo "Marvel Now" (ou Marvel Now 2.0 como batizaram os fãs).
O carro-chefe dos novos lançamentos das revistas vinha com algo totalmente inusitado: o retorno de uma equipe que até então se acreditava que a Marvel tinha perdido os direitos do nome - Os Campeões. Com um escritor de peso como Mark Waid e apostando nos mais jovens e ainda mais representativos heróis da Casa das Ideias, os Campeões tinham o potencial para recorde do ano. Em algum momento, foi anunciado inclusive que a sua pré-venda estava girando em torno da casa dos 400 mil exemplares (segundo o próprio diretor de vendas da Marvel, David Gabriel).
E de fato, Campeões colocou a Marvel de novo no Top 10 de vendas com um número - agora oficial pela Diamond de 328 mil cópias. Junto a ela , a Marvel emplacou também nos mais vendidos a HQ do Doutor Estranho e os Magos Supremos #1, Civil War II #6 e também o último Darth Vader, de número 25. A parcela total da Marvel também foi maior, com 36% das vendas por unidade do mercado em outubro. Todavia, para a surpresa de muita gente, Campeões não foi o gibi mais vendido daquele mês.
A BOOM Studios, via um crossover inusitado entre as franquias dos filmes "Aventureiros do Bairro Proibido" e "Fuga de Nova York", conseguiu a espetacular venda de 421 mil exemplares no mês. Não é só a maior venda de outubro, mas também a maior venda do ano. E qual a razão disto? Será que um encontro entre duas versões de Kurt Russell algo gigantesco demais para os fãs? Não exatamente. Recentemente, o melhor site avaliador do mercado, o ComicChron, informou que boa parte da saída de números da HQ Big Trouble in Little China/Escape From New York #1 se deve a inclusão da revista como parte ,da caixa mix de brindes misteriosos do site Loot Crate. Assim, só pelo assinatura, foram mais de 300 a 400 números adquiridos para serem despachados no mix do Box do mês de novembro.
Só a título de curiosidade, a caixa de novembro da Loot Crate vinha com esse Doutôzinho Estranho. Quem não compraria ela vindo esse bonequinho?
Independente disso, Campeões acabou tendo um maior rendimento para a editora nesse mês, inclusive por ser a HQ mais cara (preço de $4,99) do Top10. Em contrapartida, a lista da Diamond mostra números de vendas notoriamente menores do que os inicialmente especulados pelo departamento de vendas da Marvel num primeiro anúncio. E isso é algo que a editora ainda não se pronunciou e levanta algumas questões.
Ainda assim, vale nota de que na parte de republicações com encadernados, uma coletânea dos Campeões originais foram o top de vendas das reedições. Foram 7 mil exemplares vendidos só este mês, segundo o site da Amazon.
Coveiro
