Não importa de que território você veio, se você é um daqueles "ignitores" que podem servir de hospedeiros para o Espírito de Vingança, então você está condenado. E não, não estamos falando da maldição de se tornar um Motoqueiro, Cavaleiro ou Motorista Fantasma. Pois se você é um deles, além de conviver com a sina, no Mundo Bélico certamente será caçado e obrigado a participar da Corrida Fantasma.
Já vimos um pouco do que são os mortíferos jogos do Arcade que rola em Doomstatd nas histórias do Planeta Hulk. Só que além das lutas nas Arenas, faz parte da diversão do povo as mortíferas disputas de Corredores Fantasmas. Funcionando praticamente como uma corrida de bigas moderna, Arcade e seu principal comparsa neste jogo, Zadkiel, junta um punhado de condenados para competir pelo primeiro lugar e ganhar as glórias. Já quem perde, segue para as masmorras para ser torturado até os limites.
Assim, vemos na primeira competição alguns rostos conhecidos como Johnny Blaze, Carter Slade, Danny Ketch e Alejandra. Todos já foram notórios Motoqueiros (ou Cavaleiro) Fantasmas que marcaram alguma fase da Marvel no passado. Todavia, Robbie Reyes é o protagonista da história aqui. E mesmo que você não tenha lido ainda nenhuma história dele por conta de um tropeço da Panini, certamente já o viu em ação na TV este ano (em Agentes da SHIELD, vivido por Gabriel Luna). E a platéia delira com razão quando ele vence a luta, mal sabendo que para Reyes tudo ali que ele faz é para o bem de seu irmão caçula. Curiosamente, Reyes é singular até mesmo para Zadkiel, que logo percebe que ele é guiado por um espírito de vingança diferente.
O fato é que podemos até ficar um pouco boiando nessa história pois sem o encadernado da Panini é difícil entender as referências sobre Eli, o nome que ele dá ao espírito que o comanda enquanto se torna um Motorista Fantasma. E é justamente por falta deste controle sobre o corredor que Zadkiel e Arcade planejam uma derrocada de Reyes na próxima corrida para justamente ganhar bastante nas apostas.
Em algum momento dessa história, descobrimos aqui uma versão modificada da origem de Robbie e Gabriel Reyes. Pegos após uma brincadeira que feria as leis de Destino, o irmão mais velho acabou aceitando ser levado pelos Thors como competidor das corridas em troca de livrarem seu irmão. Nas garagens da Corrida Fantasma, decobriu o velho Charger de Batalha que praticamente falou com ele e mudou sua vida. Reyes não venceu a primeira corrida e foi ali que descobriu a tortura que sofria os perdedores. Desde aquele dia, juntos, Reyes e Eli prometeram não cair mais e se tornaram invencíveis nas batalhas.
Na próxima corrida, Reyes percebeu que algo havia errado no jogo e muitas ameaças estavam sendo direcionada para eles. De zumbis de seus amigos mortos o atrapalhando na pista até mesmo a presença da tal "ceifeira compiladora" o caçando especificamente, tudo parecia pender para sua derrota. Só que Robbie e Eli estavam destinados a nunca mais perder e com isso abriram um portal para fora do Circo da Morte. Conquistando a fúria de Arcade, o Motorista Fantasma passou de estrela para procurado. E Zadkiel convocou outros Corredores Fantasmas para seu encalço.
Neste ponto da história vemos muitas outras versões de Corredores aqui - Zero, o Motoqueiro Fantasma de 2099; Vingança, a versão deturpada e arqui-inimiga de Zarathos na terra 616; Até mesmo uma versão Gorila da realidade simiesca da Marvel e um outro espírito de Vingança montado num tubarão dão as caras. Mesmo com todos os atributos que Eli lhe mostrou ser capaz fora das corridas, Reyes não podia sozinho contra todos juntos. Foi quando Carter Slade, o Cavaleiro Fantasma interrompeu a todos e os fez pensar se não valeria a pena eles se juntar a Reyes e confrontar Zadkiel e Arcade.
A falha dos Espíritos de Vingança em descumprir uma ordem irritou Zadkiel, que tinha poder sobre eles e os convocou imediatamente após deixarem Reyes fugir. Todos ali acabaram torturados em dobro pela traição. E para piorar, Arcade tinha um novo trunfo contra Reyes - capturou seu irmão Gabriel e o tornou o mais jovem Corredor Fantasma do seu circo. Isso obrigadou Robbie a retornar até a corrida e competir mais uma vez, lado a lado com o caçula, só que desta vez era pra salvá-lo.
Nesta última e mais insana corrida, vemos até mesmo uma versão maluca de dinossauro montada num jato "raptor" e a volta do "Espírito de Vingança" indiano que guiava um Elefante de Guerra. Todos pareciam mais direcionados em eliminar Gabriel a vencer a disputa. Reyes chegou no momento certo para livrar o irmão da morte certa tanto dos demais competidores quanto da tal "Cefeira Compiladora". Robbie deixou a pista livre para seu irmão mais novo vencer a corrida, mas de última hora Zadkiel quebrou as regras do jogo e raptou Gabriel antes de ele cruzar a linha de chegada.
Daí, percebemos mais um dos poderes inusitados daquela versão do Espírito de Vingança. Os irmãos Reyes eram tão ligados que até mesmo podiam trocar de lugar. Assim, quem acabou nos braços de Zadkiel foi Roberto e ele estava próximo demais para usar um outro poder seu que foi capaz de sugar a alma do anjo negro. Só sobrou o corpo sem vida do anjo e chegou ao fim o controle que ele tinha sobre os Corredores. Dali, mais uma vez os espíritos de vingança podiam seguir suas funções originais de penalizar com o olhar os maus. Começou ali mesmo com alguns da plateia, e logo o Arcade também se tornou uma próxima vítima. E daquela noite em diante, os impuros de coração do Mundo Bélico deveriam tremer.
Essa história tem bastante liberdade criativa e Felipe Smith e Juan Gedeon conseguiram todo o propósito que prometeram ao entregar uma boa história de corrida maluca e macabra com uma trama paralela do protagonista bem envolvente. A única coisa que faltou aqui é o leitor ter mais empatia com Robbie, algo que só vamos conseguir quando a Panini se mexer pra publicar as 12 edições que ficaram de fora do personagem. Fica aqui o nosso insistente apelo uma vez!
Coveiro
